Competência

Sarney foi o último presidente a apresentar plano de governo elaborado para a Amazônia, diz pesquisador

Segundo Evaristo de Miranda, desde a criação da Embrapa pelo ex-presidente maranhense, governo federal não tem plano para a região

José Linhares Jr / Da Editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Ibama, criado por José Sarney, foi uma das últimas grandes iniciativas elaboradas para questão do meio ambiente no país
Ibama, criado por José Sarney, foi uma das últimas grandes iniciativas elaboradas para questão do meio ambiente no país (josé sarney)

SÃO PAULO - Em entrevista a uma emissora de rádio, o chefe-geral da Embrapa Territorial, Evaristo de Miranda, afirmou que o ex-presidente José Sarney foi o último líder a apresentar um plano de governo para a Floresta Amazônica. “Nós sempre tivemos, desde a Coroa Portuguesa, depois com os militares. Mas não temos mais um plano para a Amazônia desde Sarney”, disse.

Foi de autoria do ex-presidente a criação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Segundo Miranda, desde a criação do órgão não há ações para a regularização fundiária e um plano para a região. Atitudes que, ainda segundo ele, são alternativas para a o avanço na questão ambiental na Floresta Amazônica.

“O governo federal deveria montar esse plano. Hoje, as pessoas publicam fragmentos sobre a Amazônia, você não tem uma visão sistemática. A nação precisa mostrar qual é a situação da forma menos manipulada possível, quais são os dados da Amazônia, e um plano para onde nós vamos”, disse.

De acordo com Miranda, a Amazônia Legal — área formada pelos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, e Maranhão — tem, em média, 30 mil áreas desmatadas — a imensa maioria de pequena extensão. Dentro disso, 10% a 12% são fora do meio rural.

“Não dá para colocar a culpa do desmatamento nos agricultores. São 28 mil áreas desmatadas, e 1 milhão de agricultores. É menos de 3% que desmatam e vemos uma acusação generalizada”, ressaltou.

Além disso, ele afirmou que, entre os países de mesmo tamanho, ou seja, com mais do que dois milhões de km² em extensão territorial, o Brasil é o que mais preserva as suas florestas — 30% do território, enquanto nos outros países o percentual é de 10%. “Há um desconhecimento geral sobre a situação e uma incapacidade de comunicação sobre isso entre o governo, o agronegócio, agricultores e cooperativas. Quem nos ataca são organizações criadas para se comunicar, como as ONGs”, continuou. Ele observou, ainda, que há uma “porção muito pequena” de queimadas que acontecem dentro da floresta, e que quase 90% delas ocorrem nas áreas já desmatadas.

Miranda foi entrevistado pelo apresentador do programa, Augusto Nunes, por Tobias Ferraz, jornalista do Canal Rural e apresentador do Projeto Nação Agro, Romualdo Venâncio, editor da revista “Plant Project”, Vera Ondei, coordenadora de comunicação digital DBO e editora online da DBO Rural e Paulo Cardoso, criador do Mais Floresta, site criado para colaborar com o crescimento do setor florestal brasileiro.

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