Ativista político

Tribunal Europeu pede ''liberdade imediata'' para Navalny; Rússia rejeita

Principal opositor de Vladimir Putin, Navalny foi condenado à prisão por quase três anos em regime fechado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Alexei Navalny conversa com seus advogados antes de audiência sobre a sua prisão
Alexei Navalny conversa com seus advogados antes de audiência sobre a sua prisão ( Alexei Nalvany)

MOSCOU - O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) pediu a "liberdade imediata" do ativista Alexei Nalvany, preso no mês passado pela Rússia. A decisão judicial foi divulgada ontem,17, pela defesa do principal opositor do presidente Vladimir Putin.

O governo da Rússia – país membro do Conselho da Europa – rejeitou o pedido do tribunal que alegou ser improcedente. Desde o ano passado, uma lei aprovada no país diz que as leis nacionais precedem quaisquer regulamentações internacionais que entrem em conflito com a Constituição russa.

O Conselho da Europa é a principal organização de defesa dos direitos humanos no continente europeu, com 47 estados-membros – entre eles, os 27 países que integram a União Europeia.

No documento divulgado pela equipe de Navalny, o TEDH alega que a vida do ativista corre perigo, e por isso pede à Rússia sua liberação em "caráter imediato". A decisão foi assinada por sete juízes do tribunal com sede em Estrasburgo, na França.

Konstantin Chuychenko, ministro russo da Justiça, disse em entrevista à agência de notícias Tass que o pedido do tribunal europeu é "infundado e ilícito". Ele afirmou também que a demanda era uma tentativa de interferência internacional no sistema judicial russo.

Prisão de Navalny

O ativista foi preso em 17 de janeiro assim que desembarcou na Rússia, após passar meses na Alemanha se recuperando de um envenenamento pelo agente químico novichok. Navalny, que se contaminou com a substância em agosto na região russa da Sibéria, acusa o governo Putin de estar por trás da tentativa de envenenamento. O presidente nega.

A decisão foi anunciada dois dias depois de um dos maiores protestos da história contra Putin e contra a detenção do líder oposicionista terminar em mais de 5 mil prisões na Rússia. Mesmo com a tentativa do governo russo de desmobilizar a manifestação, com prisões de aliados de Navalny e fechamento de estações de metrô em Moscou, milhares foram às ruas da capital do país.

Acusação de fraude

Em 2014, Navalny foi condenado por fraude envolvendo 30 milhões de rublos, valor equivalente hoje a R$ 2,2 milhões, com a empresa de cosméticos francesa Yves Rocher. O ativista político nega a acusação, e diz que a Justiça agiu de maneira parcial por ele se opor a Putin.

Antes do julgamento, Navalny disse que foi preso devido "ao medo e ao ódio" imposto por Putin. O opositor afirmou ainda que o presidente russo ficará marcado na história por ser um "envenenador".

"Eu o ofendi profundamente apenas por sobreviver à tentativa de assassinado que ele ordenou", acusou Navalny. "A meta desta audiência é assustar um grande número de pessoas. Vocês não podem prender um país inteiro."

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