Editorial

Visões sobre pandemia e vacina

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17

O brasileiro, ao que parece, está atento no que diz respeito aos méritos dos avanços alcançados nesta pandemia. Uma pesquisa Exame/Ideia, divulgada na última sexta-feira, mostrou que 32% dos brasileiros atribuem à comunidade científica o mérito pela aprovação do uso emergencial das vacinas CoronaVac, do Instituto Butantan, e Oxford/AstraZeneca, da Fundação Oswaldo Cruz.

Diante de tantos fakes e boatos na internet, de mensagens enganosas na internet, de gente pondo em dúvida a eficácia da vacina, é de se celebrar esse percentual que mostra que boa parte do público nacional está sabendo separar o joio do trigo.

E a pesquisa traz muito mais dados. Depois de longo processo de avaliação, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou no domingo, 17, o uso das vacinas Coronavac, do Butantan, e Oxford/AstraZeneca, e, de acordo com as fontes ouvidas pela pesquisa, 24% concordaram que o mérito dessa aprovação é do Butantan e da Fundação Oswaldo Cruz.

Mas, vai além. Aponta que 13% disseram que é da própria população brasileira; 8% afirmaram que é do governador de São Paulo, João Dória; 5% avaliam que é mérito do ministro da Saúde, Eduardo Pazzuello; 3% disseram que é do presidente Jair Bolsonaro; e 1% avaliaram ser do Congresso Nacional.

Vale destacar que, dentro desse dado, observa-se que 69% das pessoas com ensino superior afirmam que o mérito da aprovação é dos laboratórios e dos cientistas; enquanto 5% das classes D e E atribuem o mérito da aprovação da vacina ao governador João Dória.

A pesquisa traz dados relevantes nesse momento de polarização sobre alguns temas e apresenta dados sobre a vacina mostrando a visão mais pragmática e menos política da população sobre o assunto. Outro dado interessante é que também aponta que o governo federal, personificado pelo ministro da Saúde e pelo presidente, foi coadjuvante na aprovação de ambas as vacinas.

O levantamento também perguntou sobre a situação da pandemia na cidade de Manaus (AM), que experimentou uma crise de saúde pública, uma grave deficiência no fornecimento de oxigênio para os hospitais e um aumento substancial de casos de Covid-19, com pacientes sendo transferidos para diversas cidades do país, incluindo São Luís.

Segundo dados da pesquisa, 33% disseram que o principal responsável pelo agravamento da situação no município é a população em geral; já 26% apontaram o governo do Amazonas como culpado; 18% concordam em ser o governo federal; 6% afirmaram ser culpa da Prefeitura de Manaus; e 5% dos comerciantes e empresários locais.

Nessa mesma linha, ao mesmo tempo em que 48% dos entrevistados acreditam que nas próximas semanas a situação em Manaus vai melhorar, 47% dizem que a cidade onde vivem poderá ser atingida por nova onda de contaminação pelo coronavírus, como ocorreu em Manaus.

A pesquisa traz um recorte do período, mas é bem esclarecedora sobre o pensamento popular, diante de tantos acontecimentos. Foi realizada com uma amostragem de 1.200 pessoas, aceitando uma margem de erro máxima prevista de aproximadamente 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Essa visão pode ajudar a entender muito do que ocorre no meio da comunidade. Como as pessoas desconhecerem a qualidade do trabalho de cientistas e, por isso, desqualificá-lo; ou ainda se recusarem a receber dose da vacina por não saberem os detalhes dos estudos que envolvem a produção dos imunizantes, seja ele de qual laboratório for.

Por isso, todo esclarecimento é válido, é luz sobre a ignorância. O principal deles, claro, é saber que, neste tempos, deve-se temer a infecção pelo coronavírus e não uma dose de vacina, testada e já 'retestada' em diversos países. Proteja-se!

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