Saúde

Além da Covid-19, saiba quais vacinas seu filho não vai receber

Algumas imunizações só são encontradas na rede privada, onde cada dose pode custar mais de R$ 600

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
(BCG vacina)

São Paulo - Todo mundo só pensa na vacina contra a Covid-19, que não vai contemplar ainda crianças e adolescentes. Mas esta imunização, a mais cobiçada atualmente, não é a única a qual o público infantil não tem acesso. O Programa Nacional de Imunização (PNI) não oferece, por exemplo, proteção para todos os tipos de meningite, doença caracterizada pela inflamação das membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal, e que pode causar sequelas graves e até a morte. As doses contra a meningite do tipo B estão fora do calendário oficial. Hoje, no Brasil, só é possível encontrá-las na rede privada, com um valor que, dependendo da clínica, pode chegar aos R$ 650.

No ano passado, a vacina Meningocócica ACWY, que protege contra quatro dos cinco tipos mais comuns de bactérias que causam a meningite, foi incorporada ao PNI, ou seja, já pode ser tomada no Sistema Único de Saúde. Mas a aplicação só é feita para adolescentes de 11 e 12 anos, como dose única ou reforço da Meningocócica C, que deve ser aplicada aos 3,5 e 12 meses de idade. Ou seja, pais e responsáveis que queiram proteger as crianças na primeira infância precisam continuar recorrendo à rede privada, que cobra, em média, R﹩ 400 por cada aplicação.

Outra diferença, diz a pediatra Patrícia Rezende, do Grupo Prontobaby, é que, muitas vezes, as vacinas oferecidas pelo SUS protegem contra menos sorotipos do que as encontradas na rede particular. É o caso da imunização contra o rotavírus, que, no PNI, é oferecida aos 2 e 4 meses, e só protege para uma cepa. Nas clínicas particulares, ela pode ser dada aos 2,4 e 6 meses e imuniza contra cinco sorotipos.

"Nosso Programa Nacional de Imunização é um dos mais completos do mundo, porém tem algumas vacinas que ficaram de fora. Quando a gente pensa em saúde pública, ele funciona muito bem, mas, quando se pensa no indivíduo, às vezes vale a pena completar com o sistema particular", diz a pediatra.

Ela cita também como exemplo das discrepâncias entre os dois sistemas as vacinas que atuam contra pneumococos, bactéria que é uma das principais causas de pneumonia e meningite. A oferecida na rede pública, a conjugada 10-valente, previne cerca de 70% das doenças graves, como pneumonia, otite e meningite, causadas por dez sorotipos. Já na rede privada, a vacina pneumocócica conjugada 13-valente é capaz de proteger contra 13 sorotipos e sua eficácia abrange cerca de 90% das doenças graves causadas por eles.

"Outra doença que tem diferença é a varicela. Ela é oferecida como tetraviral aos 15 meses no PNI, e, no sistema particular é recomenda uma segunda dose. Quando a gente pensa em termos de saúde pública, uma dose vai imunizar boa parte da população, pensando em custo-benefício, é ótimo, mas pensando no filho, no indivíduo, foi visto que uma segunda dose tem imunização melhor, afirma.

Para quem não tem acesso às vacinas da rede privada por conta do alto valor, a pediatra recomenda que sejam tomados cuidados como higienizar com frequência as mãos, manter distanciamento, evitar ambientes fechados e dar preferência aos arejados. Em caso de criança doente, ela não deve ir à escola, cujo retorno está previsto para fevereiro. O mesmo procedimento deve ser adotado se houver alguém contaminado no colégio

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