TEERÃ - O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, afirmou na sexta-feira,29, que o país só vai retomar as obrigações do acordo nuclear de 2015 quando os Estados Unidos voltarem ao pacto e retirarem as sanções impostas.
A declaração ocorre dois dias após o novo secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmar que os EUA só retornariam ao acordo quando o Irã voltar a cumprir os compromissos acordados.
"O Irã não está cumprindo com suas obrigações em várias frentes. E levará algum tempo, se decidir fazê-lo, para cumprir com suas obrigações novamente e para que avaliemos se está fazendo isso", afirmou Blinken na quarta-feira,27. "Ainda não chegamos a esse ponto, para dizer o mínimo".
"O presidente Biden foi muito claro ao dizer que, se o Irã cumprir integralmente suas obrigações sob o plano novamente, os Estados Unidos fariam o mesmo", afirmou Blinken.
Zarif disse que exigência americana "não é prática e não vai acontecer".
"Os Estados Unidos abandonaram o acordo unilateralmente e agora é obrigação dos Estados Unidos retornar e cumprir seus compromissos. Assim que o fizer, cumpriremos os nossos", afirmou o chanceler.
"O novo governo americano exige que o Irã volte ao acordo, mas isso não faz sentido. Quem abandonou o pacto deve voltar a ele", acrescentou o ministro iraniano em entrevista coletiva.
Os EUA deixaram o acordo em 2018, no governo de Donald Trump, e impôs sanções econômicas a Teerã. O pacto foi fechado pelo governo de Barack Obama em 2015, após meses de negociações entre Irã, Estados Unidos, Alemanha, França, Reino Unido, Rússia e China.
Tratado abandonado
Zarif destacou que os Estados Unidos "não apenas abandonaram o tratado, mas começaram a pressionar outros países e suas empresas que continuam cumprindo o pacto, algo totalmente ilegal".
"O que o Irã fez foi uma reação contra isso", afirmou o chanceler sobre a decisão iraniana de não cumprir o acordo e começar a enriquecer urânio acima da pureza e quantidade permitidas.
Ele disse que "o Irã não quer uma arma nuclear" e pediu a destruição de todas as armas nucleares pelas potências atômicas.
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