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Deputado federal é alvo de operação da Polícia Federal no Maranhão

Josimar de Maranhãozinho foi alvo de busca e apreensão no bojo da Operação Descalabro, que apura suposto esquema de desvio de recursos da Saúde

Ronaldo Rocha/Da Editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Maranhãozinho teve ainda apreendido R$ 6 milhões conforme decisão do ministro Ricardo Lewandowski
Maranhãozinho teve ainda apreendido R$ 6 milhões conforme decisão do ministro Ricardo Lewandowski (Josimar)

O deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) foi alvo na manhã de ontem de uma operação de busca e apreensão deflagrada no estado pela Polícia Federal (PF). A ação teve por objetivo apurar suposto esquema de desvios de recursos públicos da área da Saúde, por meio de direcionamento de licitações.

A suspeita é de que o deputado esteja envolvido no desvio de cerca de R$ 15 milhões, com uso de emendas parlamentares destinadas para municípios.

Policiais federais foram até ao escritório de Josimar de Maranhãozinho e encontraram uma grande quantia em dinheiro em espécie. O montante - cerca de R$ 2 milhões -, foi apreendido pela PF. A Justiça determinou o bloqueio de mais de R$ 6 milhões em patrimônio de Josimar.

O parlamentar afirma ter sido alvo de perseguição política após ter reafirmado a sua pré-candidatura ao Governo do Estado em 2022.

Esquema

De acordo com a PF, em release encaminhado à imprensa, no esquema investigado, os Fundos Municipais de Saúde, ao receberam os recursos oriundos de emendas parlamentares, firmaram contratos fictícios com empresas “de fachada”, pertencentes ao deputado, que estão em nome de interpostas pessoas.

Posteriormente essas empresas efetuaram saques em espécie e o dinheiro era entregue ao deputado, no seu escritório regional parlamentar em São Luís. Em uma investigação iniciada pela Polícia Federal, há quatro meses, os investigadores conseguiram constatar os desvios e acompanhar os saques e realizar o registro de áudio e vídeo da distribuição dos valores no escritório regional do parlamentar.

A investigação corre em sigilo perante o Supremo Tribunal Federal. O ministro Ricardo Lewandowski autorizou o cumprimento de 27 de mandados de busca e apreensão na cidade de São Luís e no interior do Maranhão. Josimar, contudo, não foi preso.

Josimar nega crime e fala em perseguição política

O deputado federal Josimar de Maranhãozinho negou, por meio de sua assessoria de comunicação, qualquer envolvimento com o crime de desvio de recursos públicos da área da Saúde.

Na nota encaminhada à imprensa, Josimar falou em perseguição política, após ele ter anunciado pré-candidatura ao Governo do Estado. Ele afirmou que está à disposição da PF para esclarecimentos.

“O deputado federal Josimar Maranhãozinho foi tomado de surpresa em relação à operação realizada pela Polícia Federal nesta quarta-feira. O parlamentar está tranquilo e se coloca inteiramente à disposição da Justiça para elucidar qualquer fato que seja necessário”, destaca trecho da nota.

No texto, Josimar acabou revelando que havia contra si, um pedido de prisão negado pela Justiça.

“Lembra ainda que, como deputado federal destinou mais de R$ 15 milhões aos municípios maranhenses, mas os recursos foram distribuídos e aplicados de forma legal prova disso, por exemplo, que o relator do inquérito na Justiça Federal não teria encontrado nenhum indício que pudesse autorizar prisão de algum dos investigados”, completa o texto.

Josimar disse que o dinheiro encontrado em sua casa e escritório é oriundo da atividade empresarial que ele exerce. O parlamentar também falou que adversários já haviam antecipado operação da PF contra ele.

“Sobre o dinheiro encontrado em sua casa e escritório, esclarece que não existe nenhuma irregularidade já que o montante sequer ultrapassa o teto, informado à Receita, por meio da Declaração do Imposto 2020. Além disso, cabe informar ainda que o montante em especie que foi encontrado em seu poder são oriundos de sua atividade pecuária e empresarial, fatos que serão comprovados posteriormente”, destacou.

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