São Luís - O Centro Cultural Vale Maranhão (CCVM) inicia neste sexta (22), a edição de 20/21 do Ocupa CCVM. A primeira ação do programa será destinada às propostas audiovisuais. Foram selecionados filmes e vídeos autorais brasileiros para compor o ciclo que será exibido regularmente às sextas-feiras. A transmissão será on-line pelo Canal do CCVM no YouTube.
A primeira sessão apresenta 'Groove Man – Onildo Almeida', longa-metragem documental de Cláudio Bezerra e Helder Lopes (PE), que retrata o grande compositor, músico e poeta brasileiro Onildo Almeida, parceiro de Luiz Gonzaga e autor do sucesso "A Feira de Caruaru".
A programação continua, dia 29, com a exibição de "O Bastão e o Rosário", documentário de Ana Luísa Cosse (MG) sobre o congado mineiro representado pela Irmandade de Moçambique Nossa Senhora do Rosário, do bairro Alto dos Pinheiros, em Belo Horizonte (MG). O filme recebeu menção honrosa no Festival Cine Baru, foi indicado a melhor figurino no Festival Cine Tamoio e foi ganhador do Prêmio Arte Salva (Secult-MG).
Dia 05/02, será apresentado "Aurora 1964". O filme traz um olhar sobre a memória da ditadura militar brasileira, instaurada em 1964. Dirigido por Diego DiNiglio (PE), o documentário é baseado no livro Marcas da Memória: história oral da anistia no Brasil, organizado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e nos resultados das atividades da Comissão Estadual de Memória e Verdade Dom Helder Câmara (CEMVDHC).
Mostra
A Mostra de Cinema Moventes acontece em fevereiro e março, com sessões dias, 12, 19 e 26/02 e 05, 12 e 19/03. Realizada pela Revista Moventes (RJ), a mostra foi criada por egressos do PPGCOM da Universidade Federal Fluminense (UFF/RJ), da linha de Estudos do Cinema e do Audiovisual.
A programação é composta por seis sessões online que apresentam 18 filmes nacionais, inéditos ou pouco exibidos no circuito comercial de cinema. Os longa-metragens têm como temática o corpo no cinema brasileiro contemporâneo, abordando assuntos como ancestralidade, sobrevivência, maternidade, violências e a relação com o espaço urbano. Entre os filmes apresentados, está 'Ka’a zar Ukyze Wà - Os Donos da Floresta em Perigo", documentário realizado no Maranhão, em 2019, pelos jovens comunicadores indígenas do Povo Guajajara, Flay Guajajara, Erisvan Guajajara e Edivan Guajajara. O filme, que fala sobre a luta dos Awá-Guajá - os donos da Floresta, pelo seu direito à terra, abre a programação da Mostra, dia 12/02, na Sessão Nós da Terra.
Às quartas-feiras, seguintes às sessões, dias 17 e 24/02 e 03, 10, 17 e 24/03, acontecem as conversas com a participação de um pesquisador/crítico convidado e público. A curadoria é de Isabel Veiga, Vitor Medeiros, Gabriela Giffoni e Flávia Cândida e produção de Júlia Couto.
De acordo com Vitor Medeiros, criador da Revista Moventes, a proposta é traçar pontes entre a pesquisa acadêmica, o audiovisual e o público. “Nós sentimos falta de estabelecer um contato maior com quem acompanha nosso trabalho na revista, por isso, em 2019, fizemos um cineclube na Cinemateca do MAM-Rio, e foi uma experiência incrível. Agora, com o Ocupa CCVM, estamos entusiasmados com a oportunidade de realizar esta 1ª edição da Mostra de Cinema Moventes no formato online, e esperamos nos conectar com ainda mais pessoas, sem limites de território. Vamos exibir filmes brasileiros contemporâneos que consideramos relevantes artisticamente, e convidar críticos e pesquisadores para debatê-los.”, compartilha Vitor
Dia 26/03, o Ocupa Cinema exibe um curta-metragem documental inédito sobre a cultura popular do Maranhão. "Caixas Encantadas: o legado de Dona Antônia", de Fabíola Mota (RJ) conta a história de Dona Antônia, caixeira da festa do Divino Espírito Santo do Maranhão, que há mais de 40 anos realiza a festa maranhense no município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, região metropolitana do Rio de Janeiro. O documentário propõe experimentações com hibridismo das linguagens do vídeo e da animação.
"Afrobeats Rampa – TV Quilombo" é a produção do Quilombo Rampa, de Vargem Grande (MA). A obra, que será exibida dia 02/04, ensaia poemas da romancista negra maranhense, Maria Firmina dos Reis, em interação com afrodance. A proposta reúne a tradição da comunidade de mais de 200 anos com a modernidade da nova geração de quilombolas, por meio da dança e da TV Quilombo, a primeira TV quilombola do Brasil.
Encerrando a programação, dia 09/04, a vídeo- performance "Vermelho, Branco e Preto", de Cibele Mateus (SP) e Mestre Martelo (Sebastião Pereira de Lima - PE), apresenta o universo performativo do Mateus, figura popular presente na expressão pernambucana do Cavalo-Marinho, por meio do diálogo entre a artista e seu mestre, que com 84 anos é hoje o Mateus mais velho em atividade do Estado de Pernambuco. O vídeo experimental abre caminhos para a difusão da cultura popular e a salvaguarda de saberes profundos da expressão pernambucana.
