Artes plásticas

Cores e formas de Airton Marinho

Artista plástico lança "Festas e Festanças Brasileiras", nova coleção de xilogravuras feitas na pandemia e, por conta da Covid-19, usa redes sociais para divulgar trabalhos

Carla Melo / Da equipe de O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Airton Marinho se dedica à nova coleção
Airton Marinho se dedica à nova coleção (Airton Marinho)

São Luís - Bebendo da fonte inspiradora da cultura popular do Maranhão, o artista plástico maranhense Airton Marinho tem produzido, ao longo de 40 anos de carreira, um trabalho único e inconfundível. Agora, ele amplia os horizontes e lança a coleção “Festas e Festanças Brasileiras”, na qual faz um passeio por diversas manifestações do país que ganham formas e cores por meio da xilogravura.

Inspirando-se nas danças, lendas, mitos, festas religiosas e cultos afros, Airton Marinho tem o objetivo de divulgar e preservar essas tradições não só do Maranhão, às quais têm lugar garantido na nova coleção, mas também de estados como Goiás, Alagoas, Bahia, Pará, Pernambuco e outros recantos do país nos quais a cultura popular, nas suas mais variadas formas, é pulsante.

Assim, pelas mãos habilidosas do artista que entalha na madeira as tradições que passam de geração a geração, ganham formas manifestações religiosas e profanas num caldeirão que imprime as características peculiares do povo brasileiro.

O reizado e a procissão do fogaréu, que ocorrem em Goiás; o Carnaval e o maracatu, de Pernambuco; o Círio de Nazaré e o carimbó, originários do Pará; a festa de Nosso Senhor do Bonfim, na Bahia; o culto a São Jorge, no Rio de Janeiro; entre outras festas brasileiras estão retratadas pelo maranhense. Do Maranhão, o bumba meu boi, tambor de crioula, festa do Divino, tambor de Mina e quadrilha foram os escolhidos para figurarem na coleção.

Pandemia

A coleção “Festas e Festanças Brasileiras” nasceu durante o período de isolamento social e é composta por 20 gravuras, sendo 12 inéditas. Integrante do grupo de risco, Airton Maranho conta que ficou cerca de três meses em total. “Mas não deixei que a quarentena, esse vírus, me abalassem, embora tenha ficado com muito medo, até mesmo pela minha condição de saúde, pois sou cardíaco e asmático”, diz o artista.

Esta forma mais otimista de encarar a situação – que para muitos desencadeou problemas como a depressão, por exemplo – está notória em seu trabalho. Com uma técnica apuradíssima desenvolvida ao longo dos anos, Airton Marinho traz a plasticidade contida nas tradições, com a magia de sua original policromia e nuances de cores perfeitas, com usos de degradês que exaltam cores e luzes, enriquecendo suas obras e as tornando únicas.

Para fazer com que seus trabalhos alcancem o público, o artista está disponibilizando as xilogravuras em seu instagram. “Foi uma forma que encontrei de fazer com meus trabalhos possam ser vistos. Até tinha o objetivo de expor a coleção em um espaço, mas por conta da pandemia, retrocedi. Penso em fazer isto ano que vem, caso esta situação do coronavírus esteja sob controle”, adianta o artista.

Este desejo também é compartilhado pelos amantes das artes e os fãs do trabalho de Artion Marinho. Afinal, nem mesmo a tecnologia é capaz de substituir o prazer da fruição artística.

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