Esperança

Emocionados, idosos voltam a se vacinar; hoje é vez de maiores de 82 anos

Com a chegada de novas doses durante a semana, capital continua a aplicação da primeira dose dos idosos por faixa etária; imunizados relatam esperança de melhores dias

Bárbara Lauria / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Esperançosos com a chegada das novas doses, idosos voltam a ser imunizados
Esperançosos com a chegada das novas doses, idosos voltam a ser imunizados (vacina idoso)

São Luís – Enilde Ramos Fonseca, 78 anos, viu de perto a luta do seu filho contra a Covid-19. Após ser contaminado, ele passou dias no hospital e foi transferido para a Unidade de terapia intensiva (UTI), onde ficou algumas semanas. Apesar das tentativas e das orações da mãe, o filho não resistiu e veio a óbito há 18 dias. Enilde Ramos conta a história em lágrimas, enquanto espera para receber a segunda dose da vacina. Apesar da saudade e da tristeza do luto, ela relata que a vacina é uma esperança de dias melhores e torce para que outras perdas não sejam necessárias.

“Hoje foi muito bom, foram todos muito atenciosos e eu tenho a expectativa de que agora as coisas vão melhorar, entretanto, faz 18 dias que eu perdi um filho para a Covid. Um mês internado tomando a medicação, não tenho nada a dizer do hospital, mas ele se foi. Se foi... Meu filho era um batalhador, mas acredito em Deus e peço que ele esteja em um bom lugar”, desabafou.

Assim como Enilde Ramos, outros que foram receber a dose da vacina também estavam emocionados, seja por pensar naqueles que não podem mais participar deste momento, seja pela esperança de poder matar a saudade dos entes queridos, como o caso do Joaquim Pires, de 76 anos, que com os olhos cheios de lágrimas, conta sobre a felicidade que vai ser estar imunizado. “Hoje vim tomar a segunda dose, fiz tudo certinho e estou muito feliz. Estou aqui com meu filho e depois de tanto tempo sozinho, é muito bom saber que vou poder pelo menos olhar quem gosto”, comemora.

Contudo, ainda é importante manter os cuidados mesmo após a vacinação, principalmente nos primeiros dias após a aplicação da dose. “A vacina diminui o risco de contaminação e de ter doença grave após cerca de 30 dias da segunda dose em idosos. Nesse momento em que a transmissão está elevada, permanecer em isolamento é a decisão mais sensata”, explicou o epidemiologista Antônio Augusto.

Angelita Santos Souza já tem isso em mente. Com 84 anos e vacinada, ela conta que seu maior desejo é abraçar seus filhos. “Quando tudo melhorar eu quero abraçar meus filhos e matar de verdade a saudade, mas só vou fazer isso quando me falarem que já posso fazer”.

De acordo com a Secretária Municipal de Saúde de São Luís (Semus), nesta sexta-feira, 26, idosos a partir de 82 anos já podem começar a se imunizar; no sábado, 27, serão idosos com 81 anos; e na segunda-feira (1º de março) idosos com 80 anos. As imunizações estão ocorrendo no Centro Municipal de Vacinação e, simultaneamente, no drive-thru de vacinação na Universidade Federal do Maranhão.

Mais vacinas
Apenas nesta semana, São Luís recebeu mais de 89 mil doses de vacina contra a Covid-19 para retomar com a campanha. Na segunda-feira (22) chegaram na capital 10.360 novas doses da vacina CoronaVac, produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, que estão sendo destinadas para a segunda aplicação. Já na quarta-feira (24), após a chegada de 49.500 da Astrazeneca no Maranhão, o município recebeu mais de 9 mil doses destinadas a aplicar a primeira dose em 8% dos trabalhadores da saúde e 100% dos idosos 85 a 89 anos.

Na quinta-feira, 25, também chegou ao estado mais 29,6 mil doses da Coronavac que, de acordo com entrevista à TV Mirante da secretária-adjunta da Política de Atenção Primária e Vigilância em Saúde, Waldeise Pereira, serão destinadas para imunizar 24% dos idosos de 80 a 84 anos. Ela ainda explicou que o Governo de Estado está seguindo as orientações do Ministério da Saúde de reter metade das doses da Coronavac para guardar para a segunda aplicação.

“Estamos seguindo as orientações do Ministério da Saúde em relação a retenção de doses. Como o período entre uma dose e outra da Astrazeneca é de 90 dias, ou seja, três meses, estamos destinando as doses que chegam para a aplicação da primeira dose. Já a Coronavac possui um período de 21 dias, então cada leva que chega aqui, nós retemos a metade para a aplicação da segunda dose”, explicou a secretária.

São Luís já aplicou 53.732 doses de vacina, tanto na primeira dose quanto segunda dose. De acordo com o consórcio de imprensa, o Maranhão continua sendo o segundo estado com menor porcentagem de população vacinada, 1,84%, estando a frente apenas do Pará.

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