Editorial

Não pode baixar a guarda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17

A vacina contra a Covid-19 já é realidade para muitas pessoas no Maranhão, desde a semana passada, embora milhares vivam sob a expectativa de receber o imunizante o mais breve possível, de acordo com o calendário definido pelos órgãos de saúde. Mesmo com o início da imunização contra o coronavírus, é necessário cautela - continuidade do uso da máscara, do álcool gel, do distanciamento social e dos outros cuidados para a prevenção do contágio pelo vírus, que continua tirando muitas vidas.

E continua bastante concorrido o drive-thru de teste rápido para a Covid-19 que foi disponibilizado pelo Governo do Estado. O atendimento acontece no estacionamento do Parque do Rangedor, no Calhau, das 8h às 16h. O objetivo principal ainda é o mesmo: a identificação do vírus. É um serviço que cumpre um papel diferenciado com a chegada da vacina. Foram disponibilizadas três tendas, com a participação de 30 profissionais de saúde por dia. O público-alvo desta edição contempla idosos acima de 60 anos e gestantes. Pessoas que já testaram em drives anteriores não estão impedidas de testar novamente.

Para realizar o teste, é preciso apresentar um documento oficial com foto. As mulheres grávidas devem apresentar também o cartão da gestante ou exame. O sistema de drive-thru foi disponibilizado para a comunidade em três edições no ano passado: em setembro na capital maranhense, depois em Imperatriz e novamente em São Luís. Não custa lembrar que em dezembro foi um mês de aglomeração, de festas, e apesar de ser um público que está mais em casa no isolamento, pode estar tendo contato com pessoas que estão saindo de casa regularmente.

Em se tratando de vacinação, existe um sentimento de alívio, mas é importante não baixar a guarda, é apenas o início do benefício que a vacina traz para toda a população. A vacina chegou, a esperança está acesa, porém, a quantidade de doses fornecida pelo Governo Federal ainda é bem pequena. Por conta disso, o governo Bolsonaro continua “batendo cabeça” com os fabricantes de vacina. Uma das quedas de braço mais recentes foi com a Pfizer e, no entendimento de especialistas, o governo, mais uma vez passa atestado da inabilidade em pôr de pé um plano amplo e eficiente de imunização. O temor agora é que a guerra de narrativas afaste outras farmacêuticas com quem o Ministério da Saúde ainda poderia obter mais doses, num momento de alta de casos e óbitos.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, acusa a Pfizer de buscar “marketing” na negociação e indicou pontos que, na visão do governo, pesaram contra o acordo com a farmacêutica americana. Esses obstáculos são contestados por especialistas. A Pfizer não comenta. A sucessão de trapalhadas do governo na pandemia levou partidos a discutirem o impeachment do presidente da República.

Uma das razões citadas pela pasta é o fato de a Pfizer só ter acenado com dois milhões de doses no primeiro trimestre. Para o Brasil, causaria frustração o número reduzido de doses, considerando um país continental com mais de 212 milhões de habitantes - que seriam os eleitos a receberem a vacina. Em outras palavras: o governo politizou a relação com a Pfizer.

Já a Fiocruz negocia com o laboratório AstraZeneca a compra de mais 15 milhões de doses prontas da vacina de Oxford contra a Covid-19. A decisão foi tomada com o objetivo de iniciar a imunização antes da chegada dos insumos para a fabricação nacional. Até lá, as únicas 2 milhões de unidades do fármaco disponíveis serão distribuídas proporcionalmente entre todos os estados e o Distrito Federal - com ressalva ao Amazonas, que receberá 5% do total por causa da crise de oxigênio. A Fiocruz recomendou ao Ministério da Saúde que o intervalo entre as duas doses no Brasil seja de 12 semanas, prazo máximo aferido nos estudos.

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