Covid-19

Aglomerações nas férias podem contribuir para aumento de casos da Covid-19

Com o período de férias a tendência é que aglomerações se intensifiquem, principalmente em praias; epidemiologista ainda não recomenda volta presencial das aulas; em alguns estados a Covid-19 tem reacelerado

Kethlen Mata/ O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Com a chegada das férias, praias têm sido pontos de aglomeração
Com a chegada das férias, praias têm sido pontos de aglomeração (aglomeração na praia)

São Luís – De acordo com o boletim da Secretaria de Estado da Saúde (SES), do dia 4 de janeiro, 5.589 pessoas estão com o novo coronavírus ativo em seus corpos, seja em isolamento domiciliar, em leitos de enfermaria, ou de UTI. Ao mesmo tempo, as aglomerações em praias, bares, shoppings, e afins, se tornaram cada vez mais comuns e escancaradas, e segundo o epidemiologista Antônio Moura da Silva, o período de férias vai deixar esses espaços ainda mais lotados, e consequentemente, mais propícios para o contágio da Covid-19.

O balanço dos dados do coronavírus feito pelo consórcio de veículos de imprensa, mostra que o Maranhão está estável quanto ao número de óbitos em decorrência da doença, no entanto, estados como Pará e Tocantins - que fazem fronteira com o Maranhão -, estão em tendência de aumento. Sendo assim, é necessário continuar tomando cuidados básicos.

“As medidas para reduzir a transmissão são as mesmas de sempre: evitar aglomerações, distanciamento social, uso de máscaras, higiene das mãos. Aglomerações nas férias são fatores que contribuirão para o aumento de casos”, afirmou o epidemiologista.

Aglomeração em praias
As praias de São Luís viraram pontos de aglomeração. Principalmente nos finais de semana, muito jovens têm frequentado esses locais, para encontrar amigos e socializar, porém, a grande quantidade de pessoas deixa esses ambientes propícios para contágio, ainda mais, pelo fato de que a máscara, por vezes, fica de lado, já que muitas pessoas vão até lá para beber e comer.

Uma estudante, que não quis se identificar, contou em entrevista, que frequentou a praia, mas se assustou quando viu o número de pessoas no local. “Fui a convite de uma amiga, sabia que tinha amigos lá e achei legal a ideia. Na foto que eles colocaram no grupo, um pouco mais cedo, não parecia ter tanta gente”, disse.

A entrevistada frisou que quando chegou ao local, se assustou com o número de pessoas, e se sentiu incomodada. “Principalmente porque ficamos em um ponto específico, onde estavam vendendo drinques. Como queria logo sair de lá, chamei todos para lanchar, porque sabia que ninguém acharia ruim. Lá virou ponto de encontro e pelo que vejo, através das fotos do feed no Instagram, está cada vez mais lotado, por isso deixei de ir”, completou.

Em nota, a SES informou que o Governo do Estado estabeleceu protocolos sanitários específicos para o enfrentamento da pandemia da Covid-19 no estado.

“A SES reitera que as secretarias Municipais de Saúde são responsáveis pela fiscalização dos estabelecimentos e pontos de aglomeração em suas cidades. A Vigilância Sanitária Estadual assegura apoio nestas ações, caso seja solicitada pelo município. Cumpre, destacar que a Vigilância Sanitária Estadual já realizou mais de 4.700 inspeções desde o início da pandemia, com ações de fiscalização para verificação do cumprimento das medidas sanitárias e de orientação dos estabelecimentos, autuando nos casos de descumprimento das normas vigentes”, disse a secretaria.

Medo
A estudante que conversou com O Estado, destacou o medo que ainda tem ao sair de casa, ou realizar encontros, mesmo que familiares.

“Domingo foi aniversário da minha irmã e eu fui vê-la, porque ela garantiu que só iriam pessoas que eu tive contato nos últimos tempos, mas quando começou a encher de gente, quis logo voltar para casa. Criei esse receio como defesa e sinto que mesmo depois de tudo, ainda sentirei o mesmo incômodo em lugares com muita gente”, ressaltou.

Por outro lado, há quem ainda tenha receio de furar o isolamento recomendado, mas continua saindo para aglomerações, como é o caso de outra pessoa entrevistada e que também não quis revelar sua identidade.

“Eu comecei a sair em julho, só para fazer o essencial, mas fui sair mesmo no fim de setembro, para o começo de outubro, que foi quando começaram a abrir as coisas. Eu tenho muito medo ainda desse vírus, mas alguns lugares que eu vou continuam tendo normas de segurança, só na praia que o povo não está respeitando muito”, disse.

Volta às aulas
Uma grande dúvida que paira, é sobre o retorno das aulas da rede pública, e se esse retorno pode mudar o cenário de estabilidade quanto ao coronavírus. O epidemiologista Antônio Moura da Silva explicou que o momento é de reaceleração da Covid-19 e que o estado não está realizando testes suficientes para a população.

“Não vamos conseguir detectar surtos nas escolas para tomar medidas de isolamento. O risco de epidemias nas escolas é alto e não recomendo a abertura agora. Mais do que nunca é fundamental um plano de vacina”, ressaltou.

O Estado procurou o Governo do Estado para obter mais informações sobre a volta às aulas na rede estadual, e a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) informou, por meio de nota, que o retorno ocorrerá de forma remota ou híbrida, de acordo com os índices epidemiológicos do estado na data definida pelo calendário escolar.

“O calendário será 8 de fevereiro para as turmas de 2ª e 3ª séries do Ensino Médio nas escolas em tempo integral. No dia 22 de fevereiro a 2ª e 3ª séries do Ensino Médio (escolas parciais) e, para a 1ª série do Ensino Médio, o início será de forma regionalizada, de acordo com o término do ano letivo 2020 em cada município”, afirmou a nota.

SAIBA MAIS

201.093 casos de Covid-19 confirmados no Maranhão, até o dia 4
5.582 casos ativos de Covid-19 no Maranhão, até o dia 4
4.524 óbitos em decorrência da Covid-19 no Maranhão, até o dia 4
190.980 recuperados da Covid-19 no Maranhão, até o dia 4

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