São Luís – O tão esperado feriado de Natal se aproxima, e mesmo com a pandemia do novo coronavírus, muitas pessoas vão viajar para visitar parentes, ou mesmo por turismo, no entanto, há uma convidada que nem sempre é bem-vinda, as chuvas de fim de ano, características no estado. Diante disso, O Estado buscou saber a possibilidade de chuvas para os dias 24 e 25. Segundo o meteorologista, Hallan Cerqueira, há uma possibilidade de 60% de chuva de leve a fraca entre os dias citados.

O meteorologista, que faz parte do Laboratório de Meteorologia (LabMet), do Núcleo Geoambiental da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), verificou que no mesmo período do ano passado, não houve chuvas em São Luís.

Período de transição
Já faz alguns dias que algumas pancadas de chuvas se tornaram rotineiras em São Luís, no entanto, Hallan Cerqueira, ressaltou que o período de chuva ainda não chegou oficialmente. “O período climatológico que estamos vivendo agora é o de transição. Período chuvoso mesmo, só a partir de fevereiro do ano que vem”, completou.

O chefe do LabMet, Gunter de Azevedo, já explicou o que caracteriza esse período em reportagem publicada em O Estado. Em entrevista nesta terça-feira, 22, ele contou que chuvas acompanhadas de ventos fortes e trovoadas são esperadas logo no início de 2020.

“As chuvas esperadas para o início do ano, provavelmente intensas, com raios e rajadas de vento. É típico dessa época. É característico, nuvens cumulus, nuvem de crescimento vertical. Chuva intensa, descarga atmosférica e vento”, frisou, Gunter.

Período de chuva e Covid-19
O período chuvoso em São Luís pode aumentar a incidência de síndromes respiratórias, incluindo o novo coronavírus. Segundo o infectologista Fabrício Silva Pessoa, não há estudo diretamente relacionado a essa doença que ateste esse impacto, mas todo o cuidado é pouco e a população precisa ficar em alerta.

Por outro lado, vírus como H1N1, Influenza B e o vírus sincicial respiratório levam, também, à Síndrome Respiratória Aguda Grave e podem ser confundidos com Covid-19. Com o aumento da precipitação, haverá aumento da circulação desses vírus e muitos poderão ser interpretados como coronavírus.

A ciência já provou que a gripe, a despeito da semelhança nos sintomas iniciais, apresenta uma forte influência da sazonalidade com as trocas das estações e o pico de casos ocorrendo nos meses de chuva e a diminuição significativa dos casos no verão, em países de clima temperado. Ao passo que, em áreas tropicais, os casos se distribuem de forma semelhante ao longo do ano, com aumento nos períodos mais chuvosos.

Os vírus se proliferam mais no inverno, enquanto que bactérias tendem a crescer mais no verão. Mas não apenas a temperatura é estudada pelos cientistas. A umidade, também. Para muitos especialistas, a umidade relativa do ar seria mais importante que as condições de temperatura.

Os cientistas constataram que ela influencia em quanto tempo o vírus permanece no ar após chegar ao ambiente pela tosse ou um espirro. Os vírus resistem no ar mais sob ar seco e isso ajudaria a explicar o salto de casos de gripe nos meses de inverno em que as pessoas ficam dentro de prédios com calefação em que o ar é muito seco.

SAIBA MAIS

Previsão do tempo nos dias 24 e 25 (INMET)

São Luís 24/12: Muitas nuvens com pancadas de chuva isoladas. Temperatura mínima de 25° e máxima de 32°. Umidade máxima de 80% e umidade mínima de 50%. Vento fraco/moderado.

São Luís 25/12: Muitas nuvens com pancadas de chuva isoladas. Temperatura mínima de 26° e máxima de 32°. Umidade máxima de 85% e umidade mínima de 50%. Ventos fracos.

O que são nuvens cumulus?

São nuvens densas, inchadas, de contorno bem delineado, que se formam em ar instável e sobretudo na baixa troposfera, e que surgem em blocos ou glóbulos isolados ou agrupados. Quando crescem verticalmente em pilha até grandes altitudes constituem Cumulonimbus. As Cumulus são constituídas principalmente por gotículas de água, mas em alguns casos podem apresentar cristais de gelo nos topos. Elas podem apresentar diferentes estágios de desenvolvimento vertical; em regiões tropicais, as maiores provocam chuva abundante na forma de pancadas.

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