Pandemia

Efeito da Covid-19 no Brasil foi devastador, diz Michelle Bachelet

Alta comissária da ONU afirmou que o efeito da pandemia foi devastador em países nos quais os líderes negaram a existência da doença

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Michelle Bachelet critica negacionismo do governo brasileiro
Michelle Bachelet critica negacionismo do governo brasileiro (Michelle Bachelet)

GENEBRA - Michelle Bachelet, a alta comissária da ONU para Direitos Humanos, afirmou, ontem,9, que torce para que os líderes do Brasil sejam mais abertos ao que diz a ciência a respeito da Covid-19 e que o efeito da pandemia no país foi devastador.

Durante uma entrevista coletiva, Bachelet foi questionada a respeito da resposta do Brasil à epidemia e sobre afirmações de Jair Bolsonaro, como a declaração dele de que a Covid-19 seria uma gripezinha.

Sem citar o nome de Jair Bolsonaro, Bachelet afirmou que o efeito da pandemia foi devastador em países nos quais os líderes negaram a existência da Covid-19.

“Esse foi o caso em muitos países, não só o Brasil, mas também o Brasil. Acho que isso é terrível, porque os líderes precisam dar um exemplo, líderes precisam guiar as pessoas, e as pessoas devem seguir as recomendações da Organização Mundial da Saúde”, disse Bachelet.

A comissária afirmou que um dos problemas que os países enfrentam durante a pandemia é a falta de participação da sociedade no combate ao vírus. De acordo com ela, as pessoas precisam entender por que algumas decisões são tomadas para aderirem às recomendações. “E elas precisam ter confiança na instituição e na organização. Então penso e espero que no Brasil os líderes possam ser mais abertos ao que a ciência está dizendo”, afirmou.

Recomendações

Bachelet citou explicitamente recomendações que ajudam a evitar a disseminação do coronavírus, como usar máscara, manter distância e lavar as mãos.

“A região da América Latina é uma das que têm as maiores taxas de mortalidade no mundo, e eu acho que isso é terrível”, disse ela.

Segundo ela, um país pode não ter todos os recursos econômicos ou hospitais para combater uma pandemia, mas se as pessoas receberem as orientações certas para evitar o coronavírus, o patógeno pode se disseminar menos.

Bachelet, então, comparou a situação da América Latina com a África. “Na África há casos onde há falta de recursos, mas pela experiência com o ebola e outras [doenças], a comunidade está organizada e sabe como responder a esse tipo de doença, houve menos casos de infecção e também menos mortes.”

A América Latina teve problemas tanto pelos números de casos e mortes como pelas consequências econômicas, disse ela.

No Brasil, especificamente, houve um impacto desproporcional em grupos vulneráveis, como os afrodescendentes, indígenas, pessoas LGBTI, detentos e moradores de comunidades, de acordo com a alta comissária.

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