Negociações

Irã reverterá ações quando EUA suspenderem sanções, diz chanceler

Reação foi resposta à proposta de Washinton de retomar conversações;Teerã estabeleceu um prazo a fim de que Biden comece a reverter as sanções impostas por Trump

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
O ministro das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, reitera a posição de Teerã
O ministro das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, reitera a posição de Teerã (O ministro das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, reitera a posição de Teerã)

TEERÃ - O Irã "reverterá imediatamente" as ações relacionadas ao seu programa nuclear quando as sanções dos Estados Unidos (EUA) forem suspensas, disse na sexta-feira,19,o ministro das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, reiterando a posição de Teerã quanto à proposta de Washington de retomar as conversações.

Na quinta-feira,18, o governo do presidente norte-americano, Joe Biden, disse estar pronto para ressuscitar um acordo de 2015, entre o Irã e potências mundiais, que o ex-presidente Donald Trump abandonou em 2018 antes de reativar sanções ao Irã.

Quando as sanções forem suspensas, "reverteremos imediatamente todas as medidas corretivas. Simples", disse o chanceler no Twitter.

Também na quinta-feira, Zarif tuitou que as "medidas corretivas" de seu país são uma reação a violações do acordo cometidas pelos EUA, o Reino Unido, a França e Alemanha. China e Rússia também são signatárias do pacto.

Mais cedo, Zarif afirmou, em entrevista divulgada em um site do governo, que os EUA não somente descumpriram suas obrigações, mas mantêm a "pressão máxima fracassada" de Trump, apesar de afirmar que estão dispostos a retomar o acordo nuclear.

"Portanto, os europeus precisam notar que a pressão sobre o Irã não funciona, e que comentários inúteis tampouco servem para algo", disse Zarif, acrescentando: "Assim que virmos medidas dos Estados Unidos e da Europa para o cumprimento de suas obrigações, reagiremos imediatamente e retomaremos nossos compromissos."

Conversa

Os Estados Unidos (EUA) estão preparados para conversar com o Irã sobre o retorno de ambos os países ao cumprimento do acordo de 2015, que tem o objetivo de impedir que Teerã desenvolva armas nucleares, afirmou o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, a aliados europeus .

Em nota conjunta divulgada pelo Reino Unido, a França, Alemanha e os Estados Unidos, os países europeus saudaram a intenção do presidente norte-americano, Joe Biden, de retornar à diplomacia com o Irã.

Após conversas em Paris, das quais Blinken participou por vídeo, os governos afirmaram seu objetivo compartilhado de fazer com o que Irã retorne ao cumprimento total dos compromissos com acordo, conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês).

"O secretário Blinken reiterou que, como o presidente Biden já disse, se o Irã voltar a cumprir estritamente os compromissos do JCPOA, os Estados Unidos farão o mesmo e estão preparados para engajar em discussões com o Irã para esse fim", disse a nota conjunta.

O Irã começou a violar o acordo em 2019, em resposta à retirada dos EUA sob o governo Donald Trump, e está em um impasse com o governo Biden sobre quem deve agir primeiro para salvar o acordo.

Teerã estabeleceu um prazo a fim de que Biden comece a reverter as sanções impostas por Trump, ou irá tomar o maior passo até agora para violar o pacto, proibindo inspeções de última hora da agência nuclear da Organização das Nações Unidas que são permitidas por um protocolo adicional do documento.

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