Risco

Observatório do Trânsito lista pontos de risco de acidentes em SL

Entre eles estão a rotatória do Calhau, onde mais de 20 acidentes foram registrados nos últimos cinco anos; alguns encontros de vias também foram apontados na lista da entidade

Bárbara Lauria / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Já aconteceram mais de 20 acidentes graves na rotatória do Calhau
Já aconteceram mais de 20 acidentes graves na rotatória do Calhau (rotatória Calhau)

São Luís – Em uma pesquisa realizada pelo Observatório do Trânsito no Maranhão (OBTMA), o engenheiro e professor Francisco Soares destacou cinco pontos da Grande Ilha em que há maior risco de acidentes de trânsito. Segundo o levantamento, essas vias da cidade já possuem histórico de acidentes graves e, inclusive, óbitos.

De acordo com o levantamento, primeiro local a ser destacado foi a rotatória em frente a um shopping, na Avenida dos Holandeses, no Calhau. Intitulado “Rotatória da Morte” pela OBTMA, o local é uma rodovia estadual MA-203 e já aconteceram mais de 20 acidentes graves nos últimos cinco anos.

“Os acidentes são provocados por um erro construtivo, que deixou o canteiro central num greide (nível planialtimétrico) mais baixo que as vias de aproximação, de forma que os condutores só vislumbram o canteiro que está mal posicionado a menos de 15 metros do choque com os meios-fios, que fazem o veículo perder todo o controle, indo chocar-se nas edificações, onde funcionam uma farmácia e uma revendedora de automóveis”, explicou o professor Francisco Soares, que ainda destacou como problema o formato geométrico da rotatória.

Ronaldo dos Santos, contador, passa frequentemente pela via e conta que devido seu tamanho e o fluxo de carros que passam pela rotatória, sente uma necessidade de maior cuidado ao transitar pelo ponto. “Tomo mais cuidado aqui, o retorno é muito estreito e pequeno, além de não ter muito espaço, há um fluxo intenso de carros, então é muito fácil uma colisão aqui”, disse. Em uma farmácia próxima à rotatória, maior alvo de colisões, foi construído um cercado de concreto e ferro, para evitar que os automóveis que perdessem o controle entrassem no estabelecimento, como já ocorreu nos últimos anos.

De acordo com Francisco Soares, a melhor solução para a área seria um reforço na sinalização, colocação de caixa de concreto no canteiro central, retirada dos meios-fios na área de impacto e colocação de defensas metálicas nas janelas de colisão.

Em nota a O Estado, o governo do Maranhão informou que era responsabilidade da Secretária Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT) os pontos com maior risco de acidente, contudo, a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), informou que reforçou a sinalização vertical e horizontal, com faixas de incentivo à redução de velocidade na rotatória do Golden Shopping, devido ao grande número de acidentes naquela região, mas que, por se tratar de uma MA, alterações físicas são de competência da Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB).

Alça da morte
O segundo ponto destacado pela OBTMA é o de encontro entre as vias Quarto Centenário e Avenida dos Franceses, próximo ao Hospital da Criança, no bairro Alemanha. Conhecido como “Alça da Morte”, o local é conhecido principalmente por sinistros envolvendo motocicletas e já registou oito acidentes fatais nos últimos cinco anos.

“Trabalho aqui há dois anos e volta e meia vemos um acidente aqui na frente, principalmente com motos. Aqui não tem sinalização, então é muito comum alguém dar uma freada brusca para algum pedestre, na faixa, e a pessoa que vem atrás não consegue parar e colide. Já na via de acesso ao lado, os acidentes acontecem mais por um problema no asfalto. Os motoristas de moto andam rápido e acabam caindo ao entrar e sair da via”, contou o frentista Marciano Martins.

De acordo com a OBTMA, os acidentes são provocados por um erro construtivo de convergência da rampa de acesso à alça: “Mesmo com baixas velocidades, o levantamento da roda dianteira das motocicletas, motonetas e ciclomotores, fazendo-as perder aderência e controle de forma que as mesmas se chocam numa mureta de concreto da alça projetando os condutores para baixo numa altura de quase 8 metros”.

Segundo o engenheiro, a solução seria refazer a rampa de acesso e, como medida paliativa, a colocação de rede de proteção na mureta para evitar a queda dos condutores.

Os outros pontos destacados pelo Observatório foram a Via Expressa, trecho de ligamento entre a Avenida Carlos Cunha e Avenida Daniel de La Touche, onde foram registrados acidentes fatais nos últimos dois anos; o trecho de acesso à Ponte Bandeira Tribuzi, no bairro Jaracati, em que há históricos de acidentes fatais em que motoristas em alta velocidade caem de uma altura de nove metros no acesso à ponte; e a Ponte Marcelino Machado, localizada na BR-135, no sentido Bacabeira / São Luís, envolvendo, principalmente, erros de condutores.

“Todos esses pontos têm fácil solução e o observatório destaca algumas soluções rápidas para esses trechos. Mas é importante que haja uma ampla campanha para divulgação desses pontos repetitivos de mortes no trânsito para que a população possa se prevenir e redobrar os cuidados”, destacou Francisco Soares sobre os pontos de acidente.

A Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), informou, em nota, que reforçou a sinalização vertical e horizontal, com faixas de incentivo à redução de velocidade na rotatória do Calhau, devido ao grande número de acidentes naquela região, mas que, por se tratar de uma MA, alterações físicas são de competência da Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB). No encontro da Quarto Centenário com a Avenida dos Franceses, a SMTT comunicou que está realizando estudo da área para possível implantação de redutores de velocidade, e na Via Expressa, equipamentos de fiscalização eletrônica. Já na Avenida Carlos Cunha, a secretaria informou que uma obra já foi realizada na área, que alterou toda geometria da via. A sinalização também foi refeita e foi construída uma barreira de contenção na lateral direita da avenida. Quanto à Ponte Marcelino Machado, essa é de responsabilidade do DNIT, por estar localizada em uma rodovia federal. O Estado solicitou nota à Polícia Rodoviária Federal, porém não obteve resposta.

SAIBA MAIS

Óbitos no trânsito em 2020

Apesar do alto registro de óbitos nos pontos destacados pela OBTMA, em 2020 a região metropolitana de São Luís registrou 88 óbitos causados por acidentes de trânsito, sendo desses, 74 considerados homicídio culposo no trânsito, e 14 como morte acidental no trânsito.

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