Lançamento

Vinte e cinco anos com celebração à altura!

Foo Fighters lança Medicine at midnight, décimo álbum de estúdio da banda, após ter que adiar a comemoração pelos seus 25 anos por conta da pandemia

Poliana Ribeiro/ Especial para o Alternativo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Foo Fighters acerta em álbum de celebração da carreira
Foo Fighters acerta em álbum de celebração da carreira (foo fighters)

São Luís- Dois mil e vinte era para ter sido especial para o Foo Fighters por marcar os 25 anos da banda. Mas, em vez de lançar um CD novo e sair pela estrada em uma van, como haviam planejado, a celebração foi adiada por causa da pandemia, e o máximo que os fãs puderam ter foram algumas lives e aparições dos integrantes em redes sociais. Eis que 2021 trouxe Medicine at Midnight, disco lançado nesta sexta-feira, 5, e que deve agradar mesmo os fãs que torcem a cara para lançamentos mais recentes, como Sonic Highways (2014) e Concrete and Gold (2017), e permanecem cultuando Wasting Light, de 2011.

A bem da verdade, o primeiro single, Shame Shame, não teve, nem de longe, a recepção esperada. Houve quem dissesse faltar algo na música, como se ela acabasse de forma anticlimática, bem diferente das explosões características das canções mais conhecidas da banda. Com o lançamento do videoclipe - com uma vibe sombria e bem diferente de divertidos registros visuais, como Learn to Fly e Breakout -, muitos reviram suas opiniões e até passaram a gostar mais da música.

Em seguida, o Foo Fighters lançou No Son of Mine, que agradou mais aos fãs, com seus riffs de guitarra mais intensos e um refrão grudento (no bom sentido). Mas foi com Waiting on a war que muita gente que já apregoava o lançamento de um disco fraco precisou dar o braço a torcer. A música, lançada na virada do ano, agradou até os mais críticos com o seu início melódico e sua letra sensível sobre um menino – o próprio Dave Grohl – vivendo em um clima de apreensão por causa de uma possível guerra.

E a verdade é que, embora os três primeiros singles tenham a marca de qualidade do Foo Fighters, Medicine at midnight é uma experiência que deve ser vivida integralmente, faixa a faixa, para que, ao final, você consiga se sentir em uma verdadeira celebração. Como o vocalista falou em várias entrevistas, para ele, esse é o disco mais festivo do FF, cheio de grooves e com muitos momentos a la David Bowie.

Tudo começa com Making a fire, que deixa o espírito preparado para que a audição de Shame Shame se distancie das impressões causadas apenas pelo lançamento do single. Cloudspotter mantém o astral alto com um dos melhores vocais de Dave Grohl ao longo do disco e uma guitarra que chama para um remexer de esqueleto. Waiting on a war, que vem na sequência, não chega a ser uma balada, mas deixa um espírito mais calmo e reflexivo – mesmo com as explosões vocais no refrão.

A música que dá nome ao disco resgata um pouco as experimentações que Dave Grohl propôs em Concrete and Gold e que muita gente não entendeu. É, certamente, a música que mais flerta com a obra de David Bowie, principalmente nos anos 80. Já No son of mine é a música típica do Foo Fighters: bateria, guitarra e alguns gritos inconfundíveis de Dave Grohl, sensação que permanece em Holding Poison. Em seguida vem a calmaria de Chasing Birds, a única balada do disco, que se encerra com Love Dies Young e uma vontade de que essa jornada musical fosse mais longa.

Ao longo de 25 anos, o Foo Fighters nunca teve medo de experimentar sem perder a essência. Medicine at Midnight não foi tão ousado quanto Concrete and Gold – ambos foram produzidos por Greg Kurstin -, mas demonstra uma evolução musical fruto de um grupo coeso e maduro, com influências muito plurais, que vão de Bowie a Led Zeppelin, passando por Motörhead e Beatles. A sonoridade do novo disco da banda tem uma mistura perfeita entre o rock característico do Foo Fighters, uma excelente utilização de backing vocals – inclusive a talentosa Violet Grohl – e um vocal muito bem colocado de Dave Grohl. É para celebrar!

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