Pressão

Banco do Brasil pode reverter demissões e fechamento de agências

Bolsonaro desistiu de demitir presidente do banco; fontes ligadas à estatal já admitem que o plano de enxugamento pode ser revisto

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Agências do Banco do Brasil poderão ser fechadas com as medidas de cortes de gastos
Agências do Banco do Brasil poderão ser fechadas com as medidas de cortes de gastos (Banco do Brasil)

BRASÍLIA - Após o presidente Jair Bolsonaro demonstrar insatisfação com as medidas de cortes de gastos anunciadas pelo Banco do Brasil (BB) e ameaçar demitir o presidente da instituição financeira, André Brandão , fontes ligadas à estatal já admitem que o plano de enxugamento pode ser revisto.

A condição seria que a economia prevista na versão original do programa seja mantida, segundo fontes do banco. No fim do dia, o colunista do GLOBO Lauro Jardim informou que Bolsonaro decidiu pela permanência do executivo no posto.

A diminuição da pressão ocorreu após o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, entrarem em campo para evitar a demissão de Brandão, no comando do Banco do Brasil desde setembro. O objetivo era evitar passar a mensagem de ingerência política sobre a instituição.

Até a eleição na Câmara

A mudança no plano de enxugamento foi cogitada por fontes da equipe econômica e do banco, após questionamentos a respeito da negociação para conter a crise.

Fontes próximas ao executivo admitiram que a revisão das medidas, que incluem fechamento de agências e um plano de demissão voluntária (PDV) para 5 mil funcionários, poderia compor uma "fatura" a ser paga pela manutenção de Brandão no posto.

A equipe econômica foi cobrada a pelo menos adiar parte do plano para depois das eleições para presidentes da Câmara e do Senado .

O anúncio feito às vésperas do pleito foi o principal motivo de críticas por parte do Palácio do Planalto, que teme que medidas impopulares sejam usadas contra aliados do governo nas disputas pelo comando do Congresso.

Membros do banco admitem negociar mudanças no plano, mas afirmam que eventuais ajustes precisam ser compensados com corte de outras despesas. A economia líquida anual estimada é de R$ 353 milhões este ano e R$ 2,7 bilhões até 2025.

As medidas anunciadas no início da semana incluem o fechamento de 361 unidades do banco, sendo 112 agências, além do programa de demissão voluntária .

Uma das possibilidades de compensação seria substituir o fechamento de algumas agências por outras medidas administrativas de cortes de despesas, como redução no custo com aluguel de imóveis.

Fontes do banco defendem, no entanto, que o plano segue o que outras instituições financeiras estão fazendo e que o enxugamento é necessário.

Falta de traquejo político

Alterar o plano de demissão seria mais complexo, mas não seria impossível mudar prazos, por exemplo, disse a fonte. Essa manobra evitaria que os desligamentos ocorressem no período eleitoral do Congresso.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.