Emenda Impositiva

Aprovada em segundo turno PEC da Emenda Impositiva no Maranhão

Emenda substitutiva apresentada por Rafael Leitoa vai à promulgação; mesmo sendo emenda impositiva, somente 50% da verba tem liberação obrigatória

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Sem qualquer contestação, emenda do Palácio dos Leões foi aprovada em segunda votação na Assembleia
Sem qualquer contestação, emenda do Palácio dos Leões foi aprovada em segunda votação na Assembleia (Othelino Neto)

SÃO LUÍS -

A emenda substitutiva apresentada pelo líder do governo na Assembleia Legislativa, Rafael Leitoa (PDT), à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 006, de autoria de Othelino Neto (PCdoB) - presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão -, e de Yglésio Moyses (PROS) e que institui a Emenda Impositiva no estado, foi aprovada ontem em segundo turno e vai à promulgação.
A matéria cria uma imposição para que o Poder Executivo “pague” as emendas individuais dos deputados estaduais, sejam eles da base governista ou da oposição.
Na semana passada o texto havia sido aprovado em primeiro turno, mas sob polêmica. Isso porque o Governo do Estado conseguiu manobrar na Casa e modificar o texto original, reduzindo drasticamente o valor que deverá ser repassado obrigatoriamente aos parlamentares, nos dois últimos anos de mandato.
Quem apontou a mudança no texto e alertou os colegas de Parlamento foi Yglésio Moyses. Ele explicou que na proposta original, o Governo do Estado seria obrigado a repassar as emendas individuais sobre 1% da Receita Corrente Líquida (RCL), o que renderia para cada parlamentar a indicação de emenda no primeiro ano de R$ 3,6 milhões e no segundo ano, de R$ 4,6%, já com 1,2% da RCL.
Já pela proposta do Governo - que na ocasião da votação acabou sendo acatada pelo Plenário -, o valor das emendas foi severamente reduzido para somente 0,75% da RCL, ou R$ 2,6 milhões no próximo ano. Deste montante, o governador Flávio Dino fica obrigado a repassar somente a metade disto, ou seja, R$ 1,3 milhão para cada um dos deputados estaduais.

Questionamento
Yglésio chegou a questionar na ocasião que com o valor pouco seria possível fazer: “Dá mal para construir uma única escola digna e perfurar uns poços artesianos”, justificou.
“Presidente, também fico muito tranquilo, a gente já sabia mais ou menos como ia ser o encaminhamento da votação, poderia retroceder, mas, assim, o comprometimento com a minha própria memória da história disso aqui, para ficar muito vivo, eu estou alertando sobre isso aqui. A gente tem, ou teve, a oportunidade de ligar a chave da ignição para um reposicionamento do Parlamento maranhense. A Casa está optando pela manutenção das coisas como estão”, lamentou Yglésio.
O líder do Governo na Casa, deputado Rafael Leitoa (PDT), na ocasião, comemorou a aprovação da matéria com as modificações propostas pelo Palácio dos Leões.

Classificação
Já Othelino Neto classificou a aprovação como um marco histórico do Poder Legislativo no Maranhão. Ele admitiu que há limitações no texto, mas acredita que a Casa conseguiu avançar.
“Afinal de contas, apesar das divergências pontuais, quanto a valor, quanto a critérios, todos votaram a favor da PEC da Emenda Impositiva, aqui cada um deu a sua colaboração, deputado César apresentou uma proposta, que hoje foi rejeitada por este plenário. Seria muito bom se nós pudéssemos ter uma Emenda Impositiva no valor de R$ 5 milhões, como foi proposto, e, certamente, diante das demandas que tem o nosso estado e as nossas bases, nem seriam suficientes os R$ 5 milhões. Nós chegamos àquilo que é possível, com base em algo que é fundamental que nós tenhamos, sobretudo, nesses tempos estranhos, porque passa o nosso país, a capacidade de diálogo, capacidade de dar dois, um passo para trás e dar 3 para a frente”, finalizou.

AL também aprova adequações no Fundo Especial das Serventias de Registro Civil

A Assembleia Legislativa também aprovou, por unanimidade, o Projeto de Lei Complementar 10/2020, de autoria do Poder Judiciário, que altera a Lei Estadual nº 130, de 29 de dezembro de 2009.
A proposição dispõe sobre a criação do Fundo Especial das Serventias de Registro de Pessoas Naturais do Estado do Maranhão (FERC). A matéria foi encaminhada à sanção do governador Flávio Dino (PCdoB) pelo presidente da Casa, deputado Othelino Neto (PCdoB), que comandou a sessão ordinária.
Em mensagem encaminhada à Casa, o presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), desembargador Lourival Serejo, afirmou que a proposição visa à garantia do equilíbrio econômico-financeiro das Serventias de Registro de Pessoas Naturais do Estado do Maranhão, agregando excelência e qualidade à prestação dos serviços oferecidos à população.
Segundo o magistrado, a isenção de emolumentos dos registros de nascimento, óbito, casamento e demais atos pertinentes ao registro civil de pessoas naturais, embora indiscutivelmente legítima para o pleno exercício da cidadania, gera impactos na sustentabilidade financeira dos Cartórios de Registro Civil.
“Vale ressaltar que a adequação ora proposta é medida que tende a contribuir sobremaneira para a redução dos marcadores de sub-registro, um desafio que carece de enfrentamento em nosso Estado”, complementou o desembargador Lourival Serejo.

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