Combate à pandemia

EUA centralizam combate à pandemia e impõe quarentena

Anúncio de novo plano para fazer frente à crise vem um dia após mortes por Covid-19 nos EUA ultrapassarem as da Segunda Guerra Mundial; presidente Biden estima 500 mil mortos até o mês que vem

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17

WASHINGTON - Um dia após tomar posse, o presidente Joe Biden assinou na tarde de ontem, 21, 10 decretos executivos para conter a pandemia de Covid-19, revertendo a criticada conduta de seu antecessor. A estratégia coincide com um marco que demonstra a extensão da doença no país: na quarta-feira, as mortes causadas pelo novo coronavírus nos Estados Unidos ultrapassaram o número de americanos mortos na Segunda Guerra Mundial.

Segundo a Universidade Johns Hopkins, até a noite de quarta, os EUA contabilizavam 405.400 mortes pela doença, mais que qualquer outro país do planeta. Na manhã de ontem, os mortos já eram mais de 406 mil. De acordo com o Departamento de Assuntos dos Veteranos, 405.399 americanos perderam a vida no conflito mais letal do século passado.

Biden voltou a afirmar que a situação ainda ficará "muito pior antes de melhorar", e apresentou uma estimativa sombria: segundo ele, o número de mortos poderá chegar a meio milhão no mês que vem.

Durante a assinatura das dez medidas, Biden também apresentou um plano com quase 200 páginas, estabelecendo ações centralizadas, a partir do governo federal, para tentar controlar a doença antes de uma ampla vacinação dos americanos. A principal delas é uso de máscaras por todos, pelo menos nos próximos 100 dias. Segundo ele, tal ação vai ajudar a salvar 50 mil vidas.

Ele também apresentou um plano com quase 200 páginas, criando uma estratégia de combate à pandemia centralizada no governo federal, o que seu antecessor, Donald Trump, sempre se recusou a fazer. O objetivo é tentar controlar a doença antes de uma ampla vacinação dos americanos. A principal delas é uso de máscaras por todos, pelo menos nos próximos 100 dias. Segundo ele, tal ação vai ajudar a salvar 50 mil vidas.

Ele ainda vai estabilizar a cadeia de produção para insumos médicos críticos e implementar uma campanha de vacinação rápida e igualitária.

A nova estratégia vai na contramão da abordagem do ex-presidente Donald Trump, que optou por uma resposta descentralizada e não raramente anticiência, deixando assuntos relacionados a restrições, vacinas e testagem à mercê dos estados. Biden classificou a política de imunização do republicano como um "fracasso sombrio".

"No último ano, não pudemos contar com o governo federal para que agisse com a urgência, foco e coordenação que precisávamos. E agora vimos o custo trágico desse fracasso: 3 a 4 mil mortes por dia", declarou Biden, antes da assinatura das ordens executivas.

À CNN, fontes do novo governo disseram que herdaram um plano nacional de vacinação “inexistente”.

"Nós herdamos um cenário muito pior do que imaginávamos", disse Jeff Zients, coordenador da força-tarefa do novo governo para conter a pandemia, na quarta-feira.

Vacinação e testagem

A estratégia confirmada na quinta-feira tem por finalidade estabelecer uma resposta federal mais coesa e transparente, buscando garantir que as populações mais afetadas tenham acesso a testagem, tratamento e vacinação. O objetivo é ampliar a produção de insumos e criar mais centros de imunização, mas Zients não quis arriscar dizer quando a vacina estará disponível para a maioria da população.

Parte do financiamento virá da Agência para a Coordenação de Emergências Federais (Fema), que foi ordenada a iniciar a implementação de centros comunitários de vacinação que terão o apoio do governo, mas recursos adicionais são necessários. A nova porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, disse na quarta que o presidente "continua comprometido" a invocar a Lei de Produção de Defesa para acelerar a resposta e suprir deficiências.

Herança da Guerra da Coreia e raramente usada na área da saúde, a legislação permite ao governo requerer a companhias privadas que priorizem suas encomendas para garantir o abastecimento de produtos essenciais. Em 2020, Trump ameaçava com frequência usar a lei para pressionar empresas, mas raramente o fez, como na produção de respiradores nos primeiros momentos da pandemia.

Conselheiros da nova gestão se recusaram a detalhar quando ou como a lei será usada. Elas afirmaram, no entanto, terem identificado a escassez de 12 tipos de materiais essenciais para o combate à crise sanitária, entre eles máscaras N95, reagentes, seringas e swabs usados para os exames que detectam a doença.

"Onde for possível produzir mais, nós o faremos, e se precisarmos usar a Lei de Produção de Defesa para ajudar, nós o faremos também", disse Tim Manning, chefe do braço da força-tarefa que coordena a cadeia de produção.

Máscaras obrigatórias

Boa parte dos planos de Biden, como a ampliação da testagem para que as escolas possam ser reabertas, demanda verbas que dependem da aprovação do Congresso, de maioria democrata. O novo presidente propôs um pacote de estímulo de US$ 1,9 trilhão, mas ainda não há data definida para sua votação.

Um dia após tornar o uso de máscara obrigatório em propriedades federais, Biden tornou o uso obrigatório também em aviões, trens e outros modais de transporte que façam viagens interestaduais. Como já ocorre, viajantes internacionais precisarão ter exames negativos para a Covid-19 antes de embarcar. Agora, também precisarão respeitar uma quarentena quando chegarem aos Estados Unidos. Até agora, o isolamento era apenas uma recomendação.

Outro decreto criará um Conselho Nacional de Testagem, medida que busca fomentar a aplicação de exames, pesquisas e a busca por tratamentos. Também será implementada uma segunda força-tarefa para “responder ao impacto desproporcional e severo da Covid-19 em minorias étnicas e outras populações desamparadas”.

A testagem nos EUA aumentou significativamente nos EUA ao longo de 2020 — na última semana, cerca de 2 milhões de exames foram realizados por dia. O acesso, no entanto, ainda é difícil e desigual entre as regiões do país. As autoridades também afirmaram que irão apresentar novas diretrizes para a reabertura segura das escolas, ponto de tensão durante o governo que deixou a Casa Branca na quarta.

Biden também firmou um decreto para acelerar o reembolso a estados que enviaram suas Guardas Nacionais para responder à pandemia. Até 14 de janeiro, 16 unidades da federação puseram os militares da reserva para auxiliar em centros de testagem, hospitais, prisões e nas campanhas de vacinação.

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