Covid-19

Com pandemia e isolamento, 2020 foi um ano para se reinventar

Crise sanitária mudou a rotina dos maranhenses e, em meio às dificuldades, sem muita alternativa senão tentar, muitos conseguiram seguir em frente e tiraram proveito dos tempos difíceis

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17

[e-s001]São Luís - A crise sanitária em decorrência do novo coronavírus deixou o mundo de cabeça para baixo. De uma hora para outra, as pessoas foram pegas de surpresa, perderam empregos ou viram seus negócios estagnarem com a suspensão das atividades econômicas, devido ao isolamento social. No entanto, muitas conseguiram passar por cima das adversidades e se reinventaram. Foi preciso muito jogo de cintura, criatividade e persistência.

A assistente social Fernanda Cunha, 23 anos, é um exemplo. Ela havia recebido o canudo da formatura em Serviço Social, justamente quando a pandemia estourou. Sem poder pleitear uma vaga no mercado de trabalho, já que as possibilidades de emprego minguaram, aventurou-se em outra área e teve sorte na empreitada.

“Eu e uma amiga, Nathércia Bello, tivemos a ideia de vender bijuterias via internet e criamos uma loja virtual. Nos reunimos, fizemos um rápido planejamento e demos início ao trabalho, comprando as peças em São Paulo. Os próprios clientes vinham até a minha casa apanhar os itens adquiridos. Conseguimos um bom dinheiro, e estamos dando continuidade ao negócio. Nunca tínhamos trabalhado com vendas e tivemos de criar coragem e nos abrir para o aprendizado. Pensamos, inclusive, em montar uma loja fixa”, contou Fernanda Cunha, que conseguiu dar prosseguimento ao trabalho na empresa virtual e tem se dado bem.

A mesma força de vontade teve a jornalista Carol Gonçalves, que precisou arregaçar as mangas durante a pandemia. Apesar de já ter uma empresa de comunicação formalizada, ela criou outra virtual, para venda de massas pelo sistema “delivery”, no mesmo período em que descobriu que tinha um linfoma de mama. Foi uma simbiose de notícias positivas e negativas.

“Precisei ter forças para seguir em frente, apesar do tratamento. Por incrível que possa parecer, tudo deu certo e a minha empresa de comunicação triplicou o faturamento, em meio a uma crise mundial e bastante difícil. Isso, graças às ações virtuais. Surgiram clientes das áreas de saúde, varejo, vestuário e por aí vai, todos precisando dar visibilidade aos seus empreendimentos. Eu trabalhei, inclusive, em São Paulo, enquanto dava continuidade ao tratamento de saúde”, contou Carol Gonçalves, que segue na guerra contra o câncer, sem perder a esperança.

[e-s001]Premiada
A karateca Radhyja Costa, de 12 anos, surpreendeu a própria família no auge da pandemia. Assim que migrou para a faixa roxa, ela precisou permanecer em casa, e além de assistir a aulas online da grade curricular do Colégio Militar, onde estuda, começou, também, a treinar em sua residência, com a ajuda da avó, Ângela Rocha.

“Eu transformei meu quarto em um salão, coloquei equipamentos e ela passou a treinar, a partir de aulas que procurávamos no YouTube. Até que o professor Marco Aurélio, proprietário de uma academia, passou a nos orientar e gravava vídeos para ela. Nessa ocasião, ele implantou o treinamento on-line e minha neta acompanhava tudo. Ou seja, ela se adaptou e se saiu muito bem”, contou a avó.

Radhyja acompanhou, também, aulas transmitidas ao vivo por professores de karatê japoneses e precisou mudar a rotina, para que conseguisse ficar acordada na madrugada, de acordo com o fuso horário. A menina, em seguida, foi inscrita em campeonatos virtuais de kata (movimentos de ataque e defesa presente nas mais diversas artes marciais japonesas, realizados em conjunto ou individualmente) e saiu vitoriosa em 12 competições, entre aquelas promovidas por academias maranhenses e de outros estados, incluindo Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Pará e Goiás.

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Resiliência e resistência às adversidades no ano da pandemia

Lockdown
O isolamento social foi um momento bastante difícil vivido pelos brasileiros em 2020, agravando-se com o lockdown, no mês de maio. A saída para artistas nacionais e locais foram as transmissões ao vivo pelo Instagram e YouTube.

A cantora maranhense Mairla Oliveira, vocalista da banda Mix in Brasil, por exemplo, conta que a necessidade de parar as atividades por completo foi um “choque”, pois a banda chegava a realizar até oito apresentações semanais. A paralisação comprometeu a vida financeira de todos os integrantes. “Ainda bem que tínhamos uma grana guardada e usamos para nos manter. O auxílio emergencial também ajudou, via Lei Aldir Blanc”, comentou Mairla Oliveira.

