São Luís - A violência contra a mulher não para no estado. Quatro feminicídios ocorreram nas primeiras duas semanas deste ano, no Maranhão, enquanto, ao longo do primeiro mês do ano passado, houve o registro de apenas um caso, do soldado da Polícia Militar, Carlos Eduardo Nunes Pereira, de 31 anos, foi preso suspeito de ter assassinado a ex-companheira, Bruna Lícia Fonseca Pereira, de 23 anos; e o suposto amante dela, José William dos Santos Silva, de 24 anos, no Vicente Fialho, em 25de janeiro de 2020. Naquele ano, foram 60 feminicídios.

A delegada Wanda Moura, chefe do Departamento de Feminicídio, órgão da Superintendência de Homicídios e Proteção a Pessoas (SHPP), informou que ontem o comerciante Wendel Silva Machado foi encaminhado para o presídio. Guarnições da Polícia Militar prenderam o comerciante em um bar, localizado no bairro Bacuri, em Imperatriz, na noite de quarta-feira, 13, acusado do assassinato da namorada, Carla Tayra Sousa de Oliveira, de 19 anos.

No momento da abordagem, o acusado jogou a chave do seu veículo, uma caminhonete, debaixo do balcão e disse que estava em uma motocicleta. O corpo da vítima foi achado por testemunhas na Avenida Pedro Neiva de Santana, no bairro Camaçari, na manhã do último dia 13, e apresentava marcas de golpes de faca, principalmente no pescoço.

Testemunhas disseram para a polícia que viram o veículo do acusado no local do crime. A polícia informou que havia manchas de sangue no painel da caminhonete e, durante esta semana, vai ser periciado pela Polícia Técnica.

O resultado dos exames periciais será encaminhado para a Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoas (DHPP) de Imperatriz, que está investigando o caso. Há informações que o suspeito já tinha passagem pela Justiça pelo crime de porte ilegal de arma de fogo.

Foragido

A polícia até ontem não havia efetuado a prisão do suspeito de ter assassinado, com uma arma branca, Maria Auxiliadora Sousa Soares, de 36 anos. De acordo com a polícia, ela foi encontrada morta com sinais de violência, na terça-feira, 12, em um terreno, localizado nas proximidades de uma igreja evangélica, na área central da cidade de São João Batista.

O caso está sendo investigado pela equipe da Delegacia de Polícia Civil daquela cidade, coordenado pelo delegado Mateus Ferraz. Ele disse que o corpo apresentava marcas de golpes de faca, o rosto estava desfigurado e foi levado para o hospital, para ser autopsiado. No decorrer desta semana, testemunhas já foram ouvidas e a polícia está no aguardo do resultado pericial.

Outros casos
A polícia registrou mais dois casos de feminicídios neste mês. Um deles ocorreu no último dia 8, na Vila Talita, em Raposa, e teve como vítima Deusa Maria dos Santos Silva, de 32 anos. O acusado desse crime continua foragido.

A vítima foi encontrada morta, em uma residência abandonada, por pessoas que acionaram a polícia. O rosto estava deformado e havia sinais de violência em várias partes do corpo, como braços e pernas. A polícia informou que existe a possibilidade de ela ter sido morta a pauladas e pedradas. Ela era usuária de drogas, natural da cidade de Rosário, e estava residindo no município de Raposa há menos de seis meses.

O outro caso foi registrado no dia 1º de janeiro, no município de Pinheiro e a vítima foi identificada como Jaqueline Cristine Soares Silva. A Polícia Civil está investigando o caso, mas até o momento não há registro de prisão.

NÚMEROS

4 feminicídios foram registrados pela polícia no decorrer das primeiras duas semanas deste ano no estado
60 feminicídios ocorreram ao longo do ano passado em todo o estado
1 caso desse tipo de crime foi registrado em São Luís em janeiro de 2020

Cronologia dos feminicídios durante este mês no estado

Dia 1: Jaqueline Cristine Soares Silva, em Pinheiro
Dia 8: Deusa Maria dos Santos Silva, Raposa
Dia 12: Maria Auxiliadora Sousa Soares, em São João Batista
Dia 13: Carla Tayra Sousa de Oliveira, em Imperatriz

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