Vacinação contra a Covid-19

São Luís espera comunicado do Estado para recebimento de novas doses

Até o momento, o Município recebeu, desde o dia 19 do mês passado, 52.282 doses, para a promoção da campanha

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17

São Luís - A Prefeitura de São Luís espera um comunicado oficial do Governo do Maranhão para o recebimento de novas doses contra a Covid-19. Preliminarmente, o Município estimava receber mais vacinas a partir do dia 23 deste mês. Esta foi a informação repassada pelo Governo do Maranhão ao Município após reunião realizada entre governadores de estados e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na quarta-feira, 17.

Na quinta-feira, 18, o secretário de Saúde do Estado, Carlos Lula, divulgou um vídeo nas redes sociais sobre o recebimento de pouco mais de 380 mil doses de vacina nos dias subsequentes. Horas após a divulgação, o governador do Estado, Flávio Dino (PCdoB), afirmou que o acordo feito na quarta-feira, 17, para distribuição das doses em reunião com o ministro Pazuello havia sido desfeito.

Até o momento, o Município recebeu, desde o dia 19 do mês passado, 52.282 doses, para a promoção da campanha. Destas, 38.996 doses foram para aplicação em primeira dose e oriundas do Butantan (CoronaVac) e Oxford (AstraZeneca) e outras 13.286 doses para segunda dose.

Se for considerada a população absoluta da capital maranhense, as doses recebidas representam a imunização de pouco mais de 4,7% das pessoas. Em pouco mais de 30 dias, 50.529 doses foram aplicadas na cidade.

Apesar dos esforços da equipe de imunização local e alegações do Município de “diálogo constante” com o Ministério da Saúde (MS) e Governo do Maranhão, o ritmo da campanha é considerado lento. Na quinta-feira (18), a Prefeitura de São Luís fechou de forma temporária os serviços no drive-thru da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Por enquanto, não há data para reabertura.

Das 50.529 doses aplicadas em São Luís, 12.381 doses são referentes a pessoas que tomaram a segunda dose. Na sexta-feira, 19, o movimento de pessoas no Centro Municipal de Vacinação (CMV) foi considerado tranquilo. Na quinta-feira, 18, em que O Estado registrou baixo público no local, 240 doses foram aplicadas.

Ainda de acordo com o Município, 825 doses de vacina para a segunda aplicação estão no estoque aguardando pelos contemplados. Algumas pessoas estão imunizadas em dose complementar e esperam pela imunização contra a Covid-19 e reforço das doses nos próximos anos.

O enfermeiro Nivaldo Martins recebeu a segunda dose no CMV. Para ele, é importante tomar o complemento imunológico. “Aquelas pessoas que ainda têm medo de tomar a vacina, quero dizer que não precisa ter receio. Não senti absolutamente nada e estou protegido”, disse.

A médica Maria de Jesus Torres também se imunizou em segunda dose. “Fui bem atendida e consegui receber a segunda dose com tranquilidade. Tive apenas uma moleza na primeira dose mas estou firme aqui para tomar a segunda”, disse.

A coordenadora de Imunização de São Luís, Charlene Luso, enfatiza que quem tomou a segunda dose da vacina pode sentir efeitos que, no entanto, são esperados em alguns casos. “É possível sentir, sim, algum tipo de efeito adverso, mas está dentro do esperado por nós do Municípío e pela fabricante da vacina. Quem teve sintoma gripal entre a primeira e segunda doses deve esperar”, disse.

Ritmo lento

A baixa cobertura da capital na campanha de imunização se deve principalmente, de acordo com especialistas envolvidos na pesquisa contra a Covid-19, com a ausência de uma ação mais eficaz do Governo Federal acerca da vacinação.

“O ritmo de vacinação no Maranhão está lento pela falta de vacinas e pela necessidade de coleta de dados mais completos dos vacinados, o que não era necessário em outras campanhas como a da vacinação contra a gripe”, disse o epidemiologista Antônio Augusto Moura.

Para o imunologista Antônio Rafael da Silva, o processo de vacinação no Estado segue a tendência de outros territórios no país. “Vejo o processo de vacinação no Maranhão muito igual ao ritmo brasileiro. A falta de uma coordenação nacional impediu que o eficiente Programa Nacional de Imunização trabalhasse com toda pujança. Aos governadores, restou o esforço de criar oportunidades em seus estados”, disse.

Vacinação de rotina infantil cai após a pandemia

A campanha de vacinação contra a Covid-19, que ainda não abrange o atendimento em postos de saúde da rede municipal, reduziu drasticamente a cobertura imunológica de outras doenças. Segundo a Prefeitura de São Luís, as vacinas seguem sendo ofertadas de segunda à sexta-feira, das 8h às 17h.

Para o recebimento dos pais ou responsáveis legais, a Semus adotou nos locais de imunização todos os critérios estabelecidos e sanitários, visando a proteção contra o coronavírus. Dentre as medidas, estão a garantia de distanciamento durante o aguardo do atendimento, além da disponibilização de álcool gel.

Além disso, profissionais de saúde nos locais de assistência estão orientados a solicitar aos pais ou responsáveis e às crianças, o uso obrigatório de máscaras como forma de proteção.

Devido à pandemia, algumas coberturas de vacinas importantes registraram queda de 50% ou mais. A BCG, por exemplo, registrou em 2020 (nos primeiros meses do ano) apenas 8,5% da cobertura vacinal prevista. Em 2021, o mesmo índice foi de 3,67%. A Hepatite A teve cobertura, em janeiro deste ano, de apenas 6,12% do previsto. A vacinação contra a Pólio também teve queda.

No caso da rotavírus, em janeiro de 2021, a cobertura foi de 7,27%. Um dos fatores apontados foi a pandemia que inibiu os usuários a procurarem a rede pública municipal.

“É preciso ressaltar que a vacinação de rotina das nossas crianças segue à disposição e que os pais ou responsáveis podem e devem procurar os postos em busca deste importante atendimento fundamental para o fortalecimento e consolidação da proteção do público infantil”, disse o secretário de Saúde de São Luís, Joel Nunes.

SAIBA MAIS

Apenas quatro municípios registram cobertura plena de vacinação contra a Covid-19

Dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES) apontam que atualmente apenas 4 municípios (Lago Verde, Tasso Fragoso, Presidente Juscelino e São Francisco do Maranhão) registram cobertura plena de vacinação contra a Covid-19. Outras cidades como Brejo de Areia, São Raimundo das Mangabeiras e Coelho Neto estão com coberturas avançadas.

Em contrapartida, cidades como Araioses (23% de cobertura), Amarante do Maranhão (23%), Montes Altos (31%) e Olho d´Água das Cunhãs (com 36,49% da cobertura) estão com abrangência de imunização considerada abaixo da média. Até sexta-feira (19), de acordo com dados da SES, São Luís estava com 77% da cobertura vacinal, considerando os beneficiados no público-alvo definido pelo Ministério da Saúde (MS), ou seja, idosos e profissionais de saúde.

Até o momento, segundo dados da SES, 149.157 doses de vacina foram aplicadas no estado, o que representa pouco mais de 2% da população total. De acordo com a pasta, 249.904 vacinas foram distribuídas.

Números

149.157 doses de vacina contra a Covid-19 foram aplicadas no Maranhão
249.904 vacinas foram distribuídas no Estado.
52.282 doses foram recebidas por São Luís
13.286 doses para segunda dose foram recebidas na capital

Fonte: Secretaria Estadual de Saúde (SES) e Secretaria de Saúde de São Luís (Semus)

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