Ano Novo

Virada atípica: Réveillon com queima de fogos, mas sem show na praia

A pandemia da Covid-19 acabou alterando a festa do Ano Novo na orla marítima e mesmo sem show a população compareceu à Litorânea e sem máscara

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17

Na noite do último dia do ano de 2020, a Avenida Litorânea ainda contou com a presença de um grande público, que foi festejar a chegada do ano de 2021, mesmo com a maioria dos bares fechados e sem a ocorrência de shows em virtude das medidas sanitárias adotadas pelo governo estadual como sendo uma forma de evitar a proliferação da Covid-19. Segundo dados divulgados na noite do dia 31 de dezembro pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), havia 200.938 casos confirmados do novo coronavírus no estado e um total de 4.500 óbitos.

A população começou a chegar foi cedo a esse local e antes das 21 horas o calçadão da Litorânea estava lotado. Era possível observar o vai e vem de pessoas. Muitas delas não estavam usando máscaras. No parquinho era possível encontrar várias crianças e até mesmo de colo sem a máscara de cobrir o nariz e a boca como ainda os pais e vendedores ambulantes estavam usando esse produto de proteção e de uso essencial.

Ao longo da via também havia vários veículos estacionados, inclusive, de carga. “Eu cheguei cedo à Litorânea para conseguir um bom estacionamento, pois, na festa do Réveillon do ano passado, além de pegar engarrafamento quilométrico, ainda encontrei um péssimo local para deixar o meu carro”, disse o funcionário público Sílvio Alencar.

Luzliria Alcântara, de 44 anos, veio de Brasília acompanhada do casal, José e Valdecília Rocha, para passar o Réveillon na capital maranhense. “A gente veio à praia para agradecer a Deus, pois, tivemos um ano muito difícil. Ainda nestes próximos dias, nós iremos a Barreirinhas”, frisou a turista.

Celebrar em silêncio

A advogada Beth Arouche veio com o esposo, Sebastião Paiva; o filho, Artur Bacute, e o seu pet para Litorânea. Ela declarou que a festa da virada deste ano deve ser celebrada em silêncio devido à ocorrência de várias mortes em consequência da Covid-19. “Não temos muito o que festejar em virtude da pandemia e das inúmeras mortes, mas, temos a esperança que a vacina possa resolver durante o ano de 2021”, contou.

O autônomo Marcos de Jesus também estava na Litorânea acompanhado da família. “Resolvemos ficar em um cantinho da orla marítima. A minha esposa teve coronavírus, mas, ficou boa com a graça de Deus e, no momento, está grávida. A criança deve nascer daqui a dois meses”, disse.

Já, o artesão Edilson Costa, de 50 anos, resolveu correr pela Avenida Litorânea sozinho e fantasiado de super-homem. “Esta foi uma das formas que encontrei para mostrar que o povo brasileiro é forte, pois, em plena pandemia da Covid-19, mas, estamos de pé e tendo esperança de dias melhores e com saúde”, frisou o artesão.

Acampamento

Na areia da Litorânea também havia várias pessoas acampadas. Daniel Magno disse que chegou foi cedo para encontrar um bom local na areia e pretende ficar com a família até o final do dia primeiro de janeiro. “Trouxemos comida, bebidas, água e várias cobertas, pois, nós iremos voltar para a casa somente no outro dia”, contou Daniel Magno.

Outra que também acampou na praia foi Eunice Melo. Ela declarou que costuma passar a virada do ano na praia e neste ano resolveu acampar como ainda trouxe toda a família. “Como este ano não teve show na praia, então, resolvemos acampar nesse local e aproveitar a brisa da noite e o sol durante o dia”, comentou.

Fechado

Vários bares da Litorânea estavam fechados e aqueles que resolveram abrir havia o controle de entrada de pessoas. Mas, a maioria dos clientes não usavam máscara e não estavam com álcool em gel. Nesses pontos comerciais era possível observar mesas reduzidas.

