Vidas perdidas

Maranhão se aproxima dos 5 mil óbitos por Covid-19

De acordo com o boletim divulgado na última terça-feira, 4.962 pessoas deixaram seus familiares, amigos, trabalhos e sonhos devido a complicações decorrentes do novo coronavírus

Bárbara Lauria / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Já são quase 5 mil mortos em decorrência da Covid-19 no Maranhão
Já são quase 5 mil mortos em decorrência da Covid-19 no Maranhão (óbitos covid)

São Luís – Com mais de um ano de circulação do novo coronavírus pelo planeta, muitas vidas foram levadas e sonhos interrompidos. No Maranhão, não foi diferente, com o sentimento de luto ainda presente na população, o estado se aproxima dos 5 mil óbitos. Cinco mil pessoas que, antes de serem números, eram pais, mães, filhos, amigos e sonhadores que tinham e planejavam uma vida.

No dia 11 de março vai completar um ano que a pandemia foi decretada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e, ao longo desse ano, até terça-feira, 23, o Maranhão alcançou a marca de 4.962 vidas que foram levadas pela doença. De acordo com os dados divulgados diariamente pela Secretária de Estado da Saúde (SES), apenas na última semana, (15 a 21), o estado registrou 86 óbitos. Fevereiro teve 265 novos registros de óbitos causados por Covid-19 (1º a 23 de fevereiro).

Ao longo da segunda quinzena de janeiro e fevereiro, o Maranhão passou para o alerta vermelho devido ao grande aumento de número de óbitos e casos, chegando, inclusive, a apresentar no dia 9 deste mês uma variação de média móvel de +103%. Contudo, de acordo com a atualização do Consórcio de Veículos de Imprensa feita na segunda-feira à noite, o Maranhão passou a apresentar estabilidade na varação da média móvel (+13%).

O cálculo da média móvel é realizado com base na soma do número de casos ou mortes do dia com o dos seis dias anteriores. Para saber a tendência, é preciso calcular a variação percentual das médias móveis em um intervalo de 14 dias. A tendência é considerada estável se este percentual for de até 15%, tanto para mais, quanto para menos. Ou seja, o número de óbitos e casos continua alto, porém está estável comparado aos últimos 14 dias.

Posicionamentos contraditórios e baixa adesão do isolamento
O motivo para tantos óbitos e do aumento da contaminação vai além do próprio vírus, e estão relacionados, principalmente, a baixa adesão dos protocolos de segurança e o posicionamento contraditório de gestores. De acordo com o epidemiologista Augusto Moura, tanto a população, quanto o posicionamento de governantes, tiveram responsabilidades com os óbitos ocorridos.

“Se a adesão ao distanciamento social e uso de máscaras tivesse sido maior, se tivéssemos menos aglomerações muitas mortes poderiam ter sido evitadas. Também houve mensagens contraditórias dos diversos níveis de governo, ora dizendo para fazer distanciamento, ora dizendo que era só uma gripezinha, o que acaba confundindo a população. Houve fracasso em não fechar as fronteiras, não ampliar adequadamente a realização de testes e dessa forma, não conseguir identificar precocemente os casos e isolá-los, o que acabou por facilitar a disseminação da epidemia”, explicou o epidemiologista.

Ainda de acordo com o pesquisador, a tendência que o Maranhão está passando no momento é de aumento de contaminação entre pessoas. “O contágio está aumentando. Esta semana, cada 10 pessoas estão contaminando 12. As UTIs privadas estão perto do limite de ocupação. No setor público ainda há potencial de ampliação de leitos, porém estão aumentando e logo sendo ocupados”, ressaltou.

Conforme Augusto Moura, não é necessário um lockdown, porém algumas medidas para reduzir aglomerações já estão indicadas, para diminuir a pressão sobre os serviços de saúde. “Rigor na fiscalização do cumprimento das medidas sanitárias é fundamental”. O médico ainda ressalta a importância de manter os protocolos padrões de usar máscara, observar o distanciamento físico de 1,5 metro, evitar aglomerações e ambientes fechados, higienizar as mãos e quem puder, ficar em casa.

O Estado entrou em contato com o Governo do Estado para saber como estava sendo avaliada a aproximação dos 5 mil óbitos no Maranhão e quais seriam os próximos passos para conter o avanço do vírus e evitar mais mortes, contudo, não houve respostas até o fechamento desta edição.

SAIBA MAIS

Perfil das vítimas

61% dos mortos pela Covid-19 eram homens
84% dos mortos pela Covid-19 tinham comorbidades
56,21 % dos mortos pela Covid-19 tinham mais de 70 anos

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