Editorial

Janeiro Roxo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17

Você sabe o que é hanseníase? Muitas pessoas não sabem. Por isso, o mês de janeiro ganhou a campanha ‘Janeiro Roxo’. A iniciativa de relacionar o mês a uma cor tem o objetivo de chamar a atenção para o tema e esclarecer à população sobre sintomas, prevenção e tratamento. A doença pode causar incapacidades físicas, principalmente nas mãos, pés e olhos. O Brasil ocupa a 2ª posição no mundo em maior número de casos, entre os países que diagnosticam a doença, ficando atrás somente da Índia.

O Ministério da Saúde alerta que quanto mais cedo diagnosticar a hanseníase, mais cedo a pessoa poderá ser tratada, e assim evitar sequelas. A doença tem cura e o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza gratuitamente do diagnóstico ao tratamento. O diagnóstico e o tratamento da hanseníase ocorrem nas Unidades de Saúde da Atenção Primária. O diagnóstico é essencialmente clínico, com análise da história do paciente e exame dermatoneurológico (da pele e dos nervos), para avaliação de áreas da pele e/ou manchas com alterações de sensibilidade (ao toque, à dor e à temperatura).

O SUS disponibiliza o tratamento e acompanhamento da doença em unidades básicas de saúde e em referências. O tratamento da doença é realizado com a Poliquimioterapia (PQT), uma associação de antibimicrobianos, recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Essa associação diminui a resistência medicamentosa do bacilo, que ocorre com frequên­cia quando se utiliza apenas um medicamento, o que acaba impossibilitando a cura da doença.

Em alguns casos, o paciente é encaminhado para serviços de referência, para confirmação diagnóstica e, quando necessário, para acompanhamento do caso.

Conhecida antigamente como lepra, a hanseníase é uma doença crônica, transmissível, de notificação compulsória e investigação obrigatória em todo território nacional. Possui como agente etiológico o Mycobacterium leprae, bacilo que tem a capacidade de infectar grande número de indivíduos, e atinge principalmente a pele e os nervos periféricos com capacidade de provocar lesões neurais, conferindo à doença um alto poder incapacitante, principal responsável pelo estigma e discriminação às pessoas acometidas pela doença.

A infecção por hanseníase pode acometer pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade. Entretanto, é necessário um longo período de exposição à bactéria, sendo que apenas uma pequena parcela da população infectada realmente adoece.

Trata-se de uma das doenças mais antigas da humanidade. As referências mais remotas datam de 600 a.C. e procedem da Ásia, que, juntamente com a África, são consideradas o berço da doença. Entretanto, a terminologia hanseníase é iniciativa brasileira para minimizar o preconceito secular atribuído à doença, adotada pelo Ministério da Saúde em 1976. Com isso, de acordo com a Lei nº 9.010, de 29 de março de 1995, o termo “lepra” e seus derivados não poderão ser utilizados na linguagem empregada nos documentos oficiais da Administração centralizada e descentralizada da União e dos Estados-membros.

O diagnóstico de caso de hanseníase é essencialmente clínico e epidemiológico, realizado por meio do exame geral e dermatoneurólogico para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos, com alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas. No Brasil, que ocupa a 2ª posição do mundo entre os países que registram casos novos, a doença permanece como um importante problema de saúde pública no país.

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