Artigo

O vírus diabólico

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17

O ano de 2020 foi embora, mas deixou mazelas sobre a terra e com elas vivemos enquanto não chegar a tão esperada vacina para todos, eliminando de uma vez o vírus que se espalhou do ocidente ao oriente. As cidades foram esvaziadas pelo pânico, o mundo inteiro ficou confinado em regime Locdown, inclusive Paris e Nova Iorque, até o Papai Noel, no último Natal, usou o delivery para entregar os presentes vindos da longínqua Lepônia.

As expressões das pessoas foram escondidas pelas máscaras usadas até pelo papa, as escolas e as universidades paralisaram suas atividades, os restaurantes e os bares foram fechados, os cinemas e teatros não funcionaram e surgiram, então, as lives. Os estádios ficaram vazios, o mundo inteiro conviveu com o retrato da dor por tantas mortes. As curvas ascendentes de contaminados e de mortos só subiam. Muita coisa se viu na pandemia, coisa que antes nunca se tinha visto, envolvendo todos os países e todos os povos, ricos e pobres.

Passou a ser normal o uso obrigatório das máscaras, o álcool gel, o distanciamento social e a lavagem contínua das mãos, como espaço de higienização. A ordem da pandemia foi “cada um em sua bolha”. A nossa quarentena foi útil para reflexão sobre o caminho da humanidade - o que vinha seguindo e o que devia seguir sem excesso de individualismo e ganância. A obra que foi dada à humanidade deverá crescer e progredir sem pisar nos outros, sem destruir os sonhos alheios, sem magoar aqueles que estão próximos de nós. Precisamos viver com coragem para enfrentar o vírus e esperança para destruí-lo. A vitória da ciência chegou. O nosso normal virá com álcool e sem máscara. Estamos todos na expectativa da vacina.

O século XXI despontou cheio de surpresas, dente outras, a evolução da liberdade sexual, o avanço dos estudos sobre genoma humano, a dominação da tecnologia, o novo conceito de família, a união homoafetiva, um presidente americano negro, um papa latino-americano e jesuíta, a grande liberdade humana que trouxe um novo panorama para o movimento existencialista do século XX, iniciado por Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir, mas nenhuma pitonisa ou adivinha imaginou a Covid. Desde os primórdios da humanidade a história tem nos mostrado que o mundo nunca foi visto como um todo, como a Terra dos homens. Cada poderoso só se preocupou consigo mesmo, com seu poder. Essa ética do tempo antigo prolonga-se até nossos dias.

Todo homem é dotado de sentimentos e sensações. Diversos celebram as alegrias e sabem se conduzir perante às tristezas da vida. Não importa se alegria ou tristeza. O importante é que o homem deixe de usar sistematicamente a mentira e passe a conviver com a verdade. O cientista e americano Benjamim Franklin disse que quando somos bom para os outros, somos ainda melhor para nós referindo-se à solidariedade. Não precisamos, portanto, abandonar nossos planos de fortuna e de glória. O papa Francisco, em sua Carta Encíclica Laudata, diz que a humanidade é chamada a tomar consciência da necessidade de mudança de estilo de vida. È o que realmente vem fazendo a pandemia?

É muito importante, na vida, compreendermos a nós mesmos e os outros. Ninguém cresce ou floresce sem perceber o que é e o que são os outros. Assim caminhando, enquanto os sentimentos fazem o jogo, nós próprios fazemos a vida, para alguns com equilíbrio e harmonia, para outros um eterno carnaval.

Aldy Mello

Ex-reitor da UFMA e do CEUMA, membro fundador da ALL e membro efetivo do IHGM

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