Devido a maioria dos bares fechados, os vendedores ambulantes estavam otimistas com as vendas. Ugleyvan Vieira, de 32 anos, disse que apesar da falta de show no local, mas havia várias pessoas na praia. “As pessoas estão chegando e os bares fechados, então, os vendedores ambulantes podem faturar um pouco mais”, declarou o vendedor.

O outro vendedor, José Luís Gomes, de 58 anos, contou que também estava com expectativa de ter um bom lucro durante a festa de Réveillon. “Estou vendendo, além de água e bebida, também churrasquinho e salgados”, frisou José Gomes.

Os bares, localizados na praia da Ponta do Farol e da Ponta d’Areia, estavam de portas fechadas. Na parte dessa orla marítima contou durante toda a noite do último dia do ano de 2020 e madrugada do dia primeiro de janeiro com um movimento fraco de pessoas totalmente diferente da festa da virada do ano passado.

Festa de Iemanjá

O movimento na praia do Olho d´Água foi somente na residência do vereador Astro de Ogum onde ocorreu a tradicional festa de Iemanjá. O presidente da Federação de Umbanda e Culto Afro do Maranhão, Biné Gomes de Abinokõ, disse que o evento teve que passar por adaptações devido a pandemia da Covid-19, mas, não perdeu o brilho da celebração.

Ainda segundo Biné Gomes, a festa reunia milhares de pais, mães e filhos de santo do Maranhão e dos outros estados, mas, o festejo de 2021, teve que ser restrito para 30 religiosos, com seus respectivos filhos de santo e respeitando o limite de até cinco acompanhantes. Todos usando máscara e álcool em gel.

Também o horário do evento foi reduzido, das 21 h até 12h, anos anteriores, durava a noite inteira de 31 até a manhã do dia seguinte. Biné Gomes declarou que houve abertura dos trabalhos com cânticos, orações, danças e toque dos tambores em saudação aos orixás e nas primeiras horas do dia primeiro de janeiro foram jogadas no mar as oferendas para Iemanjá.

O pai de santo, Luís Fernando Solon, de 52 anos, disse que há mais de 30 anos participa da festa e vem sempre acompanhado dos seus filhos e filhas de santo, mas, desta vez veio sozinho. “Não deixo de comparecer ao evento, pois, é uma obrigação. Trouxe flores e perfumes para Iemanjá”, contou Solon.

Igrejas

Os evangélicos compareceram em grande número à igreja da capital. Um dos templos, localizado no Canto da Fabril, estava lotado e na saída houve até mesmo o registro de engarrafamento. Também houve engarrafamento de veículos nas proximidades das igrejas evangélicas dos bairros da cidade.

Mary France, de 43 anos, levou toda a sua família para passar a virada do ano em uma igreja, no Cohatrac. “O ano de 2020 foi muito difícil para o mundo, então, para o novo ano, nós devemos pedir para Deus proteção e muita saúde para a humanidade”, frisou.

A Renovação Carismática, que todos os anos celebra missa campal na praia, em 2020 em virtude da Covid fizeram uma programação diferente. Eles realizaram uma evangelização durante o período da tarde do dia 31 e, logo após, foi celebrada uma missa. Durante a noite ocorreu uma live com show de cantores da terra.

Queima de fogos

Para festejar a chegada do ano de 2021, o Governo do Maranhão promoveu em 15 pontos da Grande Ilha uma queima de fogos com duração de mais de cinco minutos. Os locais foram Avenida Beira-Mar, Anel Viário (atrás do papódromo), estádio Castelão, Parque do Rangedor, Iema Rio Anil (Bequimão), CEM Almirante de Tamandaré (Cohab-Anil IV), Avenida Litorânea, Forte de Santo Antônio, Residencial José Chagas (Avenida Ferreira Gullar), Avenida Ferreira Gullar (próximo da ponte José Sarney), Praça do Viva do Maiobão, Praça do Viva da Cidade Operária, Cais da Raposa

Cais de São José de Ribamar e Mirante da Lagoa da Jansen.

Reveillon 2021

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