Independência

Boris Johnson, premiê britânico, visita Escócia, que vive onda separatista

Primeiro-ministro do Reino Unido defende a unidade do país; pesquisas consecutivas mostraram um apoio majoritário à independência da Escócia

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Boris Johnson em visita à Escócia, em 28 de janeiro de 2021
Boris Johnson em visita à Escócia, em 28 de janeiro de 2021 (Boris Johnson)

REINO UNIDO - O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, realizou ontem, 28, uma viagem à Escócia para defender a unidade do país e se opor a um movimento separatista que ganhou força com o Brexit e com a gestão da pandemia de coronavírus.

As pesquisas mostram que os escoceses preferem majoritariamente a gestão da crise sanitária empreendida pela primeira-ministra escocesa, a separatista Nicola Sturgeon.

Líder do Partido Nacionalista Escocês (SNP), Sturgeon está em conflito aberto com Johnson devido à sua rejeição em permitir um segundo referendo de autodeterminação após o de 2014, no qual a permanência da Escócia no país se impôs com 55%.

O principal argumento naquela época contra a independência foi o risco de estar fora da União Europeia. No entanto dois anos depois, o Brexit venceu em um referendo (os escoceses se opuseram à saída da União Europeia), e o Reino Unido deixou de fazer parte do bloco.

O SNP deixou claro que Johnson, que consideram já estar em campanha, não é bem-vindo: "A Escócia não votou por este governo conservador, não votamos pelo Brexit e certamente não votamos por Boris Johnson", disse seu número dois, Keith Brown.

Onda separatista

Vinte pesquisas consecutivas mostraram um apoio majoritário à independência da Escócia, e o SNP publicou um "esboço para um referendo" que, apesar de garantirem que será legal, é uma reminiscência preocupante do desafio independentista catalão de 2017.

O "primeiro-ministro está em pânico", afirmou Brown, argumentando que Downing Street "classificou esta viagem como 'essencial'".

Em um país confinado pela terceira vez contra o coronavírus, somente as "viagens essenciais" estão autorizadas e Sturgeon usou este argumento para tentar impedir o deslocamento de Johnson.

"Pessoas como eu e Boris Johnson precisam trabalhar por razões que as pessoas compreendem, mas não temos que viajar por todo o Reino Unido. Temos o dever de liderar com o exemplo", disse na quarta-feira.

O governo do Reino Unido respondeu que é "papel fundamental do primeiro-ministro representar fisicamente o governo britânico" e deve "estar acessível para as comunidades, as empresas e o público".

Antes de começar a viagem, Johnson elogiou os "grandes benefícios da cooperação" no Reino Unido desde o início da pandemia. "Trabalhamos juntos para derrotar o vírus", afirmou em nota.

No entanto, os governos descentralizados da Escócia, Gales e Irlanda do Norte são responsáveis pelas suas políticas de saúde e a pandemia deu um protagonismo especial aos seus líderes locais.

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