Para o diretor e coordenador artístico do CCVM, a sequência de exibições é uma oportunidade de acompanhar e ter acesso a filmes autorais que estão fora dos circuitos comerciais de cinema. “Recebemos muitos projetos de qualidade dentro da linguagem audiovisual. Unir a produção em questão ajuda na difusão do cinema brasileiro, além de oportunizar e ampliar o campo da crítica e do conhecimento sobre assuntos urgentes de forma mais direta”, diz Gabriel.
A transmissão do Ocupa Cinema – Ocupa CCVM acontece pelo canal do CCVM no YouTube: https://youtube.com/centroculturalvalemaranhao. Já as conversas com convidados ocorrem pelo Canal no YouTube e também pela Plataforma Zoom.
Programação Ocupa Cinema
Sextas-feiras, às 19h
Groove Man - Onildo Almeida - Antônio Perazzo (PE) - 22/01
O Bastão e o Rosário - Ana Luísa Cosse (MG) - 29/01
Aurora 1964 - Diego DiNiglio (PE) - 05/02
Caixas Encantadas: o legado de Dona Antônia - Fabíola Mota (RJ) - 26/03
Afrobeats Rampa - TV Quilombo - TV Quilombo (MA) - 02/04
Vermelho, Branco e Preto - Cibele Mateus (SP) e Mestre Martelo (Sebastião Pereira de Lima-PE) - 09/04
Mostra de Cinema Moventes - Revista Moventes (RJ) - 12 a 24/03
Sessão 1
Nós da Terra - A ancestralidade e a resistência indígena assumindo percursos bastantes próprios e dialógicos, dia 12/02
Conversa com convidado, dia 17/02
Ka’a zar Ukyze Wà - Os Donos da Floresta em Perigo, de Flay Guajajara, Erisvan Guajajara e Edivan Guajajara (MA) | 2019| 14 min|DOC.
O verbo se fez carne, de Ziel Karapotó (PE) |2018| 7min| Experimental.
Urihi Haromatipë, de Morzaniel Ɨramari Yanomami (RO) | 2014| 60min| Doc.
Sessão 2
Dançar a Cidade - Experiências de circulação e ocupação da cidade, campo de inquietações entre pertencimento e estranhamento. A dança como modo de lançar o corpo na rua, dia 19/02
Conversa com convidado, dia 26/02
Sobre aquilo que nos diz respeito, de Cris Miranda (RJ)| 2016| 9min| Experimental.
Elekô, do coletivo Mulheres de Pedra (RJ)| 2015| 7 min| Experimental.
Esse amor que nos consome, de Allan Ribeiro (RJ)| 2014| 80min.|DOC/FIC
Sessão 3
Coletivos em Luta - A luta por moradia em espaços urbanos e rurais, os desejos e as formas de organizações em grupo, dia 26/02
Conversa com convidado, dia 03/03
Na missão com Kadu, de Aiano Benfica, Pedro Maia de Brito, Kadu Freitas (MG)| 2016| 28min.|DOC.
Chão, de Camila Freitas (DF)| 2019| 112 min.|DOC.
Sessão 4
Fraturados pela Sociedade: memórias e fabulações - Ficção científica em futuros distópicos Nos corpos dos personagens, os traumas e as memórias da violência policial, dia 05/03
Conversa com convidado, dia 10/03
Chico, dos irmãos Carvalho (RJ)| 2018| 22min.| DOC/FIC.
Branco sai, Preto fica, de Adirley Queirós (DF)| 2014| 95min.| FIC.
Sessão 5
O Espanto Delas: Mulheres nos limites das relações e/ou do próprio corpo. Histórias e retratos sobre a estranheza nos afetos familiares, dia 12/03
Conversa com convidado, dia 17/03
Vinil Verde, de Kleber Mendonça Filho (PE)| 2004| 17 min.| Animação.
Estátua!, de Gabriela Amaral Almeida (SP)| 2014| 24min.| FIC.
Até o céu leva mais ou menos 15 minutos, de Camila Battistetti (CE)| 2013| 12min.|DOC.
Edna, de Edna Toledo (RJ)| 2018|14min.| DOC.
Vailamideus, de Ticiana Augusto (CE)| 2014| 7min.| DOC.
A Mulher que sou, de Nathália Tereza (PR)| 2019| 15min.| FIC.
Sessão 6
Câmera - Corpo – Testemunho: Reflexão sobre o próprio cinema. A câmera assume corpo na cena, se faz personagem, dia 19/03
Conversa com convidado, dia 24/03
Fantasmas, de André Novais Oliveira (MG)| 2010| 10min.| FIC.
Ilha, de Ary Rosa e Glenda Nicácio (BA)| 2018| 94 min.| FIC.
Serviço
O quê: Programação Ocupa CCVM 2020 – Ocupa Cinema
Onde: Online pelo Canal do CCVM no YouTube: https://youtube.com/centroculturalvalemaranhao.
Quando: A partir de 22/01 até 09/04
Informações: 98 98141 3859/E.mail: comunicacao@ccv-ma.org.br
Sobre o Centro Cultural Vale Maranhão
O Centro Cultural Vale Maranhão é um espaço cultural mantido pela Vale e Instituto Cultural Vale por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com o objetivo de contribuir na democratização do acesso à cultura e valorização das mais diversas manifestações e expressões artísticas da região.
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