Levantamento

Salários dos prefeitos nas capitais variam de R$ 17,6 mil a R$ 31 mil

São Luís, capital maranhense, está entre as 10 capitais onde são pagos os maiores salários aos prefeitos

do G1

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h17

Um levantamento feito pelo G1 revela que os salários dos prefeitos das 26 capitais dos país chegam a variar 76% dependendo da cidade. A remuneração bruta dos chefes do Executivo municipal oscila de R$ 17,6 mil (em Rio Branco) a R$ 31 mil (em Belo Horizonte). Já o valor pago aos vereadores pode superar o dobro de acordo com a capital. Isso ocorre, por exemplo, na comparação da menor remuneração – em Vitória (R$ 8,9 mil) – com a maior – em Aracaju, Campo Grande, Rio e São Paulo (R$ 18,9 mil, o teto do cargo).

Os prefeitos e os vereadores tomaram posse no início de janeiro de 2021 e vão exercer um mandato de quatro anos. Durante esse tempo, porém, os salários ainda podem sofrer alterações.

Em São Luís, capital do Maranhão, o salário do prefeito chega a ser 13 vezes o rendimento médio da população que vive na cidade. Em Teresina (PI), os vereadores ganham 10 vezes mais do que a média da população. Os dados são do primeiro trimestre de 2020 da Pnad Contínua, do IBGE.

Apesar de o salário já estar bastante distante da realidade brasileira, cinco prefeitos de capitais sancionaram aumento ou reajuste de salário nos últimos 12 meses, mesmo com a pandemia da Covid-19.

Em São Paulo e Manaus, o aumento foi de 46,6% e 50%, respectivamente, mas só passa a valer a partir de 2022 – quando isso ocorrer, SP terá o maior salário de prefeito entre as capitais (R$ 35,4 mil). Em Curitiba, Salvador e Fortaleza, o reajuste foi bem menor, mas também incrementou os salários dos prefeitos.

Já os vereadores de Cuiabá, Fortaleza, Manaus e Natal também conseguiram elevar o salário nos últimos meses. Em Manaus e Cuiabá, por exemplo, o percentual foi de 25,75% e 25,2%, respectivamente. Apenas em Teresina (PI) os vereadores ganham mais do que o prefeito.

O economista Gil Castello Branco, fundador e secretário-geral da Associação Contas Abertas, lembra que um estudo da Firjan, publicado em 2019, mostra que a situação fiscal de 3 a cada 4 municípios é "crítica" ou "difícil". Ele vê com preocupação o aumento dos salários, já que isso cria um efeito cascata ao subir também os salários de outros cargos do Executivo municipal e elevar ainda mais o gasto com pessoal.

"É injusto porque a maioria da população brasileira, praticamente a metade, estava em lares contemplados pelo Auxílio Emergencial. Além disso, temos 14 milhões de desempregados, então não me parece justo conceder aumento de salário para aqueles que, com certeza, foram os menos prejudicados na pandemia. Eles ainda têm estabilidade como políticos, mesmo que de forma temporária, assim como os servidores públicos, e não tiveram qualquer tipo de redução de salário. Foram os menos atingidos."

G1 fez levantamento sobre salários de prefeitos das 26 capitais brasileiras
G1 fez levantamento sobre salários de prefeitos das 26 capitais brasileiras

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