Presidente dos EUA

Impeachment de Trump põe Biden em situação desconfortável

Futuro presidente teme que julgamento de antecessor no início do mandato domine a agenda do Congresso e atrapalhe seus planos de governo;Biden evitou respaldar o movimento crescente em favor da destituição de Trump

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
O presidente Donal Trump é acusado de incitamento à insurreição
O presidente Donal Trump é acusado de incitamento à insurreição (TRUMP Fora)

​WASHINGTON - Os democratas que controlam a Câmara dos Representantes correm para votar pela segunda vez em 13 meses um impeachment de Donald Trump, já que o vice Mike Pence não atendeu à resolução para invocar a 25ª Emenda e remover o presidente do cargo. Medida drástica e inédita na história do país, o julgamento político, motivado pelo cerco violento ao Capitólio, deixa Joe Biden em situação complicada e desconfortável.

A uma semana da posse, o presidente eleito se recusou a endossar o processo e deixou a decisão a cargo do Congresso. Em apenas um artigo, Trump é acusado de incitamento à insurreição. Congressistas democratas têm pressa para responsabilizá-lo formalmente pelo motim e torná-lo inelegível.

Apesar do rápido avanço, mesmo que seja votado na Câmara enquanto Trump ainda está no cargo, não deverá alcançar o Senado em tempo hábil. Na Câmara Alta, são necessários 67 votos -- maioria de dois terços -- para impugnar o presidente. E o líder da maioria republicana, Mitch McConnell, manifestou a intenção de postergar o debate para depois da posse.

Movimento

Biden evitou respaldar o movimento crescente em favor da destituição de Trump, capitaneado pela presidente da Câmara, Nancy Pelosi, e pelo líder no Senado, Chuck Schumer. Não quer desagradar aos correligionários e muito menos inflamar os ânimos entre os republicanos e agregá-los novamente em torno de Trump, num momento em que o presidente e seu partido estão enfraquecidos.

Em suma, o futuro presidente foge do desgaste político, da paralisia legislativa e de um desvio de rota de sua agenda no Congresso, motivado pelo julgamento de seu antecessor. Para Biden, o ideal seria que o processo de impeachment sofresse uma pausa no Senado. Dessa forma, não poria em risco os planos para combater a pandemia do novo coronavírus e seus reflexos na economia americana.

'Acalmar os ânimos'

O presidente Donald Trump, pediu ontem,13, ara se 'acalmar os ânimos' em meio a anúncios de novos protestos marcados por seus apoiadores durante a cerimônia de posse de Joe Biden, que acontece em 20 de janeiro.

"À luz dos relatos de mais manifestações, peço que não deve haver violência, não deve haver violação da lei e não deve haver vandalismo de qualquer tipo", disse Trump uma semana depois que um grupo de apoiadores invadiu o Capitólio dos EUA, sede do Congresso americano.

"Não é isso que eu defendo e não é o que os Estados Unidos representam", escreveu o presidente em uma nota oficial. "Apelo a todos os americanos para ajudar a aliviar as tensões e acalmar os ânimos."

Nesta quarta, o Congresso americano vota um pedido de impeachment do presidente sob a acusação de incitar uma insurreição na semana passada. Trump discursou para apoiadores pouco antes da invasão do Capitólio.

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