Editorial

Boicote por preço justo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17

Cidadãos de dezenas de municípios do Maranhão se uniram em um movimento, com ampla divulgação nas redes sociais, para pressionar a queda do preço da carne bovina, que em algumas regiões já se aproxima de R$ 50,00 (sem osso) e R$ 30,00 (com osso). A ideia da campanha é boicotar o comércio do produto e buscar outras opções de alimentos, até que os valores considerados abusivos voltem ao normal.

Entre as cidades onde o movimento foi deflagrado estão Pinheiro, São João Batista, Penalva, Matinha e Viana, na Baixada Maranhense; Vitória do Mearim, Arari, São Mateus, Bacabal, Pedreiras, Alto Alegre do Maranhão, Bom Lugar, Olho d'Água das Cunhãs, São Luís Gonzaga, Vitorino Freire, Coroatá, Lago Verde, São Luís e tantos outros, onde o quilo da carne de gado disparou.

Em todas as cidades já alcançadas pela campanha, a orientação é a mesma, com direito a frases de protesto e artes produzidas em computação gráfica para realçar o efeito visual. “Não compre carne! Preço abusivo! Quem manda no mercado é o consumidor”, diz uma das mensagens disseminadas por um dos grupos que participam da mobilização.

Em meio à crescente pressão pela queda de preço da carne bovina, já há, pelo menos, um caso bem sucedido, registrado em Matinha, onde o povo passou quatro dias sem comprar o produto, levando à queda do valor final de revenda de R$ 24,00 para R$ 18,00 (com osso).

A campanha que prega o boicote à carne vermelha ganha a cada dia mais adeptos por estar sendo propagada nas redes sociais. Em grupos de WhatsApp, mensagens que visam convencer os cidadãos a não comprar o alimento são transmitidas a todo instante, de diferentes regiões do estado. A pressão tem sido tão forte que pelo menos uma Câmara Municipal, a de Pinheiro, já anunciou a realização de uma audiência pública para discutir o assunto. No momento, uma comissão de vereadores acerta os detalhes da sessão, como data e as autoridades e representantes de segmentos que serão chamados para debater.

Com a chegada do movimento à capital, que abriga o centro do poder, a tendência é que o impacto seja ainda maior. E é justamente isso que os idealizadores e demais participantes da mobilização esperam, o envolvimento da cúpula da administração pública local e a consequente solução do impasse.

Trata-se de uma questão extremamente delicada, que atinge um setor que gera uma das receitas mais expressivas da economia estadual e alimenta milhões de famílias maranhenses. Por isso, devem sentar-se à mesa governantes, produtores, revendedores e representantes dos consumidores, com toda boa vontade.

O primeiro passo rumo à normalização do preço da carne bovina já foi dado com a campanha de boicote, que em tempos de evolução tecnológica e de maior fluxo e velocidade da informação, ganha força suficiente para fazer valer a voz e os anseios da população.

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