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Maranhão com tendência moderada ou alta para síndrome respiratória

Boletim da InfoGripe, realizado pela Fiocruz, aponta sinal de queda em oito capitais brasileiras

Evandro Júnior /O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Síndrome é uma das consequências dos quadros graves da Covid-19
Síndrome é uma das consequências dos quadros graves da Covid-19 (Síndrome respiratória)

SÃO LUÍS - O Maranhão aparece no Boletim InfoGripe, realizado pela Fiocruz, entre os estados com tendência moderada ou de alta para a Síndrome Respiratória Aguda (SRAG). A síndrome é uma das consequências dos quadros graves da Covid-19, responsável por mais de 97% dos casos.

O estado aparece ao lado de Amazonas, Pará, Roraima, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Nessas regiões, há pelo menos uma macrorregião estadual com tendência de curto e/ou longo prazo com sinal moderado ou forte de crescimento. O Boletim informa, ainda, que há sinais de queda de casos de Síndrome Respiratória Aguda em oito capitais, registrados a partir da segunda semana de janeiro: Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Brasília, Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP).

Embora Manaus (AM) também apresente sinal de queda, os dados dessa capital ainda apresentam impacto importante do represamento, de modo que essa sinalização pode estar subestimando o cenário atual. Entre os registros com resultados positivos para os vírus respiratórios, 96,7% dos casos e 99,1% dos óbitos são em decorrência do novo coronavírus.

Fatores

Há uma série de fatores que podem gerar falsa impressão de queda como, por exemplo, o aumento no represamento de dados a partir de dezembro, o que reflete a demora para registro e divulgação de casos identificados nas unidades de saúde. De acordo com a análise, isso ocorre seja por aumento da demanda hospitalar, seja por esgotamento das equipes de saúde por conta da carga de trabalho.

Outro fator seria a multiplicidade de sistemas de informação, o que levaria as equipes a darem preferência a notificar nos sistemas locais em detrimento do sistema nacional, como o Sistema de Informação de Vigilância da Gripe, entre outros fatores.

“Nos boletins recentes do InfoGripe, ilustramos o impacto que o aumento do represamento de dados no final do ano causaram nas estimativas, gerando subestimativa e sinal de queda durante período em que ainda havia crescimento. No entanto, estamos observando uma melhora gradativa em relação ao represamento, embora alguns locais ainda estejam apresentando impactos importantes, como é o caso de Manaus”, afirma Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.

Marcelo esclareceu ainda que o efeito do represamento ocorrido em dezembro e começo de janeiro, que leva à subestimação de casos por data de ocorrência mencionada acima, gera o efeito inverso quando os casos são avaliados por data de divulgação. Segundo o pesquisador, o acúmulo de grande volume de casos antigos sendo divulgados ao longo do mês de janeiro gera uma impressão de aumento expressivo, mas que está associada a casos antigos, não necessariamente a casos que estão ocorrendo agora.

“Por isso a importância de dar preferência para análises com base em primeiros sintomas, data de internação ou data do óbito, não data de divulgação de casos ou óbitos. O Brasil possui grupos de pesquisa com experiência em lidar com o efeito do atraso para gerar estimativas adequadas como as utilizadas no sistema InfoGripe e InfoDengue, que servem de apoio à vigilância nacional de vírus respiratórios e arboviroses”, pontua o pesquisador.

SAIBA MAIS

Diferenças

Em nível nacional, a investigação indica que os casos notificados de SRAG no Brasil como um todo apresentam sinal de queda de longo prazo (últimas seis semanas) e curto prazo (últimas três semanas). No entanto, ainda há diferenças importantes no território nacional, com algumas capitais e regiões interioranas mantendo a retomada do crescimento.

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