Vacinação Covid-19

Mesmo com imunização, ainda há risco de aumento de contágio, alerta epidemiologista

O uso da máscara, o distanciamento e o isolamento social não podem ficar de lado com a chegada da vacina; após segunda dose da CoronaVac, proteção só é obtida cerca de 20 dias depois

Kethlen Mata/ O Estado MA

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17

São Luís – Com o início da vacinação na última terça-feira, 19, a esperança do fim da pandemia – e do isolamento social – se acendeu nas pessoas, no entanto, uma imunidade coletiva só deve acontecer no final de 2021, ou início de 2022, é o que disse o epidemiologista Antônio Augusto Moura da Silva, em entrevista para O Estado.

Agora para proteger a população, precisamos vacinar cerca de 60% a 70% das pessoas. Isso só deve ocorrer no Brasil no final deste ano ou começo de 2022Antônio Augusto Moura da Silva, epidemiologista

O último boletim da Secretária de Estado da Saúde (SES), mostrou que 81% dos leitos de UTI estão ocupados, somente na grande ilha. A taxa de ocupação dos leitos clínicos é de 73,3%. Diante disso, é visível que a situação em São Luís não é a mesma que há um ou dois meses atrás.

Com a chegada da vacina, existe uma falsa ilusão, por parte de uma grande maioria, que a imunidade acontece de forma imediata, e que, consequentemente, o isolamento, máscara e outras medidas de combate ao vírus chegaram ao fim.

Como a vacina não protege completamente da doença, mesmos vacinados precisamos continuar tomando as medidas individuais de proteção: usar máscaras, manter distanciamento físico de 1,5 metro, evitar aglomerações e ambientes fechados sem ventilação natural e realizar higiene das mãosAntônio Augusto Moura da Silva, epidemilogista

Entendendo a vacina

Antônio, explica que a CoronaVac – primeira vacina a ser aplicada no Brasil – precisa de duas doses para gerar a tão sonhada imunidade, e o intervalo entre essas aplicações é de 28 dias. “A proteção é obtida cerca de 20 dias após a segunda dose”, reforçou.

Primeira pessoa a ser vacinada pela campanha da Prefeitura de São Luís. (Foto: Kethlen Mata/ O Estado)
Primeira pessoa a ser vacinada pela campanha da Prefeitura de São Luís. (Foto: Kethlen Mata/ O Estado)

Outro ponto levantado pelo epidemiologista, é que a CoronaVac é segura, e que nenhum efeito adverso grave foi relatado. “Sua eficácia é de 50% para prevenir Covid-19. Mas a proteção é muito maior contra hospitalização e morte”, disse.

Para ele, a CoronaVac é parecida com a vacina da gripe. “Quando vacinamos para a gripe sabemos que nem sempre a vacina vai evitar a gripe. Entretanto, raramente seremos hospitalizados ou vamos morrer por causa da gripe. Assim, a CoronaVac protege contra doença grave que provoque internação ou óbito”, finalizou.

Aglomerações

O uso da máscara, o distanciamento e o isolamento social é cada vez mais negligenciado. O Carnaval, festa popular que costuma arrastar milhares de pessoas pelo estado, foi cancelado pelo governador, Flávio Dino (PCdoB), no entanto, como aconteceu com o feriado de Réveillon, muitas festas clandestinas aconteceram.

Diante disso, O Estado, procurou o Governo do Estado, para questionar se medidas mais rígidas de fiscalização pode ser adotadas neste momento de vacinação. Em nota, a SES disse que o Governo do Estado estabeleceu protocolos sanitários específicos para o enfrentamento da pandemia da Covid-19 no Maranhão.

“A SES reitera que as Secretarias Municipais de Saúde são responsáveis pela fiscalização dos estabelecimentos e pontos de aglomeração em suas cidades. A Vigilância Sanitária Estadual assegura apoio nestas ações, caso seja solicitada pelo município”, complementou a nota.

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