Expulsão de servidores

Alemanha, Suécia e Polônia exigem a saída de diplomatas russos

Medida é resposta à diplomacia da Rússia. O governo russo acusou diplomatas dos três países de participar de ''manifestações ilegais'' contra a prisão de Alexei Navalny, principal opositor do presidente Vladimir Putin

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Manifestação em São Petersburgo, na Rússia, pede pela liberdade do líder opositor Alexei Navaln
Manifestação em São Petersburgo, na Rússia, pede pela liberdade do líder opositor Alexei Navaln (Manifestantes protestam)

BERLIM - Os governos da Alemanha, Suécia e Polônia anunciaram, ontem,8, a expulsão de diplomatas russos em seus países, depois de uma ação similar do Kremlin na semana passada.

O governo da Rússia expulsou diplomatas dos três países sob a acusação de que eles teriam participado de protestos considerados ilegais contra a prisão do líder opositor, Alexei Navalny.

Os ministérios de Relações Exteriores alemão e polonês indicaram, cada um, um funcionário russo como 'persona non grata'. Já a Suécia informou ao embaixador russo em Estocolmo que ele deve escolher um diplomata da delegação estrangeira para deixar o país.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, disse em entrevista à emissora pública de TV Rossia1 que a decisão tomada pelos

Na sexta-feira,5, a chanceler alemã, Angela Merkel, condenou a expulsão de um funcionário da diplomacia da Alemanha. Ela considerou a medida como "injustificada".

O ministro das Relações Exteriores da Polônia, Zbigniew Rau, convocou o embaixador polonês na Rússia para consulta, e disse esperar que o país reverta a decisão de expulsar o diplomata que atuava em São Petersburgo.

Uma porta-voz da diplomacia sueca disse à agência de notícias Reuters que é falsa a acusação de que um servidor do país tenha participado das manifestações.

[Ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, em entrevista coletiva em Moscou em 5 de fevereiro de 2021 — Foto: Ministério de Relações Exteriores da Rússia/Divulgação/Reuters]

Também na última sexta, o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, recebeu o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, em Moscou, para discutir a relação entre os países depois da prisão de Navalny.

Lavrov chegou a comentar que a União Europeia é um "parceiro que não se pode contar". É possível que a União Europeia, que condena a prisão do líder opositor, aplique sanções contra a Rússia, assim como já anunciaram os Estados Unidos.

Outro julgamento de Navalny

Navalny, condenado no início da semana a mais de 2 anos de prisão por violar uma liberdade condicional, passa por um novo julgamento iniciado em 5 de fevereiro.

O advogado já havia sido condenado em 2014 a três anos e meio de prisão, e chegou a cumprir doze meses da pena em casa, segundo a agência russa de notícias RT.

Entretanto, na terça-feira (2), um tribunal da Rússia entendeu que o principal opositor de Vladimir Putin não se apresentou regularmente ao Serviço Penitenciário Federal.

O ativista foi preso em 17 de janeiro assim que desembarcou na Rússia, após passar meses na Alemanha se recuperando de um envenenamento pelo agente químico novichok.

Navalny, que se contaminou com a substância em agosto na região russa da Sibéria, acusa o governo Putin de estar por trás da tentativa de envenenamento. O presidente nega.

A decisão foi anunciada dois dias depois de um dos maiores protestos da história contra Putin e contra a detenção do líder oposicionista terminar em mais de 5 mil prisões na Rússia.

Mesmo com a tentativa do governo russo de desmobilizar a manifestação, com prisões de aliados de Navalny e fechamento de estações de metrô em Moscou, milhares foram às ruas da capital do país.

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