Presidente dos EUA

EUA: " A democracia prevaleceu", disse Joe Biden ao tomar posse

Após prestar juramento em frente ao Capitólio dos EUA, presidente pediu união para derrotar o extremismo e restaurar a alma americana; ele citou também os efeitos da pandemia do coronavírus, que tirou a vida de milhares de americanos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Presidente Joe Biden faz o juramento ao tomar posse nos EUA em 20 de janeiro de 2021
Presidente Joe Biden faz o juramento ao tomar posse nos EUA em 20 de janeiro de 2021 (Biden toma posse)

WASHINGTON - O democrata Joe Biden, de 78 anos, tomou posse ontem,20, como o 46º presidente dos Estados Unidos, sucedendo o republicano Donald Trump. Em seu discurso inaugural, o democrata pediu união para derrotar o extremismo e restaurar a alma americana.

"Temos que nos unir para enfrentar nossos inimigos: raiva, ódio, extremismo, violência, doença, desemprego e desesperança", disse o presidente. "Com união, podemos fazer grandes coisas, coisas importantes."

“Eu sei que falar de unidade pode soar para alguns como uma fantasia tola nos dias de hoje", disse Biden. "Sei que as forças que nos dividem são profundas e reais, e também sei que não são novas."

“Aprendemos novamente que a democracia é preciosa”, disse o presidente. “E agora, meus amigos, a democracia prevaleceu.”

O presidente citou também os efeitos da pandemia do novo coronavírus, que tirou a vida de milhares de americanos e afetou a economia, e as mudanças climáticas como desafios da sua administração. Além disso, ele reforçou que é importante que os EUA garantam a igualdade entre as pessoas.

Pouco antes, a vice-presidente Kamala Harris foi empossada como a primeira mulher a ocupar o cargo na história dos EUA. "Não me digam que as coisas não podem mudar", disse Biden.

Promessa

Biden também usou seu discurso para fazer uma promessa à comunidade internacional, depois de quatro anos da agenda America First (América em primeiro lugar, em português), do governo Trump.

“Vamos reparar nossas alianças e nos reunir com o mundo novamente, não para enfrentar os desafios de ontem, mas os de hoje e de amanhã”, disse o presidente.

Trump não participou da cerimônia de posse e deixou a Casa Branca na manhã desta quarta. Ele passou mais de dois meses questionando a vitória de Biden nas eleições de 3 de novembro.

Os ex-presidentes Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama participaram da cerimônia. O vice-presidente do governo Trump, Mike Pence, também esteve presente.

O democrata venceu as eleições de novembro com ampla maioria dos votos: foram 306 votos eleitorais contra 232 do seu adversário.

No início de janeiro, o Congresso americano teve que interromper a contagem oficial dos votos do Colégio Eleitoral porque extremistas apoiadores de Trump invadiram a sede do legislativo.

Dia da posse

Antes de tomar posse, Biden começou a quarta-feira participando de uma cerimônia religiosa na Catedral de São Mateus Apóstolo, sede da arquidiocese de Washington. Ele esteve acompanhado de sua esposa Jill, da vice Kamala Harris e do primeiro-cavalheiro, Douglas Emhoff.

Muitos dos ex-presidentes americanos, de tradição protestante, escolhem ir à Igreja Episcopal de São João no dia da posse, o que rendeu a ela o apelido de "Igreja dos Presidentes". No entanto, como Biden é católico – o segundo na história dos EUA a assumir a presidência –, ele escolheu ir à catedral.

VIce-presidente

A senadora Kamala Harris, de 55 anos, é a primeira mulher a ocupar o cargo e sucede Mike Pence, vice de Donald Trump.

A escolha de Kamala Harris para integrar a chapa democrata foi vista como um aceno do partido às minorias, sendo ela mulher, negra e filha de imigrantes.

A opção por Harris foi fundamental para a eleição de Biden porque funcionou como um chamariz para convencer eleitores negros a votar no pleito de 2020.

Nos Estados Unidos, o vice-presidente também atua como presidente do Senado, então Harris deve desempenhar um papel decisivo nos próximos anos. Como a composição da casa legislativa está dividida igualmente entre democratas e republicanos, a vice-presidente deve ter a responsabilidade de desempatar diversas votações.

Senadora pelo estado da Califórnia desde 2017, Harris chegou a se apresentar como pré-candidata à Casa Branca e liderou algumas das pesquisas internas do Partido Democrata. No entanto, foi perdendo apoio até deixar de vez a corrida presidencial.

Formada em direito e ex-procuradora do distrito de San Francisco e do estado da Califórnia, a agora vice-presidente eleita ganhou projeção nacional ao questionar duramente, em sabatinas no Senado, indicados por Trump para cargos de juiz da Suprema Corte e de Secretário de Justiça.

Harris nasceu numa família de imigrantes: a mãe dela é indiana, e o pai, jamaicano. Os dois tiveram vidas marcadas pela narrativa do "sonho americano".

A mãe, que morreu em 2009, se tornou uma notável pesquisadora de câncer e ativista de direitos civis. O pai, hoje com 82 anos, foi professor de economia.

Os pais se divorciaram quando Harris tinha sete anos. Ela foi criada majoritariamente pela mãe. "Minha mãe entendia muito bem que estava criando duas filhas negras", escreveu, em sua autobiografia. "Ela estava determinada a garantir que nos tornaríamos mulheres negras confiantes e orgulhosas."

No povoado indiano de Thulasendrapuram, onde viveu o avô materno de Harris, moradores lançaram fogos de artifício para comemorar a vitória da vice-presidente eleita.

Em 2013, Harris conheceu o advogado Douglas Emhoff, com quem se casaria um ano depois. Ele, divorciado, tinha filhas crescidas de outro casamento, que chamam Kamala de "Momala".

Logo após o anúncio da vitória de Biden e Harris projetada pela mídia americana, Emhoff - que tem sido descrito pela imprensa como "marido dedicado" - postou uma foto com a mulher no Twitter dizendo que estava "muito orgulhoso".

Despedida de Trump

O presidente do Donald Trump, deixou a Casa Branca na manhã desta quarta e embarcou para seu resort Mar-a-Lago, na Flórida, onde passará a morar a partir de então. Em um discurso de despedida, na Base Andrews, da Força Aérea americana, Trump não mencionou em nenhum momento o nome de Joe Biden. Suas últimas palavras foram as seguintes: "Tenham uma boa vida. Nós nos veremos em breve".

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