CoronaVac

''Parece que a eficácia da vacina em SP está lá embaixo'', diz Bolsonaro

Instituto Butantan adiou novamente a entrega de dados referentes aos testes da vacina e a Secretaria de Saúde de São Paulo afirmou que eficácia está abaixo de 90% no país

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
(bolsonaro)

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro levantou dúvidas sobre a eficácia da vacina patrocinada pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Na quarta-feira, 24, o governo de São Paulo e o Instituto Butantan anunciaram que a Coronavac, desenvolvida em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, superou o índice mínimo de eficácia exigido pelas agências regulatórias (50%).

Os órgãos, porém, não apresentaram o porcentual exato de eficácia do imunizante nem os demais dados do estudo final. A justificativa para o novo atraso na divulgação das informações foi a de que a Sinovac solicitou a base de dados para mais análises. É a quarta vez que a apresentação dos resultados de eficácia é adiada.

"A eficácia daquela vacina em São Paulo parece que está lá embaixo, né?", disse Bolsonaro em transmissão ao vivo nas redes sociais nesta quinta-feira, 24. "Não vou divulgar porcentual aqui, porque se eu errar 0,001% eu vou apanhar da mídia, mas parece que o porcentual tá lá embaixo levando-se em consideração a outra", acrescentou

O presidente da República reforçou mais uma vez que o governo federal vai comprar as vacinas que forem registradas na Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Por outro lado, Bolsonaro defendeu a aplicação opcional na população e disse que, se houver efeito colateral, as pessoas precisam "ir pra cima" de um governador que queira obrigar a aplicação, em um referência a Doria.

De acordo com Bolsonaro, a União não pode se responsabilizar sobre eventuais efeitos colaterais do imunizante. "Não vou assinar isso. Não vou aceitar uma vacina que não está comprovada ainda, que está na terceira fase experimentar. Não vou me responsabilizar. Quem está com pressa que se responsabilize".

Novo prazo

Na sexta-feira, após dois adiamentos, o governo de São Paulo deverá divulgar os dados da eficácia da CoronaVac até 7 de janeiro de 2021, de acordo com informações obtidas pelo portal G1 com a gestão estadual e com o Instituto Butantan.

Os resultados dos testes da vacina contra o coronavírus, que está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, deveriam ter sido divulgados na última quarta-feira (23), mas foram adiados novamente.

Antes, a previsão era de que eles fossem conhecidos em 15 de dezembro. Segundo o governo, o motivo do adiamento foi que o percentual de eficácia da vacina foi diferente nos países em que ocorreram os testes.

Na quinta-feira (24), a Turquia informou publicamente ter chegado ao percentual de 91,25% de eficácia da CoronaVac em testes preliminares feitos com 1,3 mil voluntários. Já no Brasil, segundo o secretário de saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, os testes realizados não atingiram esse índice.

Por questões de sigilos contratuais, o governo paulista não pode antecipar quais foram os índices obtidos no Brasil, mas, segundo Jean, a vacina não atingiu 90% de eficácia nos testes que foram feitos.

"Não atingiu 90% (nos testes no Brasil), mas está em níveis que nos permitem fazer uma redução de impacto de doença na nossa população", afirmou Jean, citando que o percentual é superior ao mínimo de 50% recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O secretário justificou a expectativa citando que vacinas formuladas com fragmentos de vírus, os chamados vírus inativados, como é o caso da CoronaVac, acabam produzindo um percentual de defesa inferior ao daquelas que usam, por exemplo, a técnica chamada de vírus atenuado (veja especial sobre os tipos de vacinas).

"O que nós não imaginávamos é que a empresa (Sinovac) queria, e objetivava, uma unicidade, um resultado muito próximo em todos os países, e não somente em um ou outro país", disse o secretário, justificando o adiamento da divulgação dos dados. Ainda, segundo o secretário, é normal haver alguma diferença entre testes. "A gente não vai ter a mesma resposta para diferentes populações, porque são populações muito peculiares do ponto de vista genético, racial", disse Jean. Apesar do adiamento na divulgação dos dados, Jean reafirmou que o governo paulista mantém a previsão de início da vacinação em 25 de janeiro, data do aniversário da cidade de São Paulo.

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