Combate às Drogas e Ao Alcoolismo:

Especialista fala sobre riscos e tratamento da dependência química

Às vésperas do Dia Nacional de Combate às Drogas e Ao Alcoolismo, médica também fala sobre recuperação; para ela, o primeiro passo é o paciente reconhecer que é dependente químico e, depois, procurar ajuda profissional

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Mais de 35 milhões de pessoas sofrem de transtornos associados ao uso dessas substâncias
Mais de 35 milhões de pessoas sofrem de transtornos associados ao uso dessas substâncias (bebida e cigarro)

Brasília - Em 20 de fevereiro, é lembrado o Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo, data estabelecida pelo Ministério da Saúde para conscientizar a população brasileira sobre os riscos da dependência química. De acordo com o Relatório Mundial sobre Drogas 2020, cerca de 269 milhões de pessoas usaram drogas no mundo em 2018, o que representa um aumento de 30% em comparação com dez anos atrás. Além disso, conforme o relatório, mais de 35 milhões de pessoas sofrem de transtornos associados ao uso dessas substâncias.

"A dependência química é um tipo de transtorno psiquiátrico que deve ser tratada e controlada simultaneamente como doença e como problema social", explica Patrícia Costa, clínica médica do Hospital Anchieta de Brasília. "O uso abusivo do álcool, a longo prazo, pode causar perda de memória, doenças hepáticas como cirrose, desnutrição, deficiência de vitaminas, distúrbios neurológicos e até câncer, enquanto as drogas causam séria dificuldade de concentração, danos mentais e cerebrais", alerta.

Patrícia lembra também que o uso abusivo de drogas lícitas, como os psicotrópicos, é comum e preocupante. "Trata-se de medicamentos de uso controlado e que só podem ser vendidos com receita médica, entretanto, os dependentes conseguem adquirir de forma irregular. Além do mais, também causam dependência física e psicológica, trazendo sérios danos à saúde e ao cérebro", pontua.

Tratamento
Conforme a especialista, a campanha do dia 20 de fevereiro serve não apenas para desestimular o uso de álcool e de drogas, mas também para deixar claro que, uma vez dependente, há tratamento e a recuperação pode ser plena. "O primeiro passo para o tratamento é o doente reconhecer que é alcoólatra ou dependente químico. Depois, procurar ajuda psicológica e médica", esclarece.

Ela complementa: "psicólogos e psiquiatras aplicam técnicas cognitivas e comportamentais para auxiliar na manutenção da mudança e retirada da droga. Intervenções específicas, com a finalidade de identificar situações de alto risco, também podem ser necessárias para melhor lidar com as reações cognitivas e emocionais associadas".

A clínica geral ressalta também a importância do apoio familiar nesses casos. "Os familiares do paciente precisam estar alinhados com os médicos e psicólogos, para que se estabeleça uma relação de confiança e de aceitação do tratamento, o que garantirá o sucesso da recuperação", conclui.

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