A Gente Conta

Os amantes do "game over"

Eles são saudosistas dos jogos eletrônicas da década de 1980 e 1990 e até hoje se reúnem para jogar fliperama no centro de São Luís

Evandro Júnior - Da equipe de O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Os amigos se reúnem em um estabelecimento no Centro para jogar fliperama
Os amigos se reúnem em um estabelecimento no Centro para jogar fliperama (A gente Conta)

São Luís - Eles formam um grupo de, pelo menos, 30 amigos amantes dos jogos eletrônicos que, até hoje, se reúnem para travar partidas de fliperama. São advogados, empresários, funcionários públicos e outros profissionais que gostam de relembrar os bons tempos dos “games” no centro de São Luís. As máquinas barulhentas, famosas nos anos 1980, até meados de 1990, prendiam os olhares de diferentes gerações e ainda continuam atraindo as atenções.

Essas máquinas foram aos poucos desaparecendo das grandes cidades. Quando muito, eram confinadas em shoppings. A popularização dos consoles dentro da própria casa, com o preconceito de muitas dessas lojas, fizeram dos fliperamas raridades pelas ruas. No entanto, um grupo resistente em São Luís consegue manter a tradição.

O advogado Fabrízio Luciano Pestana Arouche é um dos membros da turma dos “flippers”. Ele conta que os amigos se reúnem há mais de 20 anos. “Um dos integrantes reunia a turma de forma informal na casa dele. A partir desses encontros, surgiu a ideia de montar um fliperama à moda antiga e até hoje a gente passou a reviver essa época”, conta.

Gunsland

A maioria se conhece dos fliperamas que ainda resistem e outros são da época de escola, do ensino médio dos anos 1990. Atualmente, eles se encontram para jogar na Gunsland, no centro de São Luís, em frente ao prédio da Receita Federal, no Canto da Fabril.

“Nós revivemos um tempo muito bom. Pode parecer contraditório, mas as crianças de hoje em dia dependem muito da tecnologia para se divertir. E, por conseqüência, interagem pouco socialmente. A gente sente muita saudade daquela época”, afirma.

No auge dos fliperamas, havia muitos estabelecimentos especializados no centro da cidade. Os emblemáticos eram o do Pumba, em frente ao Cine Passeio. Outro ficava em frente à Caixa d’Água e havia também um na Rua de Santana, dentre vários outros. Esses jogos continuam sendo permitidos. O nome “flipper” vem das alavancas usadas para controlar a bola em pinball. O termo pode remeter ainda às máquinas de “árcade” propriamente ditas.

Apesar de essa definição figurar como a mais distante da original, é atualmente a mais utilizada, devido ao fato de as máquinas serem em maior número do que as de “pinball” em quase todos os fliperamas. “Na nossa época, o mais violento era Mortal Kombat, que chegou a ser censurado. Ele simulava uma violência animada, mas hoje nem se compara aos jogos modernos”, afirma

Um levantamento do setor na década de 1980 garante que o negócio era lucrativo na época. As máquinas engoliam um total de meio milhão de fichas, o equivalente a 25 milhões de cruzeiros (aproximadamente R$ 1,5 milhão), em 1.500 lojas espalhadas pelo Brasil. Cada ficha custava 50 cruzeiros (cerca de R$ 3,12 nos dias de hoje).

Fabrízio Luciano Pestana Arouche revela que o grupo de amigos gosta dos jogos eletrônicos da atualidade também, embora não deixe de lado o saudosismo. “Na verdade, somos um grupo de adultos que valoriza a nostalgia da saudosa época dos fliperamas. Uma época que não volta mais”, finaliza.

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