ÁUREA MARANHÃO: NOSSA ARTISTA (FORA) DE SÉRIE

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
“DE BONITA”: a atriz Áurea Maranhão, um dos principais nomes das artes dramáticas do estado, que se prepara para estrear em série da Netflix e tem pelo menos 4 produções para serem lançadas em 2021
“DE BONITA”: a atriz Áurea Maranhão, um dos principais nomes das artes dramáticas do estado, que se prepara para estrear em série da Netflix e tem pelo menos 4 produções para serem lançadas em 2021

“Um artista, se é realmente um artista, só está interessado em uma coisa: despertar a mente dos homens. Que homens e mulheres percebam que existe algo maior do que o que vemos na superfície."

A fala acima do cantor americano Marvin Gaye apareceu diante de mim na mesma noite em que estive com Áurea Maranhão para um café em que trocamos
ideias para a coluna de hoje. Achei a cara dela! Algo que poderia perfeitamente ser dito por ela.

A frase, aliás, eu vi em um dos episódios da série documental "Faz de Conta que NY é uma Cidade" (Netflix) sobre a escritora Fran Lebowitz, dirigida por
ninguém menos que Martin Scorsese. Programa delicioso para quem aprecia texto inteligente com humor ácido e ranzinza.

Mas voltemos à Áurea e não esqueçamos da Netflix, pois o motivo inicial desta coluna é exatamente a estreia da atriz maranhense em uma produção para a
toda poderosa do streaming.

Sim, Maranhão está no elenco de "Cidade Invisível", série estrelada por Marcos Pigossi e Alessandra Negrini, com direção do indicado ao Oscar Carlos Saldanha, que estreia agora em 05 de fevereiro.

Ela dará vida à personagem Márcia, uma policial que ajudará a desvendar o passado misterioso do protagonista, em meio a um roteiro de realismo
fantástico que vai trazer criaturas do folclore brasileiro.

Alessandra Negrini e Marcos Pigossi em cena com Áurea Maranhão, para a série
Alessandra Negrini e Marcos Pigossi em cena com Áurea Maranhão, para a série "Cidade Invisível" (Netflix), que estreia no próximo dia 05

Maranhão no mapa
Logo que a série foi anunciada pela Netflix, o fã clube conterrâneo de Áurea entrou em ação em peso nos comentários e curtidas. Engajamento que a atriz está
empenhada em repetir no "pré-salve" da atração, até como forma de dar visibilidade ao estado. Eu, pelo menos, já fiz o meu.

Sobre o grau de expectativa com o lançamento do novo projeto, ela confessa: "tô ansiosa, sim! Mas encaro como mais um trabalho". Não que isso seja deslumbramento ou esnobismo. Pelo contrário. Áurea tem os pés muito bem fincados no chão - de seu apartamento em São Luís, no Barramar, de onde quase
não sai há mais de 1 ano.

Sua última temporada fora daqui foi exatamente durante as gravações de "Cidade Invisível", de julho a outubro de 2019, em São Paulo.

A capital paulista, a propósito, é sua segunda base profissional, onde se formou na prestigiada Escola de Artes Dramáticas (EAD) da USP.

A atriz, novamente, com o protagonista, de quem se tornou grande amiga
A atriz, novamente, com o protagonista, de quem se tornou grande amiga
Polaroids: Nos bastidores da série da Netflix, Pigossi, o diretor Carlos Saldanha e Áurea
Polaroids: Nos bastidores da série da Netflix, Pigossi, o diretor Carlos Saldanha e Áurea

De volta para casa
2020 se anunciava um ano promissor para a atriz. Por razões que dispensam comentários, tudo mudou. Áurea, que passara dois anos e pouco longe da rotina
familiar, pôde voltar suas atenções ao esposo, Ricardo Coutinho, com quem é casada há 15 anos, e ao filho Antônio, de 12 anos.

Mas engana-se quem pensa que o período em casa se resumiu à vida doméstica. Áurea aproveitou para finalizar trabalhos independentes para o cinema.

Nossa musa da Sétima Arte está às voltas com quatro curtas-metragens. São eles: Chá da Tarde (filmado em 2018, uma produção de época que se passa entre os anos 1930, 1940, rodado nas praças e ruelas da São Luís histórica); Mala Preta (gravado em 2019); Denúncia (em 2018); e Afresco de Outono (em 2020). Os dois últimos, tendo-a somente na direção.

"Entendi em determinado momento da vida que sou uma artista. Sou atriz de formação. Quando não estou contratada em um trabalho, posso dar vida às minhas
inquietações", nos disse Maranhão sobre as investidas como diretora e roteirista.

E completa: "O impulso de dirigir e roteirizar surge para falar de coisas que me atravessam a alma".

Áurea Maranhão em cena no curta
Áurea Maranhão em cena no curta "Chá da Tarde". O filme, que se passa entre os anos 1930 e 1940, é ainda a primeira direção solo dela. Com lançamento previsto para este ano

Ano intenso
O "home office" de Áurea ainda serviu para que ela tirasse do papel sua própria produtora: a Terra Upaon Açu Filmes, com a qual retomou as montagens dos
curtas que foram citados acima e pretende elaborar projetos de filmes.

Em um dos editais da lei de fomento à cultura Aldir Blanc, Áurea teve aprovado o projeto para o desenvolvimento de um longa. Ela, inclusive, adiantou
alguns detalhes à coluna. O filme se chamará Punhal e contará sobre a lenda de uma marisqueira que vive entre o Parcel de Manuel Luís e os Lençóis. A aguardar.

Maranhão também ministrou cursos de formação online, como a oficina "Do Teste ao Set", dentro da programação do Festival Guarnicê, numa parceria com
a Escola de Cinema do Maranhão. E outro, em parceria com a atriz Tássia Dur, chamado "Um olhar sobre o
mercado".

"O cinema não é uma bolha. Se você não está inserido no mercado, crie suas oportunidades", nos define ela sobre as diversas frentes em que trabalha.

Espírito de equipe
Sobre a experiência de Áurea em "Cidade Invisível", a primeira coisa que ela relembra é do entrosamento com a equipe. "Foi a mais incrível que eu trabalhei na
vida".

"Na primeira semana de gravação, eu já estava indo à reunião na casa do foquista", nos contou a atriz, dividindo um de seus truques profissionais. "O ator
precisa ser melhor amigo do foquista e do fotógrafo. Eles que nos ajudam a conduzir o balé com as câmeras. Ah, e o iluminador também".

"Comigo não é 'eu vou lá fazer o meu trabalho'. É 'vamos lá...'".

No filtro solar, acredite!
Ainda entre as curiosidades dos bastidores da série da Netflix, Áurea surpreendeu a colega de elenco Alessandra Negrini ao dispensar maquiagem em cena.

"Como ela é policial e vive num ambiente de tensão, quis propor uma figura que tá na vida. Antes de entrar no set, eu só amarrava o cabelo e colocava um filtro
solar".

A única vaidade de que Áurea não abre mão em cena é pentear as sobrancelhas. Cada qual com a sua, né?

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