20 de janeiro

Trump planeja deixar Washington na manhã da posse de Biden, diz fonte

Com 21 mil soldados da Guarda Nacional a serem enviados e com bairros inteiros entrincheirados, a cidade de Washington está sob forte vigilância por causa de ameaças de novas manifestações de seguidores de Trump

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
O presidente dos EUA, Donald Trump, não participará da cerimônia de posse de Joe Biden
O presidente dos EUA, Donald Trump, não participará da cerimônia de posse de Joe Biden (Trump)

WASHINGTON - O presidente Donald Trump planeja deixar Washington na manhã do dia da posse, 20 de janeiro, após considerar sua partida em 19 de janeiro, disse uma fonte familiarizada com o assunto na sexta-feira,15.

Trump, um republicano, que já havia anunciado planos de não comparecer à posse do presidente eleito, o democrata Joe Biden, está planejando um evento de despedida na Base Andrews, nos arredores de Washington, onde fica o avião Força Aérea Um, disse a fonte.

Ele então irá para Palm Beach, Flórida, para iniciar sua vida pós-Presidência em seu resort de Mar-a-Lago, disse a fonte à Reuters.

Com 21 mil soldados da Guarda Nacional a serem enviados e com bairros inteiros entrincheirados, a cidade de Washington está sob forte vigilância por causa de ameaças de novas manifestações de seguidores de Trump.

"Estamos preocupados com os riscos de violência nas inúmeras manifestações previstas para os próximos dias em Washington e em frente a prédios do governo nos estados", que podem atrair indivíduos armados, explicou o diretor do FBI (a Polícia Federal americana), Christopher Wray, na quinta-feira,14.

Durante uma reunião com o vice-presidente em final de mandato, o republicano Mike Pence, Wray mencionou "uma quantidade significativa de discussões preocupantes na Internet".

"Atualmente, vigiamos as convocações para manifestações armadas e ações até a posse", afirmou. Ele ainda avalia quais são as ameaças graves.

A polícia e o Exército estão sendo criticados por sua falta de preparo antes da manifestação dos seguidores de Trump em 6 de janeiro. Centenas de pessoas invadiram o Capitólio. Pelo menos cinco pessoas, incluindo um policial, morreram nos distúrbios.

A invasão levou a um pedido de impeachment de Trump julgado na quarta-feira, no Congresso, sob a acusação de "incitação à insurreição". Os dez deputados republicanos que votaram a favor do pedido de "impeachment" estão recebendo proteção reforçada desde então.

"Os colegas agora se deslocam com escoltas armadas", disse um deles, Peter Meijer, à emissora MSNBC na quinta-feira (14). "Achamos que há pessoas que podem tentar nos matar", acrescentou.

Planos para os próximos dias

Segundo um recente relatório interno do FBI, citado pela imprensa americana, um "grupo armado identificado" se prepara para "invadir" edifícios do governo em todos os 50 estados dos EUA e na capital nos próximos dias até a posse do presidente democrata.

O FBI menciona especialmente o movimento de extrema direita Boogaloo, que defende a guerra civil para derrubar o governo, e cita ameaças confiáveis nos estados de Michigan e Minnesota.

Vários estados tomaram medidas de precaução, como mobilizar um número extra de agentes para proteger as sedes de governo.

Dia 20 de janeiro

Na capital federal, Washington, D.C., 21 mil guardas nacionais serão mobilizados para a posse. Isso significa mais soldados do que no Iraque e no Afeganistão juntos, declarou o general Daniel Hokanson, chefe do escritório da Guarda Nacional do Pentágono.

Não venham

A missão dos reservistas está limitada, porém, a um apoio logístico à polícia, e eles estarão autorizados a efetuar prisões apenas como último recurso, segundo o Departamento da Defesa - ainda que estes soldados estejam armados.

Trump também confirmou, na quarta-feira,13, que foi informado de "ameaças potenciais" em relação às manifestações "nos próximos dias, em Washington e no país".

O presidente republicano pediu calma a seus seguidores, destacando o direito dos americanos de se manifestarem pacificamente.

"Peço que não haja violência, que não cometam crimes e que não haja vandalismo", afirmou na quarta-feira.

Tanto em Washington quanto nos estados vizinhos de Maryland e Virgínia, as autoridades fazem todo o possível para dissuadir a população de comparecer à posse, que acontecerá nas escadas do Congresso.

A oferta de hospedagem será limitada, devido ao provável fechamento de alguns hotéis, comentou, na quarta-feira, 13, a prefeita de Washington, a democrata Muriel Bowser. Ela já havia pedido aos americanos para não viajarem para a capital para a posse.

A plataforma de aluguel de residências particulares Airbnb anunciou o cancelamento e o bloqueio das reservas na capital durante a semana que vem.

Já a companhia aérea Delta advertiu, ontem, que os passageiros que voarem para a capital não poderão transportar arma na bagagem a partir deste sábado,16.

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