Racismo no futebol

Gerson depõe sobre acusação de racismo em delegacia no RJ

Jogador do Flamengo acusa colombiano do Bahia de injúria racial: "falo por todos os negros", disse.

Estadão Conteúdo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
O meia Gerson falou ao lado de um dirigente do clube do Flamengo
O meia Gerson falou ao lado de um dirigente do clube do Flamengo (GERSON RACISMO )

RIO - Gerson deu depoimento no caso de injúria racial em que acusa o colombiano Indio Ramírez, do Bahia, na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) do Rio de Janeiro na manhã desta terça-feira, 22. Segundo o meio-campista do Flamengo, o adversário disse "cala boca, negro" a ele durante a vitória do time rubro-negro por 4 a 3, domingo, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro.

Gerson foi acompanhado na delegacia pelo vice geral e jurídico do clube, Rodrigo Dunshee de Abranches, pelo advogado Rômulo Holanda, além de seu pai, Marcão, que também é seu empresário. O jogador deixou o local sem conceder entrevista, mas deu uma declaração em vídeo publicada no perfil do Flamengo nas redes sociais.

"Vim falar sobre o ocorrido, mas não vim falar apenas sobre mim. Quero deixar bem claro que falo pela minha filha, que é negra. Pelos meus sobrinhos, que são negros. Meu pai, minha mãe, amigos .. por todos os negros no mundo. Hoje tenho status de jogador de futebol e voz ativa para poder falar e dar força às pessoas que sofrem racismo ou outros tipos de preconceito", declarou.

Inquérito policial

O inquérito sobre o caso foi aberto na segunda-feira. Os dois atletas, além do técnico Mano Menezes e o árbitro da partida, Flávio Rodrigues de Souza, foram intimados a dar depoimento presencial sobre o episódio. Gerson foi o primeiro a ser ouvido na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), do Rio de Janeiro. "Agora a questão tá entregue à Justiça e esperamos que a justiça seja feita", disse o vice jurídico do Flamengo, Rodrigo Dunshee.

A pedido da CBF, o caso também será analisado pela Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que informou que "aguardará o recebimento da súmula e vídeo da partida para analisar a denúncia de injúria racial" e também pontuou que "existe em sua legislação desportiva artigo específico para prática de atos discriminatórios e que, para esses casos, a tolerância é zero"

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