O mesmo relatou o cantor Michael Wesley, maranhense radicado em Fortaleza (CE). Com o fechamento de bares, casas de shows, restaurantes e outros empreendimentos ligados ao entretenimento, o artista retornou ao Maranhão. Em São Luís, contraiu a Covid-19, mas apresentou sintomas leves. Em seguida, mesmo com as restrições e dificuldades de deslocamento, retornou ao Ceará para gravação de lives.

[e-s001]“As lives nos ajudaram a continuar perto dos fãs e alegraram lares e pessoas. A música teve um papel fundamental durante a pandemia. Caso contrário, muitas pessoas teriam desenvolvido uma série de outras doenças, inclusive a depressão, que, infelizmente, acometeu muita gente no Brasil e no mundo. Nós tivemos de nos adequar, pois um show transmitido pelo Youtube ou por uma rede social tem suas limitações técnicas. Mas era o que tínhamos naquele momento”, disse Michael Wesley.

O lockdown também pegou várias empresas e instituições de ensino de surpresa e antecipou uma tendência: o homeoffice e as aulas remotas, mudando completamente a rotina de alunos e professores. Foi o caso de Cristiane Álvares Costa, professora da educação básica e nível superior. A partir de meados de março, quando as instituições de ensino deram início às aulas remotas, ela passou a ministrar o conteúdo da sala de sua casa, a partir de um laptop conectado à internet.

“Nós, professores, precisamos seguir o mesmo cronograma usado para as aulas presenciais, ou seja, no mesmo horário de início e término, como se estivéssemos no prédio da escola ou da faculdade. Nós tivemos de nos readaptar, superando os desafios que iam surgindo, inclusive as interferências do ambiente residencial. Às vezes, no meu caso, precisei ir para um cômodo com mais isolamento acústico, para que pudesse gravar os vídeos em melhor qualidade. Busquei outros acessórios para melhorar a qualidade das aulas, como caixa de som, microfone e fone de ouvido, por exemplo. Cada um foi se adequando às suas necessidades naquele período. Aliás, o trabalho continua, pois a pandemia ainda não terminou”, disse a professora.

SAIBA MAIS

A pandemia do novo coronavírus apresenta impactos significativos em empresas de todo o mundo, dos mais variados segmentos. Seja pelas medidas de quarentena e pela mudança da rotina de forma geral, a economia sofrerá com os efeitos da doença em 2021. A seguir, algumas sugestões para ajudar a enfrentá-la:

Vendas online e delivery

Se você possui um comércio, mesmo que já possa reabrir, é possível que o movimento tenha diminuído, até mesmo pela menor circulação de pessoas nas ruas e imposições sobre limite de clientes no estabelecimento. Se você tiver a possibilidade de vender o seu produto on-line, este é o momento. Restaurantes e bares, por exemplo, podem atender em sistema de delivery ou retirada no balcão. Se você trabalha nestes segmentos, permita que seus clientes possam consumir os seus produtos desta forma. Seja por meio de aplicativos ou contato direto por telefone, encontre a forma mais adequada ao seu negócio.

Utilize a Internet a seu favor

Em complemento ao item anterior, faça das redes sociais a sua vitrine e chegue onde os seus clientes passam boa parte do tempo. Trata-se de um canal de comunicação eficiente, principalmente em tempos de isolamento. Comunique o seu público de eventuais mudanças no atendimento e mantenha este vínculo, respondendo às mensagens e dúvidas que forem enviadas por estes canais. Outra forma de usar a Internet a seu favor é permitindo o uso de homeoffice nos casos em que isso for possível e marcando reuniões por vídeo. Quem trabalha com cursos e consultorias também pode adotar esta modalidade para atender aos clientes.

Reveja os seus custos e dívidas

Com a projeção de um encolhimento na economia no mundo inteiro, é hora de se debruçar sobre as planilhas para eliminar custos desnecessários na sua empresa. Busque negociar com seus fornecedores. Por se tratar de uma crise global, muitas empresas estarão dispostas a estas adaptações para não saírem no prejuízo. Se possível, veja de que formas pode economizar na rotina. Às vezes as pequenas economias podem fazer uma grande diferença e permitirem que o seu negócio continue funcionando.

Promoções e liquidações

É preferível diminuir a margem do que ficar no zero a zero, não é mesmo? Veja que tipo de promoções e liquidações é possível fazer no momento, para incentivar as vendas. Condições de pagamento diferenciadas também podem servir de atrativo para os seus clientes.

Adapte o seu local de trabalho

Seja responsável com os seus colaboradores e com os seus clientes. Permita o distanciamento recomendável entre pessoas, evitando aglomerações, disponibilize álcool gel e oriente quanto ao uso de máscaras. A retomada das atividades e da economia só será feita de forma saudável para a sociedade se todos se conscientizarem e seguirem as orientações de higiene e segurança que evitem a propagação do vírus.

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