Qualidade de vida

Ansiedade versus comida: como controlar na pandemia?

Crise sanitária aumenta casos de ansiedade; confira dicas para não utilizar a comida como válvula de escape

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
(ansiedade / comida / disturbio)

São Paulo - Depois de um 2020 desafiador por conta de uma pandemia que ainda deve durar alguns meses, buscar alternativas para manter a saúde física e mental em dia é ordem. Mas, nem sempre é fácil. Em meio à crise, passar por situações que levem ao estresse, decepção, apatia ou momentos de grandes incertezas, as pessoas tiveram dificuldade em discernir onde acaba o apetite e começa a ansiedade.
De acordo com a pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde neste mês, em uma amostra de 19.826 entrevistados, 74% apresentaram sintomas de ansiedade durante a pandemia da Covid-19.

Maria Julia Coto, consultora em nutrição da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi), explica que em situações de nervoso e ansiedade, liberamos um hormônio chamado cortisol, produzido pela parte superior da glândula supra renal, que está diretamente envolvido na resposta ao estresse. "Ao aumentar o nível de cortisol, o corpo tende a mobilizar rapidamente as reservas de energia, provocando mudanças no metabolismo e fluxo de sangue. Por consequência, algumas pessoas acabam comendo exageradamente como um mecanismo de fuga", diz.

É importante ficar atento à alimentação nos momentos de nervoso e ansiedade. "Mesmo na correria cotidiana, é possível encaixar um plano alimentar que seja prazeroso, nutritivo e saboroso", destaca Maria Julia. Para permitir que todos esses benefícios sejam atribuídos, é preciso entender os sinais do corpo seguindo alguns passos simples:

Sem neuras

Saia de perto das dietas da moda e restritivas. A privação causada por elas, além de aumentar o estresse, podem gerar deficiência de alguns nutrientes. Procure um profissional da saúde capacitado, que possa te ajudar com uma reeducação alimentar para suas necessidades.

Entenda os sinais da fome
Muitas vezes estamos tão focados na rotina que não paramos para pensar se estamos nos alimentando da forma correta. Antes de começar a comer, pare e pense: "quanto de fome eu estou hoje?". Durante a refeição, coma sem pressa, sentindo o sabor do alimento e a saciedade que o mesmo irá trazer aos poucos, e assim quando estiver satisfeito você saberá. Isso evita consumo em excesso ou em pouca quantidade, o que muitas vezes acaba causando desconforto durante o dia e descontentamento com o corpo.

Sentimentos e comida

Em dias estressantes, muitas vezes acabamos comendo sem pensar na quantidade, e no final, estamos passando mal e nos sentindo para baixo, preocupados com o efeito que os exageros vão causar no peso e na estética. Acabamos colocando alguns grupos ou alimentos, por exemplo os carboidratos, como "vilões", mas na verdade a questão está nos nossos hábitos de uma forma geral.

Fome física ou fuga emocional
A ansiedade é manifestada de muitas formas, e por vezes, por meio de uma vontade exacerbada de comer - conhecida como fome emocional. Esta acontece quando nos alimentamos a partir de emoções como tristeza e ansiedade, como uma tentativa de fugir dos sentimentos que não conseguimos encarar. Assim, descontamos essas insatisfações emocionais na comida buscando um atalho e prazeroso de forma inconsciente.

Embora seja um momento inicialmente prazeroso, ele não dá uma satisfação por completo em virtude das emoções que permanecem ali, e tendemos a nos alimentar de forma exacerbada.

Conheça o Mindful Eating
O Mindful Eating (Comer Com Atenção Plena) é uma vertente da nutrição que propõe atenção ao momento presente e busca entender os mecanismos de fome e de saciedade.

Essa abordagem pode ajudar a lidar com a fome emocional, pois ajuda a criar relações mais conscientes com a comida. É uma visão mais holística da forma como devemos nos alimentar, sem classificar a comida como "permitida" ou "proibida". A alimentação é tratada sem culpa e a mente é dedicada à atenção plena aos sinais do corpo.

Exercícios e bom sono
Caminhar ao ar livre diariamente e fazer atividades de relaxamento, como praticar ioga e meditação, além de uma boa noite de sono, ajudam a aliviar o estresse e reduzir a produção do excesso de cortisol do organismo.

Coloque como suas prioridades a saúde e a alimentação. Busque formas diferentes de eliminar todo o estresse, que não seja causando prejuízos a si mesmo. E use o tempo livre para fazer as coisas que gosta.

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