Produção

Crescimento do mercado livre de gás em 2021 é aposta da Eneva

Com aumento de 5,5 bilhões de m³ nas reservas confirmadas, empresa mapeia grandes clientes no Norte e Nordeste; prioridade é comercializar sua própria produção nos campos de Azulão (AM) e da Bacia do Parnaíba (MA)

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Estação de Gás Natural Gavião Branco (EPGVB), da Eneva, localizada na Bacia do Parnaíba, no Maranhão
Estação de Gás Natural Gavião Branco (EPGVB), da Eneva, localizada na Bacia do Parnaíba, no Maranhão (Gás Natural)

SÃO LUÍS - Depois de completar a reestruturação da sua área de energia, em 2020, a Eneva aposta que 2021 será o ano do gás natural. A empresa quer explorar as oportunidades geradas pela abertura do mercado, comercializando o produto para consumidores livres. E a Eneva tem gás para isso. A partir da confirmação de um aumento de 5,5 bilhões de m³ nas reservas comprovadas da companhia, a prioridade é comercializar sua própria produção nos campos de Azulão, no Amazonas; e da Bacia do Parnaíba, no Maranhão.

Segundo Camila Schoti, gerente geral de Comercialização da Eneva, a empresa vem mapeando as oportunidades de negócios junto a grandes clientes nas Regiões Norte e Nordeste do país, para aproveitar a vantagem logística, em função da proximidade com os ativos de gás da companhia.

Ela explica que há um grande interesse no mercado livre de gás, tanto no segmento térmico quanto não-térmico. “Os clientes conectados a gasodutos querem outros supridores, e os que estão isolados, querem uma alternativa que dê mais competitividade a seus processos”, resume.

“Há uma oportunidade para substituição de combustíveis líquidos como o diesel e o óleo combustível pelo gás natural, com forte impacto econômico, social e ambiental”.

Inicialmente, os setores de mineração, metalurgia, papel e celulose serão a prioridade na prospecção da Eneva. Como a operação vai começar em regiões que não estão conectadas à malha de gasodutos, a empresa pretende adotar o mesmo modelo que implementou no projeto termelétrico de Jaguatirica II, em Roraima: o abastecimento por meio de GNL. O transporte será feito por modal rodoviário ou hidroviário.

Mas a estratégia de comercialização não pretende se limitar a vender o gás produzido pelo grupo. A Eneva também quer oferecer serviços de comercialização para grandes produtores de gás, que podem não ter apetite para prospectar clientes de menor porte.

Gás natural liquefeito

Outro segmento no radar da companhia é a importação de Gás natural liquefeito (GNL). Desde que os preços sejam competitivos, é claro. Mas qual seria esse preço? Esse limite, segundo Camila, seria um preço compatível com o uso na geração térmica. “Podemos trazer o GNL para injetar na malha de gasodutos ou para interiorizar, com transporte de pequena escala”, diz.

Mas, a cadeia produtiva do gás natural está preparada para uma oferta verdadeiramente competitiva em relação a outras fontes de energia? Camila acredita que sim, e não vê o gás natural necessariamente como um concorrente das energias renováveis, mas como uma solução complementar. “Nosso objetivo é oferecer um portfólio completo e formatar a melhor solução energética para cada cliente”, explica.

Camila Schoti esclarece ainda que, apesar das prioridades no curto prazo, nenhum segmento de mercado está descartado pela Eneva. “Não temos nenhum plano para a área de biogás, no futuro próximo, por exemplo, mas isso não quer dizer que a porta está fechada”, conclui.

Campo de Gavião Preto

A Agência Nacional de Petróleo, Biocombustíveis e Gás Natural (ANP) recomendou ao Ministério de Minas e Energia (MME) a inclusão dos projetos de produção de gás natural e dutovias de escoamento e transferência do campo de Gavião Preto, operado pela Eneva, no regime especial de incentivos para desenvolvimento da infraestrutura (Reidi).

O Reidi prevê a isenção de cobrança de Pis/Pasep e Cofins sobre a aquisição de bens e serviços para projetos de obras de infraestrutura nos setores de transportes, portos, energia, saneamento básico e irrigação.

Localizado na Bacia do Parnaíba, o campo de Gavião Preto teve sua última versão do plano de desenvolvimento aprovado em agosto de 2020, quando foi incorporada ao campo a área remanescente do bloco PN-T-67. No mês seguinte, a Eneva solicitou o enquadramento no regime especial.

Além de Gavião Preto, a empresa tem mais três campos em desenvolvimento no Maranhão – Gavião Branco Norte, Gavião Tesoura e Gavião Carijó – e um no Amazonas, o campo de Azulão. A Eneva opera ainda 17 blocos exploratórios e cinco campos produtores (Gavião Real, Gavião Vermelho, Gavião Branco, Gavião Caboclo e Gavião Azul).

Recentemente, a empresa anunciou ampliação de suas reservas de gás natural, com crescimento de 7,9% nas reservas 2P, com destaque para as áreas em desenvolvimento de Gavião Tesoura (variação de +1,354 bilhões de m³) e Gavião Preto (+ 1,146 bilhões de m³).

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