Brasília - Em 2019, antes de o país ser atingido pela pandemia da Covid-19, o número de cirurgias no Brasil chegou a 267,1 mil, o que representa uma redução de 53% em 2020 e preocupa os especialistas em relação à demanda reprimida, que deve ser atendida em 2021.
De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Hérnia, médico Christiano Claus, deve ocorrer alta nos casos de emergências relacionadas às hérnias abdominais. "A demanda dos serviços de saúde, público e privado, deve ser maior do que o esperado. Muitas pessoas deixaram de comparecer às consultas durante a pandemia e podem registrar complicações ou ter o diagnóstico da hérnia ao longo deste ano", explica.
O que é uma hérnia
As hérnias da parede abdominal atingem aproximadamente 20% dos brasileiros. São orifícios ou fraquezas na musculatura do abdome pelo qual os órgãos intraabdominais podem atravessar. O local de passagem do cordão umbilical é um exemplo de região de fragilidade, onde ocorrem as hérnias umbilicais.
Entre os sintomas comuns está o aumento de um volume na região, causando um abaulamento (bola) na forma do abdome, associado a dor ou desconforto local.
Complicações
Pode acontecer que as hérnias fiquem encarceradas ou estranguladas. "O encarceramento da hérnia não é um caso de emergência médica, mas provoca dor, já o estrangulamento pode causar necrose e infecção. Este quadro representa uma verdadeira emergência cirúrgica", explica o vice-presidente da SBH, Marcelo Furtado.
Em casos de complicações o paciente deve buscar o pronto-atendimento. Segundo Gustavo Soares, diretor executivo da sociedade, os sintomas são "dor intensa e aumento de volume mais acentuado no local da hérnia. Ainda sintomas de obstrução do intestino, como vômitos e estufamento abdominal podem estar presentes", alerta.
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