Manifestação

Geórgia tem protesto após prisão de líder da oposição contra o governo

Nika Melia, líder do principal partido de oposição, o Movimento de União Nacional, foi detido ontem; dezenas de opositores também foram detidos, após a polícia dispersar um acampamento montado em frente à sede do governo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Protesto em Tbilisi, capital da Geórgia, após a prisão de líder da oposição em 23 de fevereiro de 2021
Protesto em Tbilisi, capital da Geórgia, após a prisão de líder da oposição em 23 de fevereiro de 2021 ( Nika Melia, líder do principal partido de oposição, o Movimento de União Nacional, foi detido ontem; dezenas de opositores também foram detidos, após a polícia dispersar um acampamento montado em frente à sede do governo)

TBILISI - Centenas de pessoas se reuniram nas ruas de Tbilisi, capital da Geórgia, para protestar contra a prisão de Nika Melia, líder do principal partido de oposição do país, o Movimento de União Nacional (MUN), ontem, 23.

Melia foi retirado pela polícia de dentro da sede do partido, e cumpre agora uma prisão preventiva, noticiou a emissora de televisão Mtavari. A operação policial acontece poucos dias depois que o primeiro-ministro Giorgi Gakharia renunciou ao cargo.

A Geórgia vive uma crise política desde 2019, quando protestos contra o governo eclodiram no país. A situação piorou em outubro do ano passado, após o partido governista Sonho Georgiano vencer o pleito e opositores começarem a questionar o resultado das urnas.

Dezenas de opositores também foram detidos ontem,23, após a polícia dispersar um acampamento montado em frente à sede do governo na capital com bombas de gás lacrimogêneo. A ação policial não repercutiu bem entre os aliados ocidentais desta ex-república soviética do Cáucaso.

"Chocado com as cenas na sede do MUN esta manhã", escreveu o embaixador britânico na Geórgia, Mark Clayton. "A violência e o caos em Tbilisi são as últimas coisas de que a Geórgia precisa neste momento."

Preocupação

A embaixada dos Estados Unidos disse em um comunicado que está "profundamente preocupada" com a detenção de Nika Melia. Na nota, eles ressaltam que a força e a agressividade "não são a solução para resolver as diferenças políticas na Geórgia".

Um tribunal da capital da Geórgia, Tbilisi, decidiu na quarta-feira prender Melia sob a acusação de organizar "violência em massa" durante protestos contra o governo em 2019. Se condenado, pode pegar nove anos de prisão. Ele nega todas as acusações, e alega sofrer perseguição política.

Na segunda-feira, o Parlamento confirmou a nomeação do ministro da Defesa, Irakli Garibashvili, como novo primeiro-ministro.

Em um discurso para os deputados, Garibashvili anunciou que o governo prenderia Melia – e a promessa foi cumprida.

O novo primeiro-ministro é considerado um político leal ao oligarca Bidzina Ivanishvili, fundador do partido Sonho Georgiano, homem mais rico do país e considerado por muitos como a pessoa que realmente controla o poder, apesar de oficialmente não ter um cargo político.

No poder desde 2012, o partido Sonho Georgiano perdeu popularidade em um cenário de estagnação econômica e de ataques aos princípios democráticos.

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