O Governo do Maranhão começou ontem, por volta das 7h da manhã, o transporte das doses da CoronaVac - a vacina chinesa produzida no Brasil pelo instituto Butantan - para 160 municípios do estado. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES), o imunizante foi disponibilizado, de forma proporcional, a todas as prefeituras, a quem caberá proceder à vacinação em cada uma das cidades maranhenses. Mais de 78 mil pessoas fazem parte do público-alvo nesta primeira etapa de vacinação.

Devido a questão de chuvas, helicópteros e aviões com entrega programa ontem, suspenderam as operações. A conclusão da entrega, segundo disse o secretário de Saúde, Carlos Lula, disse a O Estado, acontece até o meio dia de hoje.

Para a operação foram destinados três aviões, três helicópteros e 30 automóveis. Uma das primeiras cidades a receber a vacina, por helicóptero, foi Primeira Cruz, na região dos Lençóis Maranhenses, por volta das 8h.

Os preparativos começaram desde a noite de segunda-feira, quando chegou o primeiro lote de vacinas para o estado. O material foi preparado durante a madrugada para ser enviado às cidades.

“Os municípios já estão organizados e coordenados para receber essas primeiras amostras”, afirmou Edmilson Diniz, superintendente da Vigilância Sanitária

As vacinas estão sendo acompanhadas por escolta policial, para garantir a segurança do material.

De acordo com o comandante do Centro Tático Aéreo, coronel Magno, os aviões vão levar as cargas maiores até as Regionais de Saúde. E de lá vão de carros ou helicóptero até as cidades menores da região.

O governador Flávio Dino destaca o papel do estado neste momento importante. “Nós preparamos tudo para atender aquilo que compete ao estado, o SUS é tripartite, União, representada pelo Governo Federal, Estados e Municípios. Temos toda a logística traçada para a distribuição segura dessas vacinas”, afirma o governador.

Duas doses

O Maranhão recebeu do Ministério da Saúde 164.240 doses da vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan para a vacinação de 78.223 pessoas. Cada pessoa receberá duas doses da vacina e uma reserva técnica foi disponibilizada pelo Ministério da Saúde a fim de garantir que as doses sejam suficientes.

Por determinação do Ministério da Saúde, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) distribuirá apenas a primeira dose inicialmente. A entrega da segunda dose ocorrerá na terceira semana após a entrega da primeira. A segunda dose da Coronavac deve ser aplicada até o 28º dia após a aplicação da primeira.

Públicos

Nesta primeira etapa, são vacinados os grupos determinados pelo Ministério da Saúde. Existem três fases nesta etapa. Na primeira fase, são trabalhadores de saúde; pessoas de 75 anos ou mais; pessoas de 60 anos ou mais em asilos; população em situação de rua; população indígena, povos e comunidades tradicionais ribeirinhas e quilombolas.

Na segunda fase, são os idosos de 60 a 74 anos. Na terceira fase, são pessoas com diabetes mellitus; hipertensão arterial grave; doença pulmonar obstrutiva crônica; doença renal; doenças cardiovasculares e cerebrovasculares; indivíduos transplantados de órgão sólido; anemia falciforme; câncer; e obesidade grave, com Índice de Massa Corporal igual ou maior que 40 (IMC≥40).

A estimativa é de 1,75 milhão de pessoas nesta primeira etapa, ainda sem data prevista para terminar. Os demais serão vacinados após essa fase, em cronograma também a ser definido pelo Ministério da Saúde.

Confira a lista com a distribuição das doses da vacina por município.

Mais

O Governo do Estado finalizou, ainda na segunda-feira, 18, a distribuição de agulhas e seringas para todas as Regionais de Saúde do Maranhão. Foram enviados 315.400 insumos, os quais deverão ser utilizados para imunizar o público-alvo nos 217 municípios durante a Etapa 1 da primeira fase de vacinação contra a Covid-19.

Dino elogia ação de Doria, contra ‘negacionismo’

Após o início da vacinação no Maranhão - o que ocorreu com um ato simbólico de imunização de cinco pessoas, ainda na noite de segunda-feira (18) -, o governador Flávio Dino (PCdoB) teceu elogios ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que encampou o projeto de produção da CoronaVac no Brasil, e fez duras críticas ao “negacionismo" do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).

A O Globo, o comunista destacou as “carências na diplomacia brasileira” no governo Bolsonaro que, segundo ele, vêm causando dificuldade de conseguir insumos para a vacina na China e na Índia.

Para ele, a ação do chefe do Executivo paulista “quebrou a inércia” do governo federal.

“Doria tem o mérito, pelo menos, de quebrar a inércia derivada do negacionismo do Bolsonaro. Na prática, (Bolsonaro) é forçado a agir, porque a essa altura fica bem evidente que, se dependesse do governo, a gente não teria nada. Estranho seria se fosse o Bolsonaro a vacinar a primeira pessoa”, declarou.

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