Estado Maior

Os dividendos políticos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17

Desde os anúncios internacionais sobre a existência de vacinas de vários laboratórios em teste e que nações na Europa e tantos outros países decidiram ainda em 2020 iniciar a vacinação, que no Brasil os representantes da população decidiram optar pelo confronto político.

E neste cenário, claro, o Maranhão não ficou de fora. O governador Flávio Dino (PCdoB), diariamente - muitas vezes de forma justa e outras forçando a observação - criticou a postura do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), que por mais de uma dúzia de vezes politizou a vacinação por uma ou outra vacina.

Este cenário de disputa, críticas, ideologias e ódios políticos se transformou ontem em um jogo de marketing dos gestores de quase todo o Brasil.

Governadores, prefeitos e secretários de Saúde do país inteiro tentaram passar para a população quem é o pai e a mãe da vacinação no Brasil.

E mais uma vez, no Maranhão, não foi diferente. O governador falou de momento histórico e comprou mais vacinas. O secretário Carlos Lula (Saúde) preferiu destacar a atuação contra a Covid-19 do governo Dino do que explicar quando mais doses chegarão ao estado. E dezenas de prefeitos anunciaram que estão prontos para iniciar a imunização da população.

Ninguém, de fato, questionou o baixo número de doses enviadas ao Estado ou mesmo saída para tentar conseguir mais vacinas. Só um grande show acompanhado de informações rasas.

Disputa
A vacinação contra a Covid-19 no país virou um jogo político disputado entre entes.

Em âmbito local, enquanto o Estado - por questões de conveniência - diminuiu a temperatura quanto a críticas ao Ministério da Saúde, por sua vez,
se rebelou contra movimentos da gestão Braide.

Ao perceber a iniciativa municipal quanto à vacina, Carlos Lula escreveu no sábado no Twitter que "é importante abrir diálogo mesmo com adversários".

Coincidência ou não, no dia seguinte, 17, Carlos Lula e o titular da Semus sentaram-se à mesma mesa.

Distribuição
A distribuição das pouco mais de 164 mil doses (mais de 50 mil para os indígenas) aos municípios acontecerá hoje.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) deverá seguir a orientação do Ministério da Saúde e fazer a distribuição dce acordo com a população de cada cidade.

Com isto, São Luís deverá ter o maior número de doses da vacina contra a Covid-19 disponível.

Poucas doses
A previsão é de que neste primeiro lote, a capital maranhense receba 9 mil doses para vacinar cerca de 4,5 mil pessoas.

Estão na primeira etapa de vacinação no plano municipal os profissionais de saúde e idosos a partir de 60 anos que estão em asilos.

Somente na segunda etapa é que outros idosos serão vacinados. A previsão para a primeira etapa era vacinar 100 mil pessoas em São Luís.

Vacinação simbólica
O governo estadual iniciou ainda ontem, depois das 20h, a vacinação. O início simbólico da vacinação ocorreu no Palácio dos Leões.

Foram escolhidos para marcar o início da vacinação quatro profissionais de saúde e uma indígena.

Foram imunizados Egle Maia Sousa, técnica de enfermagem do Hospital Carlos Macieira, Fabiana Guajajarás, indígena da Aldeia Arariboia, Conceição
Azevedo, médica infectologista do Hospital Presidente Vargas, Henrique Novaes Sobrinho, fisioterapeuta do Hospital Carlos Macieira e Sônia Matos, enfermeira
do Hospital Genésio Rêgo.

Vistoria
O Ministério Público Estadual visitou ontem no início da tarde as instalações do Centro Municipal de Vacinação, montado no Sebrae, no Cohafuma,
pela Prefeitura.

No local, a promotora Glória Mafra sugeriu melhorias mas aparentemente gostou do que viu.

Ela também esteve no setor de Imunização da Semus, na Vila Passos para saber sobre o armazenamento e estocagem das vacinas.

Falta conclusão
Com a vacinação em todo o país, a conclusão da reforma administrativa do governador Flávio Dino acabou sendo esquecida.

O gestor fez as primeiras mudanças antes das férias e prometeu fazer mais após a volta do período em que esteve afastado do governo.

Estão aí na lista de futuros novos membros do governo o ex-vereador Honorato Fernandes (PT) e o deputado estadual Duarte Júnior (Republicanos).

DE OLHO

164 mil doses é a quantidade de vacinas que o Maranhão recebeu ontem do Ministério da Saúde para iniciar a imunização da população contra a Covid-19

Sem carnaval
A realização do Carnaval no Maranhão tem uma recomendação contrária feita pelo Ministério Público Estadual.

Em documento, o MP orienta prefeituras, Polícias Militar e Civil para que as festas de momo não sejam realizadas.

A recomendação foi assinada pelo procurador-geral de Justiça, Eduardo Nicolau, no dia 18 de janeiro.

E MAIS

• A decisão do MP tem relação com a pandemia da Covid-19. Por isso, no documento, o órgão de controle fala em fiscalização e proibição das festas de carnaval
enquanto durar a pandemia.

• O MP não teve o mesmo empenho durante as eleições municipais no Maranhão que ocorreram com campanhas cheias de aglomeração de pessoas.

• Também não atuou na disputa pela presidência da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem), que teve aglomeração do início ao fim no dia
da votação.

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