Eleição da Câmara

Lira diz que Planalto não interfere e Rossi reclama de ação de Bolsonaro

Um dia após o presidente Jair Bolsonaro dizer que vai "influir" na eleição da Câmara, Arthur Lira, seu candidato, nega interferência e Baleia Rossi reclama de ações do governo federal na disputa pela presidência da Casa

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Lira fala em não interferência e Rossi chama atenção para ações do presidente Bolsonaro na eleição para a presidência da Câmara Federal
Lira fala em não interferência e Rossi chama atenção para ações do presidente Bolsonaro na eleição para a presidência da Câmara Federal (LIra e Bolsonaro)

Brasília

O candidato à presidência da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) afirmou ontem que ninguém vai influir no comando da Casa, caso seja eleito. A fala contradiz o presidente Jair Bolsonaro, que declara publicamente apoio à candidatura do parlamentar. Nesta quarta-feira, 27, após um café da manhã com deputados do PSL no Palácio da Alvorada, o chefe do Executivo disse que, "se Deus quiser vai participar e influir na presidência da Câmara".

Lira afirmou que, se eleito, será "independente, altivo, autônomo e harmônico". "Eu não ouvi ninguém dizer que vai influir na presidência da Câmara. Influir na presidência da Câmara é diferente do que ele pode ter dito. Porque na presidência da Câmara ninguém influi", disse ele nesta tarde ao chegar ao Congresso para uma reunião com a bancada do PP. "Eu não vou procurar briga ou insuflar qualquer tipo de discussão que não sejam as propostas deste período de eleição", completou

Mais cedo, o adversário de Lira na eleição para o comando da Casa, deputado Baleia Rossi (MDB-SP), reclamou da interferência do Palácio do Planalto na disputa. Questionado sobre a declaração, Lira afirmou que não fez críticas sobre "interferência de governadores e da Câmara". "Eu não estou vendo nenhum deputado publicamente assumir que está tendo interferência. Se vocês olharem no Diário Oficial do Estado de São Paulo, o diário oficial da Câmara, vocês vão ver interferência."

Lira continuou e disse que não é momento de "baixar o nível da campanha", já que as propostas dos dois candidatos já são conhecidas. "Cada um sabe o que fala e o que os deputados esperam. Os perfis já estão traçados, ninguém muda voto de ninguém numa altura desta. Cada um tem que terminar com a altivez necessária para saber que no dia 2 de fevereiro vamos precisar estar juntos para votar as pautas que o Brasil precisa "

O candidato disse também que ainda trabalha para conseguir votos "Só resta a mim fazer campanha. Mostrar que a gente pode fazer uma gestão diferente e acabar com o excesso de individualismo".

Questionado sobre a possibilidade de ter apoio de parlamentares do DEM, ele afirmou que qualquer partido ainda pode se unir à sua candidatura, já que apenas ele tem um bloco posto até agora.

Acusação

O deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP), candidato à presidência da Câmara, acusou ontem o Palácio do Planalto de “brutal interferência” no pleito.

Já Arthur Lira (PP-AL), principal adversário de Baleia na disputa e apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, negou haver influência do governo federal na eleição. Segundo Lira, "ninguém influi" na Câmara.

As duas declarações fazem referência à fala do próprio presidente Jair Bolsonaro sobre o tema, na quarta-feira, 27. Após reunião com deputados do PSL, Bolsonaro disse ter a intenção de "influir na presidência da Câmara" por meio de parlamentares do partido.

Data

A eleição está marcada para o dia 1º de fevereiro e será realizada por meio de votação secreta.

“Vejo uma interferência brutal do Palácio do Planalto na tentativa de diminuir o debate da Câmara, de fragilizar o trabalho dos parlamentares”, disse Baleia.

Para Lira, a declaração de Bolsonaro não significa que haverá interferência na condução da Câmara.

Apoiador da candidatura de Baleia, o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), chegou a dizer na quarta que a intenção do presidente Jair Bolsonaro "é transformar o parlamento num anexo do Palácio do Planalto".

Maia também disse estimar que chegam a R$ 20 bilhões as emendas prometidas pelo governo a parlamentares que apoiarem Lira à presidência da Câmara dos Deputados.

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