São Luís - Uma edição polêmica e marcada pela pandemia. Assim está sendo a aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) cujo primeiro dia de provas foi neste domingo (17). Em São Luís, os candidatos tiveram de obedecer a protocolos sanitários como distanciamento social e uso de máscara. E a maioria seguiu as regras. O certame terá a próxima etapa realizada no domingo (24).
No primeiro dia, nos locais de provas, antes da abertura dos portões, o que ocorreu às 11h30, a maioria dos candidatos usava máscara e muita gente optou por chegar mais cedo para evitar aglomerações. Também não foram registrados problemas de trânsito, já que a frota de ônibus da capital estava funcionando em sua totalidade. No entanto, quem deixou para sair de casa mais tarde, já próximo ao horário de fechamento dos portões, encontrou tráfego intenso em avenidas, como Jerônimo de Albuquerque e São Luís Rei de França.
Nos locais de provas, embora alguns tenham respeitado o distanciamento social, muita gente acabou se aglomerando em frente a entrada das escolas, que foram destinadas à realização do certame. “As pessoas não têm consciência. Ficam paradas em frente os portões o que causa aglomeração”, lamentou a estudante Cristine Rocha.
Provas
Neste domingo (17), foram aplicadas as provas de Linguagem e Códigos, com 45 questões e Ciências Humanas, também com 45 questões, além da Redação, cujo tema deste ano foi “O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira”.
O exame segue no próximo domingo (24), quando os estudantes farão as provas de Ciências da natureza e de Matemática. O Enem 2020 terá uma versão digital, realizada de forma piloto, para 96 mil candidatos (1.440 candidatos no Maranhão), nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro.
Pandemia
Para o estudante João Victor Cardoso, morador do Jardim tropical e que fez Enem na Escola Modelo, no Centro, as provas deveriam ocorrer, mesmo em tempo de pandemia. “A gente se preparou, fez cursinho, e também tem a ansiedade. Claro que a gente se preocupa com a doenças, mas acredito que todas as medidas foram tomadas”, disse ele, que estava acompanhado pela avó, Matilde Cardoso, que também era a favor da realização do certame.
A opinião é compartilhada por Sâmia Luane Sousa. “Estou nervosa e com receio, claro, mas era necessária a realização das provas. Se por um lado a gente fica com medo da Covid-19, por outro, sabemos que nós, estudantes, já estamos muito prejudicados com essa pandemia”, relata.
Já Micaely Pinheiro, moradora do Parque Timbira e que fez provas na escola Dom Bosco, o ideal era o adiamento das provas. “Não acho certo as provas acontecerem. No entanto, a gente não tem opção. Somos obrigados a vir para não perdermos a oportunidade. Mas acho muito temerário”.
As amigas Bianca Amorim e Salete Cardoso, moradoras do Olho d’Água e Vila Luizão, respectivamente, além do nervosismo, têm de lidar com o medo também. “A gente não sabe, mesmo com a máscara é muito perigoso”, diz Bianca Amorim.
O exame, que estava inicialmente agendado para outubro e novembro do ano passado, foi adiado após uma série de protestos virtuais. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) anunciou, então, uma série de medidas de segurança para evitar a contaminação pelo novo coronavírus.
Mesmo assim, com o aumento de casos e de mortes por covid-19 em todo o Brasil, o movimento por um segundo adiamento das provas ganhou força. A Defensoria Pública da União (DPU) acionou a Justiça pedindo o adiamento, argumentando que as aglomerações habituais nos dias de realização do Enem favorecem a disseminação do novo coronavírus. Além disso, o órgão afirma que os estudantes das escolas públicas podem ser prejudicados pela suspensão das aulas presenciais no ano letivo.
O pedido foi negado pela Justiça Federal de São Paulo, que afirmou que a alteração na data do Enem resultaria em grandes transtornos logísticos, que poderiam “comprometer a própria realização do exame no primeiro semestre de 2021”. A decisão, no entanto, ressalva que se o risco de maior de contágio levar alguma autoridade local ou regional a declarar novo lockdown, isso seria um impedimento para a realização das provas. Caberia ao Inep reaplicar a prova nessas localidades específicas.
Foi o que ocorreu no Amazonas, estado em calamidade pública por causa da pandemia, com falta de leitos e insumos para tratar os doentes. Diante dessa situação, a aplicação do exame foi suspensa no estado.
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