Estado Maior

Na dependência

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17

A reunião entre governadores e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, realizada no fim da tarde de ontem, para tratar sobre a distribuição de novas doses de vacina contra a Covid-19, comprovou a dependência do Maranhão em relação ao Governo Federal.

Segundo o governo maranhense, com base em calendário de doses elaborado e apresentado com a participação de membros do Instituto Butantan e da Fiocruz, serão enviadas doses pela União a partir do próximo dia 23. Enquanto isso, o Maranhão amarga um dos piores índices de cobertura vacinal do país, de acordo com o Consórcio de Imprensa.

O que mais chama a atenção é que desde dezembro, a gestão estadual anuncia ter reservados milhões de reais para a compra de vacinas. Mas nunca de fato o
fez, mesmo diante das dificuldades impostas pelo Governo Federal na compra das doses.

Sobre essa eventual compra, em nota à coluna, o Governo do Estado informou que segue em diálogo "com representantes de empresas farmacêuticas de todo
o mundo na tentativa de adquirir vacinas para o estado". O argumento foi reforçado pelo secretário de Estado, Carlos Lula, em entrevista ao Bom Dia Mirante, ontem.

Mesmo com dificuldades na imunização da população e recebendo somente doses de vacinas da União, por claras questões políticas, o governador Flávio Dino (PCdoB) prefere permanecer na condição de pedra e nunca de vidraça. É mais fácil para o comunista a crítica ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem
partido), do que tentar agir (como fez o governador de São Paulo, João Dória) e buscar vacinas para o Maranhão.

O último embate, por exemplo, foi em relação ao repasse de valores para a abertura de leitos e outros investimentos, mesmo sabendo que o Orçamento da União ainda não foi aprovado pelo Congresso. Sem a diminuição do tom das críticas, é difícil pensar em "boa vontade" do Ministério da Saúde - já que por lá, assim como aqui, as questões políticas decidem a favor de aliados e contra adversários - para envio de novas doses.

O jeito é esperar na fila.

Novas doses
O Maranhão deve receber novas doses de vacina até o dia 23 deste mês. Essa foi a sinalização dada pelo Ministério da Saúde (MS) em reunião
virtual realizada na tarde de ontem com governadores.

O governador Flávio Dino participou do encontro e assegurou a construção de um calendário para recebimento de doses. "Passo importante”, disse.

As novas doses serão importantes para acelerar o processo de vacinação no estado.

Vacinação ruim
Dados atualizados pelo Consórcio de Imprensa até o fechamento desta edição apontam que o Maranhão é o estado do país com menor índice de vacinação do país.

O Maranhão registrava o mesmo percentual do Pará, com 1,4% da população imunizada.

Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde disse que estuda soluções para agilizar a imunização em todo o território. Boa parte dos dados ruins devem ser atribuídos a prefeituras do Maranhão.

Ácido
O governador Flávio Dino usou as redes sociais para comentar a decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, de mandar prender o
deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ).

Segundo o comunista, a decisão foi correta porque não se pode confundir “imunidade com impunidade”, já que o parlamentar defendeu o
AI-5 e ainda fez ameaças a ministro do Supremo.

O que disse Flávio Dino tem fundamento e a crítica é correta. Mas, o governador já teve o seu momento de criticar o STF. Ele foi ácido com a
decisão do Supremo na época da prisão do ex-presidente Lula.

Opinião
Sobre o caso Daniel Silveira, poucos deputados federais da bancada do Maranhão chegaram a se manifestar.

O deputado Pedro Lucas Fernandes (PTB), por exemplo, disse que a Câmara dos Deputados tem pautas mais urgentes do que se reunir para
tratar da prisão de Silveira.

Já o Pastor Gil (PL) preferiu chamar para uma reflexão sobre exageros no uso da liberdade de expressão e em decisões judiciais.

Irregularidade
O deputado estadual Wellington do Curso (PSDB), ao utilizar a tribuna da Assembleia Legislativa ontem, citou o uso "irregular", segundo
ele, de vigilantes para o policiamento de ruas no Centro Histórico.

O discurso ocorreu em paralelo à manifestação do Sindicato dos Vigilantes do Maranhão, que anunciou o pedido de antecipação de tutela de
provas e que processará o Estado.

Por enquanto, o Governo não se manifestou sobre o assunto, nem por meio da Secretaria de Comunicação, em pedido de nota de O Estado, e nem por meio do secretário de Cidades, Márcio Jerry.

DE OLHO

R$ 8,1 bilhões foi o valor que o Governo do Maranhão arrecadou em 2020 em Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Sem competência
Nas redes sociais circulam fotos de vigilantes privados em carros com o símbolo do programa Nosso Centro e do próprio governo do Maranhão.

Algumas fotos mostram até uma pessoa algemada aos pés dos vigilantes, que parecem agir como se fossem policiais militares.

O comando da Polícia Militar não se manifestou a respeito, e nem a Secretaria de Segurança. Vale lembrar que um vigilante, que agia como
PM, assassinou o mecânico Irialdo Batalha.

E MAIS

• O caso do mecânico Irialdo Batalha ocorreu em 2015, na cidade de Vitória do Mearim. Ele foi confundido e acabou assassinado pelo vigilante
Luiz Carlos Machado em plena via pública.

• O caso ganhou repercussão em todo o estado após os vídeos com os disparos contra Irialdo circularem em redes sociais.

• Na época, o governo estadual chegou a afirmar que Irialdo Batalha era criminoso e depois teve de recuar, sem um pedido de desculpas formal
para a família do mecânico.

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