Volta às aulas

Com aumento de casos na Ilha, ensino híbrido tem sido solução na Ilha

Aulas da rede privada retornaram na última segunda-feira, 25, porém, ainda com adaptações para evitar proliferação da Covid-19

Bárbara Lauria / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Volta às aulas na rede privada de ensino é hibrida, sem aulas 100% presenciais, para coibir contaminação
Volta às aulas na rede privada de ensino é hibrida, sem aulas 100% presenciais, para coibir contaminação (sala de aula)

São Luís – As aulas das instituições privadas de São Luís foram retomadas nesta segunda-feira, 25, porém, diferentemente dos outros anos, não aconteceu de forma 100% presencial. Sem abraços, com máscaras, distanciamento social e menos alunos nas salas, as escolas da rede privada continuam aderindo medidas para garantir que não haja propagação da Covid-19, porém, diante o aumento de casos em São Luís, pais ainda tem optado por ensino híbrido.

Juliana Guimarães Milhomem, de 11 anos, está no 6º ano do ensino fundamental e tem assistidos suas aulas de forma remota desde o início da pandemia. Sua mãe, a cirurgiã dentista Teresinha de Jesus Milhomem, explica que acha a decisão mais segura, pois, nas escolas há momentos em que a criança pode se distrair e se contaminar.

“Nós pensamos muito sobre mandá-la para as aulas presenciais neste momento, até por uma questão de segurança. Juliana, só com 11 anos, ainda não tem maturidade para saber como se portar em todos os momentos, no lanche, ao ir no banheiro, substituir a máscara. Às vezes, no momento de fazer o descarte da máscara, por não saber fazer de forma adequada, pode se contaminar e não é uma responsabilidade necessariamente do professor que tem de cuidar de mais 20 crianças da mesma idade. Então, pensamos nisso, na segurança”, explicou Teresinha Milhomem.

De acordo com o Sindicato de Estabelecimentos de Ensinos Privados do Maranhão (Sinepe-MA) cada escola tem autonomia pedagógica e administrativa para definir suas práticas educativas e adequações aos protocolos de segurança de prevenção à Covid19, contudo, ainda no mês de março de 2020, de forma colaborativa, o Sinepe-MA contratou uma consultoria médica especializada para elaborar um protocolo detalhado de condutas e normas preventivas, que foi aprovado pelo Comitê de Saúde do Estado e compartilhado com escolas filiadas e não filiadas.

A orientação do sindicato, diante do atual cenário da pandemia em que há reaceleração dos casos na Grande Ilha, é que a comunidade escolar continue seguindo as orientações das autoridades de saúde, para o bem de alunos, pais, professores e demais colaboradores.

Na última segunda-feira, 25, uma das unidades de uma escola privada localizada, no bairro Renascença, anunciou suspensão de todas as atividades presenciais durante 14 dias, após serem confirmados casos de Covid-19 na instituição. “É importante ressaltar que nossa preocupação/prioridade é preservar a saúde e o bem-estar de nossos alunos e toda a comunidade escolar. E, diante do cenário de aumento de casos em nosso estado, faz-se necessário que todas as famílias continuem a se preservar, cumprindo os protocolos de saúde”, diz nota, que ainda ressalta que todas as aulas continuarão de forma online.

No dia 21 de janeiro, quarta-feira, outra unidade da mesma instituição, no bairro Calhau, suspendeu as atividades presenciais por 14 dias, após confirmares dois casos de coronavírus.

Cuidados nas escolas
O infectologista Fabrício Pessoa explicou a O Estado que, para se manter os cuidados dentro do ambiente escolar, é necessário prezar por garantias que reforcem as medidas do protocolo de segurança.

“É necessário um bom planejamento pedagógico, boas orientações, que ocorra um planejamento em espaço com estrutura física que permita esse retorno das aulas garantindo sempre a higienização dos ambientes, realizando limpezas terminais nos ambientes, garantindo a higienização das mãos das crianças e professores, dos colaboradores dessa unidade”, destacou o infectologista, que também lembrou da necessidade da sinalização no ambiente para regularizar o fluxo de pessoas e garantir o distanciamento.

Para garantir essa segurança dos alunos, professores e colabores, uma escola localizada no Renascença, contou com apoio de uma infectologista, que também é mãe de aluno da instituição, para elaborar um plano de segurança. Seguindo o modelo híbrido, ou seja, com aulas presenciais e online, a escola dividiu as turmas para que os alunos sigam um rodízio de aulas presenciais e online.

A escola também informou que aqueles pertencentes a grupos de riscos ou que as famílias prefiram o modelo online, podem permanecer acompanhando as aulas de casa. Esse rodízio e escalonamento de alunos serve para evitar aglomeração nas salas de aula.

A instituição também mantém a medição de temperatura de todos na entrada, a oferta de dispensers com álcool em gel nas instalações, além de realizar higienização especial na sede da escola e seguir cumprindo as normas de distanciamento social como, por exemplo, ao posicionar as carteiras nas salas de aulas. Na Instituição também é obrigatório o uso de máscaras para todos. “As escolas têm que ser vistas como atividade essencial para a sociedade para garantirmos o bem-estar social e cívico do desenvolvimento dessas crianças”, enfatizou Fabrício Pessoa.

SAIBA MAIS

Alerta Vermelho

Com o aumento de casos, o Maranhão entrou para a fase vermelha em relação a ocupação de leitos para pacientes com Covid-19. No espaço de uma semana, de 18 a 25 de janeiro, foram confirmados apenas na Ilha 576 novos casos. De acordo com o boletim epidemiológico da última segunda-feira, 25, a taxa de ocupação dos leitos de UTI da região metropolitana alcançou 82,88%. Apesar do início da imunização na capital, o aumento de casos causou preocupações na população. Em entrevista, na manhã de segunda-feira, o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, chamou atenção para aumento de casos entre jovens de 24 a 34 anos, e chegou a suspender festas e eventos com até 150 pessoas, porém durante a noite o secretário revogou a decisão após “manifestações”. Contudo, apesar dos registros, de acordo com a última atualização do Consórcio de Veículos de Imprensa, o Maranhão ainda está com um quadro de estabilidade, ou seja, nem aumento e nem diminuição na média móvel de novos casos e novos óbitos.

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